QUIMBANDA (EXU/POMBAGIRA)
(AXIRÔS/ELEBARAS)
Por: Brasão de Freitas
Parte
11 – O ARQUETIPO DE POMBA GIRA
ELEBARA VISTO PELO CANDOMBLÉ
Pombagira (axeoba.blogspot.com)
O
ARQUÉTIPO DA POMBAGIRA NO CANDOMBLÉ
Nos
rituais do Candomblé existe a característica feminina de Elebara que é a
Pomba-Gira, Pombagira, ou Bombo Gira.
Como
entidade se apresenta agressivamente sensual, usa cabelos soltos, saias
rodadas, flores nos cabelos; sua dança é uma gira frenética e desenfreada, um
pouco violenta, com quase nenhum controle, normalmente considerada sem
compostura.
Uma
das especialidades de Pomba-Gira dada no Candomblé é o campo amoroso,
sentimental e sensual, tanto da mulher como do homem. Elas procuram despertar e
avivar este sentimento com muita ênfase.
Como
Imolê, ou Divindade, possui as mesmas características de Exu.
Mas
nos rituais, As Pombagiras demonstram emanar muito poder material na área
sentimental e nos cuidados com o corpo pois parecem idolatra-los, tal a maneira
e cuidado que demonstram pelo corpo dos médiuns. Este fenômeno também é muito
sentido e observado na Umbanda a tal ponto de atribuir às Pombagiras a guarda e
proteção do corpo material, principalmente no que se refere à doenças.
LENDAS DE POMBAGIRA
LENDA DA POMBAGIRA MENINA DA PRAIA
Conta a lenda de Carranna (Pombagira
Menina da Praia) que vivia numa ilha de pescadores no Oceano Pacífico, que os
pescadores adoravam uma divindade do mar chamada Dagon. O poder de Dagon era
tornar o mar furioso e tornar a pesca escaça, dificultando a vida da aldeia.
Por esta razão, a cada sete anos, os pescadores amarravam uma menina virgem em
duas pedras e a deixavam na beira do mar para que, quando a maré subisse ela
fosse levada para Dagon.
Carranna, que vinha sendo preparada para
ser Sacerdotisa da aldeia, aprendeu co sua avó os segredos dos Ondinos,
revoltada com a situação das meninas sacrificadas usou estes conhecimentos para
atrair Dagon. Dagon surgiu em forma de anjo e perguntou porque tinha sido
chamado com tanta ousadia. Carranna respondeu que é porque estava cansada dos
sacrifícios dos pescadores e queria saber porque Dagon exigia o sacrifício.
Dagon respondeu que era por causa de sua procura or uma sacerdotisa que deveria
ser sua Rainha. Carrana então respondeu que estava disposta a ser a eterna
rainha de Dagon se ele libertasse seu povo daquela obrigação. Dagon vendo que a
menina não tinha medo, propôs atender o pedido dela mas que ela teria que ficar
para sempre presa entre a parai e o mar, e seu povo levaria como oferenda,
frutas, perfumes e essências a todos os seres do mar. Carranna concordou o e
trato foi selado.
Desde então, Carranna ficou sendo a
protetora dos pescadores e das meninas, que vagam na beira da praia, por isso
quando você for à praia e ver meninas brincando e passando na beira do mar,
você irá ver o espírito de Carranna que ali está. è por isso que toda oferenda
que são entregues na beira do mar após serem tragadas pelas ondas retornam à
beira da praia para Carranna.
(Lenda apresentada pelo Ilê de Iemanjá.)
(doia.no.comunidades.net)
LENDA DA POMBAGIRA SETE SAIAS.
Sete Saias teve sua vinda ao mundo
cercada de muito sofrimento. Já na sua infância se dá o inicio de sua aflição,
pois ao nascer sua mãe falece por complicações no parto. Desde então, sofre
constantes humilhações vindas de seu pai que passa a culpá-la pela morte da
esposa que tanto amava. Sete Saias cresce e com o passar dos anos crescem os
aviltamentos e já moça passa a ser forçada a fazer todas as vontades do pai,
sendo mais uma serviçal do que uma filha.
Por morar num lugar ermo, não tinha
perspectivas futuras de vida e acabou por se envolver com ricos fazendeiros
causando assim a fúria das esposas que queriam apedrejá-la.
Segundo a lenda, o nome Sete Saias vinha
por conta de 7 amantes. em função de usar sete saias diferentes sendo uma para
cada amante. Os amantes acabaram por trancá-la num casebre abandonado, sem
alimentos o que fez com que ela se alimentasse de restos de vegetais que
encontrava naquela prisão. Mesmo fraca, conseguiu derrubar uma parede velha de
madeira e por La fugiu arrastando-se até uma estrada onde, vista por ciganos,
foi acolhida. Tornou-se uma bela moça e acabou casando com o filho do chefe do
clã dos ciganos. O marido ficou rico e recebeu o título de Barão. A esposa,
tornada baronesa pelo casamento, rica e poderosa resolveu vingar-se de quem
havia tentado destruí-la. O marido, apaixonado resolveu atender o pedido da
esposa e comprou uma bela e enorme mansão no povoado onde ela havia morado.
Para a inauguração, foram distribuídos convites a todos os ricaços que a haviam
condenado e prendido no barracão, para morrer de fome. Tratava-se de um baile
de máscaras. Em dado momento, Sete Saias desce as escadas com um vestido
maravilhoso e de máscara de tal forma que ninguém sabia de quem se tratava.
Mandou trazer pelos empregados vários barris de óleo e espalhou-os pela casa.
Então ela reuniu a todos no meio do salão e retirou a mascara ao mesmo tempo
que lembrava a todos quem era. Formou-se uma grande discussão entre todos que a
condenavam e ofendiam, inclusive seu pai numa tremenda confusão. Sem que os
convidados percebessem ele e o marido saíram sem ser vistos e em seguida ela
ateou fogo na casa que ardeu rapidamente facilitada pelo óleo que havia sido
derramado por toda parte pelos empregados. A casa queimou assim como todos que
estavam dentro. Já na carruagem com o marido, parou diante da casa em chamas e
disse: “livrei vocês de seus pecados com o fogo”. Em seguida foi embora e nunca
mais foi vista. Diz a lenda que morreu aos 78 anos.
(Lenda apresentada pelo Ilê de Iemanjá).
DADOS RITUALISTICOS
Filiação: Não considerada
Cores: vermelho e preto
Saudação: Pomba-Gira Exu!
Comida: as mesmas de Exu
Sacrifício: Galinha vermelha, cabra
Guias: miçangas vermelhas
Apetrechos e Armas: Faca, punhais
Toque de Atabaque: Bravum
Dia da Semana: 2ª Feira
Flores: Rosas vermelhas (ou flores
diversas vermelhas além de Dama da Noite)
Perfumes (Essência): Dama da Noite,
Essência de Rosas (Leite de Rosas)
ERVAS
As
mesmas de Exu mais Guiné, Espada de Ogun, Mamona, Arruda, Bananeira,
Vassourinha-Preta, além da preferida Dama da noite (Folhas e flor).
Como diz o OGBE MEJI: “Orunmilá diz que
as coisas devem ser feitas pouco a pouco: Eu digo; é pedaço por pedaço que se
come a cabeça do preá; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do peixe.”
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