Origens Culturais - Primeira Parte

ORIGENS CULTURAIS

PRIMEIRA PARTE

Prólogo

A Cultura Coletiva é a obra coletiva dos seres viventes do Planeta Terra, dos hábitos, das crenças e dos valores herdados das gerações ancestrais (gerações anteriores) que deixaram para as gerações descendentes (gerações posteriores), através de sucessivas encarnações.

O processo de aprendizado desta cultura foi efetuado no passado, através da transmissão oral e hoje em dia através das escrituras deixadas pelos ancestrais, que vão se tornando tradição e que se renovam, se revivificam e se atualizam periodicamente em ciclos e ritmos.

A história nos conta que inúmeras são as Religiões e que cada uma apresenta suas próprias tradições, organização social, hierarquia sacerdotal e hierarquia sagrada. Porém, todas apresentam às suas comunidades de adeptos um caminho evolutivo que poderá conduzi-los às suas origens primordiais.

A necessidade de expressão religiosa é inerente a todos os seres humanos, mesmo daqueles que se dizem ateus.

Através do tempo cíclico, o indivíduo vai tomando consciência de si mesmo dentro da Coletividade Terráquea, fazendo do seu aprendizado um processo psicológico de ligação com os Ancestrais.

A medida que o tempo vai passando, a cultura oriunda da tradição vai se transformando e vai transformando o Ancestral num ente-símbolo fazendo com que os seres viventes o confunda com um ser divinizado, um Ser Santo, um Profeta, um Orixá (Senhor da cabeça; potestade cósmica, etc.) e não simplesmente com um ancestral. É aí que a tradição se encarrega de fazer com que o aprendiz projete sobre o ente-símbolo a síntese de sua própria vivência cultural, que preenche os espaços vazios deixados pela impotência que tem em desvendar os mistérios que a vida vai mostrando, resultando daí um tipo de ente psíquico, sobrenatural, imaginado com os aspectos de personalidade e comportamento da coletividade. Assim o ente se torna um arquétipo na memória coletiva, e o ser vivente projeta a manifestação do arquétipo pelo inconsciente coletivo. Entretanto, nem tudo é manifestação arquetipal, já que o ícone projetado vem da consciência espiritual.

O Movimento Umbandista

Em nossas pesquisas descobrimos em livros umbandistas recentes, que à cerca de mais ou menos 8.000 anos surgiu um movimento que tentou reunir todo o conhecimento da época, mesmo que estivesse deturpado. Era o Movimento da TORRE DE BABEL. Entretanto, este movimento causou na verdade mais conflitos, perturbações e distorções., do que reunir conhecimentos harmonizados.

Em virtude de tantos conflitos e confusões, vários enviados da Corrente Astral de Umbanda reencarnaram no planeta Terra para ajudar a humanidade a não perder totalmente o rumo da evolução. Vieram trabalhar fora dos Templos, ajudando as Ciências e as Artes em todos os cantos do planeta. Foi aí que surgiram os grandes iniciados como Rama, Krishna, Sidarta Gautama (o Buda), Jetro, Zoroastro, Lao-Tsé, Fo-hi, Moisés, Pitágoras, Hermes Trimegisto e tantos outros que antecederam Jesus Cristo, enviado do Cristo Cósmico, que veio como Senhor do planeta Terra (Pensamento haurido da obra de F. Rivas Neto).

Assim, todos os movimentos religiosos vieram preparar o advento do Ressurgimento do AUMBANDAN (UMBANDA), que significa Conjunto das Leis de Deus.

Foi por isto que surgiu o Movimento Umbandista que é um conjunto de espíritos encarnados e desencarnados que militam pelo ressurgimento da GRANDE LEI. A Umbanda, na verdade é Movimento Umbandista, pois a Religião ainda está sendo desvendada e a Grande Lei só aos poucas vem sendo revelada. Este pensamento herdado de W.W. da Matta e Silva, também é o nosso pensamento.

História da Umbanda

A história da Umbanda no planeta Terra se confunde com a história da humanidade, já que ela é oriunda dos primeiros habitantes do nosso Planeta.

Mas, antes de falarmos da história da Umbanda, vamos primeiro definir o que vem a ser UMBANDA, da forma como é vista pelo Movimento Umbandista.

Como já dissemos acima, a Umbanda é uma Religião milenar em seus fundamentos, cósmica em seus preceitos, evolutiva em suas manifestações e brasileira em sua origem.

