sábado, 7 de dezembro de 2013

Item 10 – OS ELEBARAS NA UMBANDA (Parte 4)

QUIMBANDA (EXU/POMBAGIRA)
(AXIRÔS/ELEBARAS)
Por: Brasão de Freitas

Parte 4 – O PODER DA QUIMBANDA
A figura emblemática das Trevas

O PODER DA QUIMBANDA
A quimbanda é uma religião de vibrações opostas as vibrações da Umbanda porém absolutamente equilibrantes já que, de acordo com sua definição que é semelhante à da Umbanda porém invertida, a finalidade é a mesma em relação ao espírito encarnado.
Assim, a Quimbanda é uma religião espírita que coordena a comunicação entre os espíritos que habitam o astral inferior e o campo material onde vive o espírito encarnado como ser humano.
A Quimbanda une-se à Umbanda através da Hierarquia Cósmica Universal. Na Umbanda, a Hierarquia vem de cima para baixo, isto é, os níveis vão perdendo poder a medida que se aproximam da fronteira entre Luz e Trevas. Já a Quimbanda é exatamente ao contrário pois se desenvolve da fronteira entre as duas e vai aumentando seus níveis de poder caótico a medida que se afastam da fronteira para baixo rumo a escuridão total.
O seu poder é, portanto, inversamente proporcional ao poder da Luz. Enquanto o poder da Luz caminha em direção à ordem e a perfeição, o poder das Trevas caminha em direção ao caos total.
O que as pessoas entendem como Mundo Material, na verdade é o Universo Astral, que está situado na fronteira entre as duas Forças (Positiva e Negativa).
Enquanto a Umbanda possui todos os poderes da evolução rumo à perfeição, a Quimbanda possui todos os poderes rumo à aniquilação, anarquia ou caos total.
É assim que funciona a Criação, e é isto que lhe proporciona a Existência ou Vida.

