sábado, 28 de setembro de 2013

Item 7 – OS RITUAIS NA UMBANDA – 4 – Gira de Umbanda I

RITUAIS E CAMARINHAS
Por: Brasão de Freitas

RITUAL DA GIRA DE UMBANDA
1ª Parte (Origem e Magia)


Templo Pai Taquiri (Vivência Bahia)


Fundamentos de origem e magia
Quando se fala em Umbanda a primeira imagem que vem à mente é a incorporação de espíritos desencarnados. Os espíritos desencarnados na Umbanda são espíritos como nós mesmos sem o corpo, é claro, que se manifestam em incorporações assumindo a forma de Caboclo (o ser humano adulto), Preto Velho (o ser humano experiente), Criança, (o início da encarnação até a juventude), o Exu, etc. Em outras religiões são, Anjos, os Santos (espíritos desencarnados dos católicos), os Devas, etc.
O contato com estes seres se dá através de orações e rituais sagrados.
Gira de Umbanda é o nome dado pelos umbandistas ao principal ritual de sua Religião.
O nome Gira surgiu do movimento que as vibrações espirituais fazem ao serem atraídas para o Congá, local onde está o Pejí que é o principal instrumento de atração das energias espirituais já que é o Portal de comunicação entre o Mundo Material e o Mundo Espiritual.
As vibrações energéticas entram pelo Pejí e se misturam com as vibrações da Corrente Mediúnica formada dentro do Congá, girando no sentido horário até perder poder vibratório e ser atraído pela trunqueira, num giro espiral que termina uma oitava abaixo do nível do Congá.
Em função deste giro da vibração, o Ritual das incorporações foi batizado de GIRA.
A Gira está para a comunidade umbandista assim como a Missa está para os católicos, ou o Culto Ecumênico está para os Evangélicos ou o Sema está para os mulçumanos, etc.
Este ritual foi trazido pelas próprias Entidades Espirituais e coube aos médiuns nos terreiros de Umbanda a organização e aprimoramento da sequência ritualística, para facilitar a aplicação dos benefícios que são trazidos pelas Entidades para socorrer os adeptos e frequentadores do Templo.
O procedimento organizacional e sequencial do ritual é simples e sem complicações desnecessárias muitas vezes usadas para impressionar os frequentadores leigos e assim, pelo medo, procurar exercer sobre eles algum tipo de poder. Felizmente este procedimento errado e maldoso vem sendo abolido dos Templos Umbandistas a media em que a Catequese avança em todos os níveis de entendimento permitindo acesso irrestrito a todos os umbandistas, médiuns ou não ao conhecimento dos mistérios, dogmas, arcanos e clavículas que durante muito tempo procuraram esconder o conhecimento que permite o progresso e evolução de todos os seres humanos.
Umbanda sem segredos para quem quiser evoluir rumo à Casa do nosso Grande Pai Criador.
O local onde normalmente acontecem as Giras é preparado dentro do Templo com muito cuidado, segurança material e espiritual, e cercado de toda logística necessária tanto para o atendimento na Gira como fora dela. Este local é constituído pelo Congá, que é o local onde se manifestam as Entidades Espirituais formando um ambiente Sobrenatural onde elas atendem aos consulentes, e a Assistência, que é o local onde ficam os consulentes à espera do atendimento, portanto, o ambiente terreno.
O ritual consta basicamente de: Preparação (Logística), Abertura (Início), Atendimento (Meio) e Encerramento (Fim).
A Gira sempre foi encarada tanto no sei da Umbanda como fora dela como um grande mistério cheio de segredos e tabus. Aqueles que detinham o poder faziam questão de apresentar o ritual mais popular da Umbanda como um dogma carregado de misticismo e fetichismo, o que causou durante muito tempo o aspecto de ritual ligado às forças do mal.
Por determinação Espiritual, aos poucos os grandes segredos da Magia das Religiões foram e continuam sendo desvendados como forma de se atingir o progresso e a evolução. Foi então que a Magia Ritualística começou a se transformar de vilã tenebrosa para embaixadora da beleza e heroína da luz.


A popularização do Ritual da Gira
Em virtude dos extraordinários resultados de benefícios alcançados, da simplicidade dos atendimentos e sendo o grande apelo popular atendido pela facilidade do ritual, inclusive pelo contagiante envolvimento e consequente participação do povo através de cantos e danças populares, a Gira começou a adquirir boa fama e a ser procurada por todas as classes sociais. A visão antiga de medo definitivamente vai ficando para trás, para um passado cada vez mais remoto.
É salutar notar que muitas das grandes Religiões do planeta modificam um pouco seus rituais para torná-los cada vez mais populares através da participação alegre e vibrante dos assistentes, da mesma forma que sempre foi a participação popular nas Giras de Umbanda.
Com a interação do povo fica mais fácil e mais proveitoso o retorno das súplicas e pedidos ao Mundo Sobrenatural.
A Gira é um ritual mágico. Não deve por isto ser vista com medo do desconhecido, porque a Magia é uma manifestação Natural, ou seja, o ato mágico é simplesmente uma realização natural. Um ato da Natureza em prol da vida. As ações que caracterizam a magia negra são apenas atos de revolta contra a ordem universal da Natureza Mãe. Por isto a magia negra é punida com severidade pela Ordem Divina.
Já que é assim que as coisas acontecem, quando as pessoas percebem e sentem o momento vibratório positivo, alegre e feliz da Gira, com ela se envolvem e interagem, conseguindo assim as vibrações na direção certa para alcançar seus objetivos e encontrar aquilo que tanto procuraram durante todas suas vidas.
Reencontrar-se com Deus deve ser sempre motivo de alegria e êxtase, nos poucos instantes em que conseguimos esquecer nossas dores, aflições, apreensões e medos ocasionados pelos difíceis caminhos do destino que nós mesmos escolhemos com o uso de nosso livre arbítrio e nossa inteligência. Por isto, não tenham medo de ser feliz. Entrem no “barco” da Gira e deixe que os Espíritos Consoladores os conduzam com segurança pelo Grande Mar Primordial para que nele vocês encontrem as suas origens primordiais e então façam vocês mesmos seus contatos com Deus.
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário