OS SETE
SACRAMENTOS DA UMBANDA
Parte III
3 – O BORI DE CABOCLO (Crisma ou Confirmação)
Quem tem padrinho rico não morre pagão. Quem tem a
luz de um padrinho não vive na escuridão.
Par Vibratório (Orixá) Regente =
Oxossi/Ossãe.
Aruanda = Arerê
Arcanjo Tutor = Ismael
Sincretismo com a Igreja Católica =
Crisma ou Confirmação.
Fundamento
Místico: É o
momento em que o Padrinho espiritual que se tornará, a partir deste ato
sacramental, o responsável pela vida espiritual do filho de fé, orientando-o e
guiando-o pelo difícil caminho da evolução que o espírito encarnado terá que
enfrentar no aprendizado e vivência da presente encarnação. É o Conselho, a
vida comunitária, o aprender a ouvir a opinião dos outros sem ter que impor a
sua, aprender a ponderar, a acreditar que a união faz a força e assim cada um
poderá ajudar o outro em situações difíceis. Assim surge a força da
sobrevivência tanto material como espiritual, do trabalho para atingir o
progresso, e através do progresso chegar até Deus. É neste instante que se
desenvolve o conhecimento do bem e do mal, onde o Padrinho ilumina seu afilhado
para que este enxergue o caminho do bem, e todos os buracos e espinhos que terá
que superar para atingir seus objetivos.
O
conhecimento comunitário, dos sábios da comunidade. A procura de um caminho, da
sobrevivência. A atenção e treinamento dos sentidos para conseguir a
experiência necessária para enfrentar a vida. Uma luz na escuridão enviada por
um Padrinho ou um Guia. BORI quer dizer assentamento, ODÉ quer dizer Oxossi,
Caboclo, ou simplesmente aquele que nos Guia.
Aqueles
que não seguem o sacerdócio (Assistentes) e que receberam o Alamaci, recebem no
assentamento de Anjo de Guarda, o assentamento do Guia. Neste caso, como o
assistente não conhece o seu Guia, já que não incorpora, o seu padrinho será o
Guia do médium responsável pela camarinha. Se um dia lhe for revelado por
alguma Entidade quem será o seu Guia ou Padrinho, nova camarinha deverá ser
feita para a consagração do novo Guia.
Provérbio
Sacro:
OKUTÁ ERÓ
BI KA RI TI WA OJÚ, KO BA SI LO TI WA MATU.
Uma pedra
(parede) pode encobrir nossos olhos, mas não veda nossos ouvidos.
Com os
olhos fechados, mas com os ouvidos aguçados, podemos ouvir o menor dos sons,
mas principalmente podemos ouvir nosso coração. A Luz forte nas Trevas cega.
Mas o silêncio da escuridão nos permite ouvir até o menor suspiro.
Se não
podemos ver o nosso Guia, pelo menos podemos ouvi-lo. O importante é que ele
nunca nos abandone e esteja sempre nos guiando.
Os nossos
sentidos são os agentes materiais que transmitem as informações densas à nossa
Alma. Através deles nosso “Eu” vê, sente, ouve, responde; sente o gosto da
vida, vê a vida, sente a expansão da essência, assim como ouve a palavra de
Deus.
Significado
dos materiais usados: A Toalha Branca é o
alá, que é o símbolo da proteção da coroa (cabeça) e do altar que ela
representa para o espiritual e para o ser humano. A Vela, o Círio, a Luz, a evolução representada pela chama
que aponta sempre para o alto em direção ao céu. É o fogo sagrado, regenerador
e sutilizador. A Quartinha
representa o corpo material do médium, e tem a finalidade de guardar em seu
bojo (do mesmo modo como o corpo humano guarda os órgãos vitais e o sangue) os
axés sagrados (eró). A Pedra é
o receptáculo do axé, da força, da energia espiritual. A pedra tem o poder de
atrair as vibrações externas vindas do Cosmo, principalmente aquelas energias
com as quais tem afinidades astrológicas e atômicas. As pedras servem, pois de
fixadores dos axés. A Água Doce
simboliza o amor fraternal e o amor imaterial, que harmonizam e adoçam a vida,
representando o líquido mais precioso desta vida que é o sangue humano. A Reza é o contato com o Poder de
Deus. É o principal instrumento da magia, pois qualquer ato mágico depende
fundamentalmente das rezas ou do contato entre a mente e o Poder Onipresente de
Deus. O Fundamento do Borí só
é dado ao médium durante o recolhimento em Roncó (eró). O Colar é o símbolo do Poder, da Hierarquia, da obediência.