UMBANDA é uma corruptela do vocábulo sagrado AUMBANDAN, milenar, e que significa Conjunto das Leis de Deus.

Como a história da Umbanda se confunde com a história da humanidade, ao falarmos da humanidade estaremos falando da Umbanda. Assim, como já vimos, a primeira Raça a habitar o planeta Terra foi a Raça Vermelha. A ela foi revelada a Grande Lei ou AUMBANDAN, porque naquela época não existia mediunidade incorporativa e a Raça Vermelha se comunicava diretamente com a Divindade. Após cerca de 1.000 anos das primeiras encarnações em terras do Brasil, outros seres espirituais encarnaram em outras terras do planeta (América Central e América do Norte). A Pangéia se dividiu, e os homens com suas culturas e vivências, também.

O Estágio da Umbanda

Prezados amigos leitores. Gostaria neste instante de deixar bem claro para todos os umbandistas, que existem dentro da Umbanda, muitos rituais diferentes porque são muitos os graus de entendimento dos umbandistas, mas que, na verdade, existe uma só Lei na Umbanda, embora interpretada de muitas formas de acordo com o alcance ou entendimento de cada umbandista.

Entretanto, como existem cerca de 70.000.000 (setenta milhões) de umbandistas só no Brasil, espalhados pelos cerca de 700.000 templos registrados em todo o país (dados estes publicados por volta de 1995 em jornais do exterior, principalmente do Caribe, como sendo fornecido por autoridades brasileiras), imagine cada um destes adeptos emitindo sua opinião de acordo com o grau de entendimento de cada um deles. Como o prezado leitor pode facilmente perceber, existiriam cerca de setenta milhões de opiniões diferentes sobre rituais, fundamentos e práticas da Lei de Umbanda, mesmo que muitas das opiniões sejam bastante semelhantes.

Esta diferença de conceitos ou entendimentos acontece porque todos nós somos diferentes uns dos outros, por força do arbítrio e da encarnação que ora vivemos, isto é, cada um tem um Kárma para cumprir e encarna passando por experiências diversas até que possa, pelo seu próprio arbítrio, ir evoluindo até poder voltar à suas origens espirituais. Talvez por isto os Mentores da Umbanda permitam que possam existir tantos rituais variando desde os mais densos até os mais sutis. É evidente que esta evolução também acontece com o nosso grau de entendimento, aumentando assim o nosso grau consciencional ou o grau evolutivo.

Assim, muitos conceitos são bastante semelhantes. Diríamos até que a grande maioria é bem semelhante.

Hierarquia Cósmica

Não é tarefa fácil explicar ou tentar explicar o funcionamento do Cosmos sem entrar na seara da Ciência, no poder da idéia Filosófica, na Beleza da Arte e o conceito da Religião. Entretanto, seriam necessários muitos e muitos livros e mesmo assim não conseguiríamos esgotar o assunto. Isto porque nossos limites de entendimento no planeta Terra têm um alcance muito pequeno em relação à Sabedoria Cósmica.

Procuraremos então sintetizar a manifestação dos Orixás no Universo Astral em seus aspectos mais superficiais, deixando o entendimento pleno ao alcance do nível de compreensão de cada ser.

A Umbanda nos ensina que existem três lócus distintos onde habitam os seres espirituais: o primeiro lócus é o habitat do Ser Supremo e que só Ele tem conhecimento e O único a habitá-lo; o segundo lócus é o Reino Virginal onde habitam os espíritos virgens, isto é, que nunca conheceram ou sentiram a Energia Etérica ou Material, pois esta jamais penetrou no Reino Virginal. É o lócus dominado pela Coroa Divina ou os sete Orixás Virginais, aqueles que vêm logo abaixo de Deus e os únicos que podem falar diretamente com Ele e de certa forma suportar-Lhe o esplendor. Sob a égide dos Orixás Virginais estão os espíritos puros, em suas diversas hierarquias cumprindo um kárma denominado Causal ou evolução Virginal ; o terceiro lócus é o Universo Astral onde se situa o Reino Natural, habitado pelos espíritos caídos e dominados pelos Orixás Originais que, sob a Regência dos Orixás Virginais, comandam tudo que existe no Universo Astral.

Dos três reinos ou lócus citados, o primeiro só é do conhecimento da Divindade Suprema e nenhum outro espírito tem acesso. Os demais são comandados pelos Orixás. (V. o livro Umbanda, o caminho da Luz).

Continua...