QUIMBANDA
(EXU/POMBAGIRA)
(AXIRÔS/ELEBARAS)
Por: Brasão de
Freitas
Parte
1 - PRÓLOGO
Lúcifer, Asmodeus e Belial
Considerados como a trindade
superior da Quimbanda
Prólogo
Ao iniciarmos a falar sobre Exu,
Pombagira, Elebaras, Axirôs, vamos tecer alguns comentários sobre o nível de
informações que as pessoas encontram através dos livros ou ensinamentos orais
proferidos e escritos por diversos mestres e sacerdotes do conhecimento
místico.
Cada um deles costuma pregar que é o
autêntico representante do verdadeiro conhecimento místico e da tradição
espiritual, e que os demais no planeta terra são meros copiadores de fundamentos.
É comum que isto aconteça, mesmo com
aqueles que escrevem livros ou apresentam conhecimentos orais ditados por
entidades espirituais, mesmo que sendo uma pequena parte dos dirigentes
umbandistas.
Desta forma, e diante deste quadro, os
seres encarnados no planeta terra, encontram dificuldades para entenderem ou
compreenderem qual deles, inclusive este que vos escreve, estará dizendo ou
mostrando a “verdade” verdadeira.
De minha parte, afirmo-lhes que não sou,
jamais fui e nunca serei o “dono da verdade absoluta” porque isto é
prerrogativa de Babá Ifá.
Recebemos sim muitos ensinamentos e
esclarecimentos de Entidades Espirituais e lemos muitos livros, tantos quanto
nosso limitado tempo material nos permite. Mas, não tenho o costume de copiar
idéia de ninguém e muito menos assumir a paternidade dos fundamentos revelados,
mesmo porque, se eu fosse um “Mestre do saber” encarnado, com certeza seria o
menor e o de menos sabedoria entre todos. E como aprendi que a “Grande
Sabedoria” é o somatório da sabedoria de todos os seres encarnados e
desencarnados, eu ou qualquer outro ser que não Ifá, seria incapaz de absorver
todo o conhecimento de todas as pessoas.
Quanto ao fato de pertencer a uma dita
Tradição, falada e propalada por todos os Mestres ou Sacerdotes que orientam
comunidades, gostaria de esclarecer que todos, absolutamente todos, estão
absolutamente certos. Repito, absolutamente certos.
Todos eles representam a “Tradição” do
conhecimento espiritual universal. Mas, é claro, uma parcela desta tradição, já
que ninguém a não ser Ifá consegue absorvê-la por inteiro.
É por isso que respeito todos, ouço a
todos, leio todos (todos os que posso, é claro).
Ao assim proceder, estarei aprendendo
uma pequena parcela do “Conhecimento”, aquela que me é permitida, e também, assim,
represento a Tradição.
Também aprendi que as Tradições são
Valores Espirituais do Cosmo Espiritual.
Como nós estamos no Universo Material,
teremos que caminhar “para a frente” em direção à Tradição Espiritual, voltando
assim ao caminho de nossas origens que são espirituais.
Desta forma, e falando bem popularmente,
a Tradição está “adiante” e não “para trás”. Por isso é preciso tomar cuidado
com o termo “Manter a Tradição”. Seria mais correto dizermos “buscar a
Tradição”. Além do mais, em se tratando de passado, presente e futuro, a
Tradição está no futuro. A verdade do passado não deixa de ser verdade, mas a
verdade de hoje é mais evoluída do que a de ontem, assim como a de amanhã será
mais evoluída do que a de hoje. Mas nunca deixarão de serem verdades. Assim é a
Tradição: a de amanhã será mais evoluída do que a do passado (É claro que
estamos falando do passado vivido).
É por isto que eu não ouso cognominar-me
como o real e absoluto representante da Verdade ou da Tradição. Conheço apenas
uma infinitésima parte porque aprendi com o meu Guia, Mago e Mestre de muitas e
longas encarnações, o Caboclo Tupinambá (Este não é o seu nome sagrado, como
Mestre que é, mas é o que por hora é permitido falar).
Por ordem dele e orientado por todos os
Guias que o seguem trabalhando comigo na minha mediunidade, que são quem me
ordenam e me conduzem na vibração de meus Genitores Divinos e meus Ancestrais,
juntamente com toda a falange de espíritos que o acompanham, inclusive meu
querido e amado Guardião conhecido nos dias e nas noites da eternidade material
como Adarau Akamaê mais popularmente conhecido por Andaru.
E é ele quem me ordena e me ensina sobre
Exu, conhecimento este que com certeza junto com os conhecimentos de todos os
irmãos terráqueos representa apenas uma pequena parte da Grande Verdade.
Mestres, sacerdotes e irmãos, não parem
de escrever ou ensinar pois, aquilo que você pratica, mesmo que para alguns
possa ser errado, para mim será de grande valor porque, sabendo o que você
sabe, eu saberei mais um pouco da Grande Verdade e poderei ensinar para outros,
um pouco da Eterna Tradição da Umbanda, legado de nossos ancestrais.
Este Tema (Quimbanda) está relacionado
ao Lado Escuro da Vida. Trata-se do conjunto de Leis e Regras estabelecidas
pelo Poder Espiritual, para promover o equilíbrio vital entre os Espíritos e a
Substâncie Etérica Caotica ou Trevas ou simplesmente Matéria. A partir de
agora, iremos aos poucos desvendando todos os mistérios que conseguimos
entender, sem ocultar nada, e de maneira fiel aos ensinamentos oriundos de
nossos Ancestrais. Iremos descobrir quem é Exu, quem é Pombagira, quem é
Elebara, quem é Axirô, quem é Exu Indiferenciado, o que são Bestas, em suma, o
Mundo das Trevas.
Aqui, nada será dito sem as devidas
explicações, que serão feitas em linguagem popular para facilitar o
entendimento de todos. Queremos deixar claro que Exu e Pombagira não são
entidades de brincadeira. São espíritos como nós, que estão atrelados ao lado
escuro da vida, provavelmente vivendo nos mesmos lugares onde, quem sabe, um
dia também nós passamos. Para nós, a Quimbanda ou Mundo das Trevas, é um espaço
ordenado regido por Leis Imutáveis, organizadas para possibilitar o retorno de
TODOS os Espíritos que lá vivem presos pela materialidade, porque todos eles,
assim com nós, somos os FILHOS PRÓDIGOS querendo voltar à CASA DO PAI, e muitas
vezes sem forças para reagir, enfraquecidos pela longa ausência de nosso
verdadeiro Par Vibratório (Nossa Eva), que assim como nós, estão perdidos neste
mundo de sombras.
Continua...
Como
diz o OGBE MEJI: “Orunmilá diz que as coisas devem ser feitas pouco a pouco: Eu
digo; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do preá; é pedaço por pedaço que
se come a cabeça do peixe.”
Próxima Postagem: PRINCÍPIOS
ELEMENTARES DA QUIMBANDA.
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