Pai Brasão, sua Benção!
ResponderExcluirApós qto tempo médium entra pra corrente, ele pode ser feito filho de santo da casa?
Axé, filha de fé. Prezada Patrícia. Não existe um tempo ritualístico definido para qualquer pessoa que frequente um Templo, ser considerada como filho ou filha de santo do Templo. Na realidade a pessoa "começa" ou "se torna" filho ou filha da casa a partir do momento em que ela ou ele resolvem aceitar e cumprir os fundamentos e regulamentos da Casa, e se submeterem ao poder ritualístico do Chefe ou da Chefe do Templo. Eu diria que a submissão plena é a condição plena considerada pelo Espiritual para o início desta "validade". Já o grau sacerdotal é diferente. Ele depende do ritual e conhecimentos determinados pelos Chefes dos Templos e que é igual para todos. O dia-a-dia dos médiuns considerando esforço de aprendizado, interesse, vontade, humildade, respeito e principalmente preconceito, são somados aos graus de entendimento, grau conciencional e grau evolutivo, Tudo sob o comando da Entidade Chefe da casa. É claro que a opinião ou interferência respeitosa do Sacerdote ou Sacerdotisa dirigentes do Templo também pesa muito, principalmente no que se refere à obrigações de Santo. Na minha experiência sacerdotal, aliado a todo este complexo sistema de avaliação (considerando que nem todos os sacerdotes ou sacerdotisas são psicólogos, sociólogos ou assistentes sociais). No meu entender, as conquistas de uma pessoa numa coletividade eterogenea com a umbandista reside especialmente na paciência, na humildade (mas não na subservência) e na vontade aliada a fé inabalável que só o sacerdócio carrega. "O Tempo disse que daria ao tempo, tempo suficiente para vencer no Tempo". Nenhum ser humano tem o direito de acelerar ou retardar o desenvolvimento espiritual de cada um. O Espiritual sempre está atento e quebra qualquer barreira quando o ser humano erra em suas tarefas de decidir o destino dos outros. Quem tem o Tempo como amigo, não precisa se preocupar com o tempo. Portanto, para ser feito filho de santo da casa basta seguir as normas de cada Templo, e trabalhar muito, em nome da fé e da caridade, sem esperar nada em troca, a não ser a Evolução Espiritual (que não depende de mais ninguém a não ser você mesma). Axé. Brasão.
ResponderExcluirÓtimo! E à partir de que momento , um dirigente da casa, tem que fazer filhos de santo e qual a importância disso? Qual a diferença pra casa e para assistência? Sua Benção!
ResponderExcluirPrezada Patricia. A importância de fazer filhos de santo para um Templo é a de que o Templo não tem condições materiais de funcionar por absoluta falta de pessoas que se interessem em dar ou manter um padrão de boa qualidade de assepsia material e demais atividades rotineiras de manutenção e preparação do solo sagrado para atendimento. Sem filhos de santo um Templo não funciona pois normalmente não dispõe de recursos físicos (Limpeza, administração, serviço social, manutenção de assentamentos, etc.) para funcionar. A diferença para o Templo e para a assistência é óbvia: ser atendido ou não, materialmente ou espiritualmente, que é a razão da existência do Templo. Sem filhos de santo e sem médiuns para incorporação de Entidades Espirituais, não tem sentido existir um Templo. Um Templo sozinho é apenas uma casa. Um Templo Vibrado é uma Entidade (Não Entidade Espírito mas sim entidade como um Poder, um Centro de Forças). Axé. Brasão.
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