As Leis que regem a Quimbanda
O Universo da Quimbanda é muito confuso e de difícil assimilação. As Leis que a regem são diferentes das Leis do Mundo dos Espíritos e das Leis do Universo Astral.
A nossa ideia não é apresentar aqui as leis que regem o funcionamento do caos. Não temos esta pretensão nem este conhecimento. Vamos nos ater apenas às leis que regem o funcionamento de espíritos envolvidos pela energia negativa das Trevas, na Região de Penumbra formada pelo encontro de Luz e Trevas.
Então vamos tentar compreender esta convivência que acontece apenas em uma pequena parte do Caos.
A Quimbanda é o conjunto de leis que ordenam os preceitos e fundamentos de atuação dos espíritos do baixo astral no que diz respeito ao nosso plano. Isto porque seus habitantes, sendo espíritos, para poderem atuar no plano físico fora das encarnações, necessitam de leis que protejam o arbítrio e os preceitos dos seres humanos.
Como já foi visto, uma religião mediúnica é aquela que utiliza, na prática de seus rituais, a comunicação entre os espíritos e o plano material, através de médiuns. Consequentemente, pode-se dizer que a Quimbanda também é uma religião espírita, podendo ser definida como ciência religiosa e filosófica que coordena o fenômeno das comunicações entre o plano físico e o astral inferior.
Os espíritos que nela trabalham, como todos os seres, possuem um nome, uma identificação. É por isso que muitas vezes ouvimos falar, nos meios dessa religião, em Exu 7 Porteiras, Exu Galo Preto, Exu Gira Mundo, Exu Tata Caveira, Exu Veludo, Exu do Lodo, Pombagira Maria Molambo, Pombagira Maria Quitéria, Pombagira Diana, Pombagira Maria Padilha, Pombagira Cigana, Pombagira Rainha e tantos outros nomes de Elebara que na verdade são apenas codinomes.
Estas são maneiras de se identificar os Elebaras dentro de seus preceitos e independente da Linha de ação de cada um. Cada um carrega o nome que melhor lhe aprouver ou que melhor identifique a sua personalidade.
As Linhas de atuação dos Elebaras são fundamentos da lei da Quimbanda que, neste estudo preliminar, não nos cabe entrar a fundo. Oportunamente voltaremos a tratar do assunto com maior profundidade. Apenas a título ilustrativo, citaremos algumas Linhas conhecidas e atuantes, ensinadas pelos próprios Elebaras.
É comum ouvirmos falar em Marabô, Tranca Ruas, Sete Encruzilhadas, Lalu, Tiriri, Gira-Mundo, Pinga Fogo, etc.
Cada Linha trabalha num determinado campo de vibração, que são os mesmos considerados pela Umbanda, só que em planos vibratórios diferentes. Portanto, os Elebaras trabalham na calunga grande (areia seca), na calunga pequena (cemitério), na encruzilhada, na beira da estrada, na mata, etc.
Cumprem a função de cobradores de kárma, isto é, se o médium tem que pagar, o Elebara bota para fora, fazendo com que os kármas se manifestem, assumindo, entretanto, a parte que lhe compete e deixando para o médium apenas a parte da qual ele, médium, não está isento. Estes kármas se manifestam em forma de sofrimento material tais como: doenças, desemprego, desavenças, desastres, miséria, vícios, taras, suicídio, loucura, etc.
Muitas vezes as pessoas acusam os Elebaras de serem os causadores desses males, esquecendo-se de que eles são apenas colaboradores voluntários no auxílio ao pagamento das dívidas que temos pendentes desde outras encarnações. O que estes acusadores esquecem ou até mesmo nem sabem é que, muitas vezes, por exemplo, um desastre que faria o médium sofrer terrivelmente, ou mesmo falecer precocemente, pela interferência de seu Elebara guardião, causa apenas pequenos ferimentos ou danos materiais. No entanto, seu Elebara não irá se alardear ou mesmo mencionar tão providencial ajuda. Cabe ao próprio médium descobrir.
Os fundamentos de um Elebara dentro da lei da Quimbanda, são determinados pelo seu grau de evolução, sendo portanto inacessíveis no seu todo aos médiuns (por se tratar de arquivo do inconsciente do Elebara), e somente alguns destes fundamentos o Elebara transmite para que sirva de segurança a este médium.
Muitas vezes estes fundamentos são perceptíveis na maneira do Elebara trabalhar, no seu ponto riscado e às vezes até no seu próprio nome.
Mas, o fundamento de um Elebara é algo que se aprende e se cala, porque a nossa vida material pode depender disso.
A seguir daremos alguns esclarecimentos sobre quem são estas entidades para que possamos identificar como elas agem.
Na Umbanda, o poder maior é o ORIXÀ. Portanto, ORIXA = Espírito Sutil.
Na Quimbanda, o poder maior é o AXIRO. Portanto, AXIRO = Substância Etérica Indiferenciada, Caótica. (A matéria da qual foi feito o Boneco de Barro Não Soprado)
EXU INDIFERENCIADO = O Exu Indiferenciado, pela sua característica de Inteligência que atua no Caos Diferenciado para promover o equilíbrio da Substância Etérica Indiferenciada desta parte do Caos e assim permitir o retorno dos espíritos “caídos”, envolvidos pelo caos, foi transformado no Executor das Leis Cósmicas, o Guardião das Vibrações dos Orixás que dinamizam o Caos. Nestas condições, nunca encarnou e jamais encarnará. É a Força inteligente de um espírito colocando ordem na força do cáos, dominando a massa caótica Indiferenciada da Matéria. Para isso o Espírito caído foi transformado no Executor das Leis Cósmicas como Espírito Guardião das Vibrações dos Orixás, dinamizando o Caos. Por tudo isso é a força do espírito colocando ordem no cáos, criando assim uma região de Penumbra no lado das Trevas. Visto por este ângulo, não é bom nem mau. Tem que ser neutro, e sendo neutro, tem que ser justo, isto é, não faz o bem nem o mal. Sua missão é vitalizar ou desvitalizar toda a existência da região de penumbra cumprindo as ordenações da Lei Kármica: quem deve paga, único caminho para deixar a região das Trevas.
De um modo geral, O Exu Indiferenciado comanda todos os Exus (O espírito caído que foi envolvido e dominado pela energia negativa do mundo material por conta da separação do Par Vibratório) e, por isso se transformou no Cobrador do Kárma Constituído dos espíritos encarnados. Em função disto é considerado o Executor das Leis Kármicas. Em função da dimensão da “queda”, surgiram vários níveis de contaminação da energia material, e por isso também várias categorias de espíritos caídos e presos na matéria.
Segundo postagem feita por Pedro Maríngolo, a necessidade da estrutura de controle do sistema vivencial do Universo astral, é absolutamente igual nas duas bandas. As cobranças acontecem no mundo da Quimbanda, como forma do controle do Mundo em que vivemos, como por exemplo:  “Na Terra temos os juízes, advogados, promotores, policiais federais, civis, militares, exército, marinha aeronáutica e etc. Todos ligados a área de disciplina e segurança; Sem essas organizações nossa sociedade estaria entregue ao caos das criaturas indisciplinadas para viver em sociedade.” De forma semelhante existe a estrutura que comanda a disciplina e segurança da Quimbanda.
“A diferença maior dos nossos meios de fazer justiça para os dos Exus é que raramente eles erram nas penas impostas aos infratores da Lei.”
ELEBARA = Senhor do corpo, Espírito envolvido (dominado) pela Substância Etérica já diferenciada (O Boneco de Barro Soprado). O Exu Indiferenciado. Aquele que não incorpora mas apenas comanda as Linhas da Quimbanda. É a presença da Inteligência no Caos.
EXU = Espírito masculino contaminado pela Substância Etérica diferenciada.
POMBAGIRA = Espírito feminino contaminado pela Substância Etérica diferenciada.
KIUMBAS = Vibrações de espíritos masculinos muito atrasados pela profundidade da “queda”, aprisionados e isolados em Matéria Etérica muito densa.
LARVAS = Vibrações de espíritos femininos muito atrasados pela profundidade da “queda”, aprisionados e isolados em Matéria Etérica muito densa.
MIASMAS = Emanações negativas oriundas de espíritos aprisionados e envolvidos por matéria caótica.
EGREGORAS = Energias densas, negativas, vampirescas, criadas pelo Poder Mental (Apesar de serem energia, são criaturas que estão vivas, mas que, da mesma forma que são criadas, também podem ser destruídas). Estas criaturas se alimentam de energias negativas de qualquer espécie, principalmente, é claro, as energias mentais.
Conhecido pois o mundo dos Elebaras, observamos que as leis que os regem foram criadas exatamente para permitir a convivência energética de polaridades opostas (dos espíritos no meio denso) sem que haja o aniquilamento de ambas. Portanto fica bem claro que a Quimbanda não é o caos. Ela faz parte do Universo Astral, ordenado para que aconteça o cumprimento do Kárma Constituído.

Como diz o OGBE MEJI: “Orunmilá diz que as coisas devem ser feitas pouco a pouco: Eu digo; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do preá; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do peixe.”


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