ITEM 9 – A GENESE UMBANDISTA – Capítulo
V
A
AÇÃO CRIADORA SEGUNDO OS CULTOS DE NAÇÃO
Por Brasão de Freitas
Deus, o Ser Supremo (Olorun)
A
AÇÃO CRIADORA SEGUNDO OS CULTOS DE NAÇÃO (II)
Nos Cultos de Nação Africanos e sua
vertente brasileira, o Candomblé, existe nos Contos Imemoriais, o rito da
Criação segundo o credo Yorubá, que tem a seguinte descrição:
“O ar e as águas moveram-se
conjuntamente e uma parte deles mesmos transformou-se em lama. Desta lama
originou-se uma bolha ou montículo, a primeira matéria dotada de forma, um
rochedo avermelhado e lamacento”.
“Olorum admirou esta forma e soprou
sobre o montículo, insuflando-lhe seu hálito e lhe deu vida. Esta forma, a
primeira dotada de existência individual, um rochedo de laterita, era Exu Yangui”.
Mas Exu Yangui era o terceiro criado,
pois antes dele, segundo os Mitos da Criação, Orixalá e Odudua já haviam sido
criados por Olorum. (Informações colhidas e o texto entre aspas acima de
autoria de Juana E. dos Santos, foram tirados do livro Ifá – O Orixá do
Destino, de Ivan H. Costa, Editora Ícone).
Como é voz corrente nos ritos e práticas
da Lei de Umbanda que o Orixá Oxalá e Jesus são da mesma vibração espiritual e
cujo sincretismo assinala que são a mesma Entidade Espiritual (Mesmo que,
sabendo-se que o Orixá Oxalá membro da Coroa Divina jamais penetrou ou teve
contato com a Substância Etérica, e que Jesus Cristo como Cristo Solar, é o
senhor regente do Sistema Solar junto com sua Hierarquia Crística), a Umbanda
vive dentro do cristianismo e, por isto, faz parte do maior grupo religioso do
planeta, ou seja, os seguidores dos princípios e fundamentos contidos na
Bíblia, que são: os Católicos Romanos, os Católicos Ortodoxos, os Protestantes
ou Evangélicos, os Islamitas seguidores de Maomé que idealizou o Alcorão
segundo os ensinamentos cristãos, os Kardecistas e até os Tupys que seguiam os
princípios de Curuçá. Várias outras Religiões carregam alguns preceitos
cristãos e, por isto, temos certeza de que a grande maioria dos habitantes do
planeta segue preceitos cristãos.
Por este motivo, e por sermos fieis
crentes Umbandistas, acreditamos que os trechos místicos citados acima, da
Bíblia, da Umbanda e do Candomblé são suficientes para servir de base às
explicações necessárias sobre a Gênese do Universo.
Provar a criação do Princípio Espiritual
Uno é uma tarefa muito difícil para nós, seres humanos, já que este ato da
Divindade Suprema só a Ela é dado o conhecimento e a razão. Portanto, isto só
pode ser feito através das Religiões, ou com o auxílio dos fundamentos
religiosos. Isto porque o Espírito é algo imaterial, invisível, sem forma, e
até a própria imaginação sente dificuldade de expressar até mesmo através de
símbolos. Entretanto, a evolução ou entendimento da Ciência Física, já permite
vislumbrar, através da Matemática, da Química, da Física, da Medicina, etc., a
“perspectiva” da existência de algo que, em nome do equilíbrio perfeito, da
bipolaridade da energia, simplesmente “tende a existir”, tal qual a partícula
do Quanta.
Conhecendo-se então através da Ciência
Física a existência do Big Bang, da estrutura atômica do Universo, do quanta,
dos neutrinos, dos quakers, dos muons, etc., e as crenças religiosas sobre a
Criação, podemos então formular ou pelo menos tentar explicar aquilo que é
inexplicável, como é a Gênese.
Porém, como a Gênese é Arcano Divino (a
causa e a sua origem são do conhecimento apenas da Divindade), e nós somos
herdeiros da Sabedoria da Divindade, então podemos pelo menos imaginar como
aconteceu parte desta Criação e, por isto, como existimos já que, o porque da
existência talvez jamais saibamos, pois isto depende da Vontade do Ser Supremo.
De tudo que lemos, ouvimos e aprendemos
sobre a Gênese, fizemos uma análise que tentaremos mostrar a seguir, para que,
talvez, alguém que também já tenha estudado e formado idéia sobre o assunto
possa também formar sua versão e então juntos possamos aprender um pouco da
sabedoria um do outro.
Iniciaremos o nosso resumo com o
seguinte parágrafo do pensamento de Paracelso:
“Na origem primordial dos tempos, num
dado momento da eternidade, o Ser Supremo e Absoluto por um ato se Sua Vontade
Onipotente, decidiu criar o Princípio Espiritual Uno (Existência) ou a
Coletividade das Divinas Potências, A Essência do Universo Espiritual e do
Universo Astral. Neste Princípio Espiritual Uno existia um fogo e um caos
nos quais estavam prefiguradas as formas de todo o universo. Eram uma matriz
cósmica, espermática, e por outro lado um fogo gerador em que a ação recíproca
entre matriz e fogo constituía uma mônada como sendo a pedra
filosofal da vida que seria o meio e fim de todas as coisas”.
Acreditamos que a Vontade do Poder
Absoluto manifestou-se subjetivamente, penetrando toda a Criação e dando vida a
tudo, mas permanecendo em sua Essência Primordial, fora da Criação, mas
exercendo Seu Poder e Sua Vontade sobre o Universo Total.
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