sábado, 21 de junho de 2014

Item 10 – OS ELEBARAS NA UMBANDA (Parte 11)

QUIMBANDA (EXU/POMBAGIRA)
(AXIRÔS/ELEBARAS)
Por: Brasão de Freitas
Parte 11 – O ARQUETIPO DE POMBA GIRA


ELEBARA VISTO PELO CANDOMBLÉ

Pombagira (axeoba.blogspot.com)

O ARQUÉTIPO DA POMBAGIRA NO CANDOMBLÉ
Nos rituais do Candomblé existe a característica feminina de Elebara que é a Pomba-Gira, Pombagira, ou Bombo Gira.
Como entidade se apresenta agressivamente sensual, usa cabelos soltos, saias rodadas, flores nos cabelos; sua dança é uma gira frenética e desenfreada, um pouco violenta, com quase nenhum controle, normalmente considerada sem compostura.
Uma das especialidades de Pomba-Gira dada no Candomblé é o campo amoroso, sentimental e sensual, tanto da mulher como do homem. Elas procuram despertar e avivar este sentimento com muita ênfase.
Como Imolê, ou Divindade, possui as mesmas características de Exu.
Mas nos rituais, As Pombagiras demonstram emanar muito poder material na área sentimental e nos cuidados com o corpo pois parecem idolatra-los, tal a maneira e cuidado que demonstram pelo corpo dos médiuns. Este fenômeno também é muito sentido e observado na Umbanda a tal ponto de atribuir às Pombagiras a guarda e proteção do corpo material, principalmente no que se refere à doenças.

LENDAS DE POMBAGIRA
LENDA DA POMBAGIRA MENINA DA PRAIA
Conta a lenda de Carranna (Pombagira Menina da Praia) que vivia numa ilha de pescadores no Oceano Pacífico, que os pescadores adoravam uma divindade do mar chamada Dagon. O poder de Dagon era tornar o mar furioso e tornar a pesca escaça, dificultando a vida da aldeia. Por esta razão, a cada sete anos, os pescadores amarravam uma menina virgem em duas pedras e a deixavam na beira do mar para que, quando a maré subisse ela fosse levada para Dagon.
Carranna, que vinha sendo preparada para ser Sacerdotisa da aldeia, aprendeu co sua avó os segredos dos Ondinos, revoltada com a situação das meninas sacrificadas usou estes conhecimentos para atrair Dagon. Dagon surgiu em forma de anjo e perguntou porque tinha sido chamado com tanta ousadia. Carranna respondeu que é porque estava cansada dos sacrifícios dos pescadores e queria saber porque Dagon exigia o sacrifício. Dagon respondeu que era por causa de sua procura or uma sacerdotisa que deveria ser sua Rainha. Carrana então respondeu que estava disposta a ser a eterna rainha de Dagon se ele libertasse seu povo daquela obrigação. Dagon vendo que a menina não tinha medo, propôs atender o pedido dela mas que ela teria que ficar para sempre presa entre a parai e o mar, e seu povo levaria como oferenda, frutas, perfumes e essências a todos os seres do mar. Carranna concordou o e trato foi selado.
Desde então, Carranna ficou sendo a protetora dos pescadores e das meninas, que vagam na beira da praia, por isso quando você for à praia e ver meninas brincando e passando na beira do mar, você irá ver o espírito de Carranna que ali está. è por isso que toda oferenda que são entregues na beira do mar após serem tragadas pelas ondas retornam à beira da praia para Carranna.
(Lenda apresentada pelo Ilê de Iemanjá.) (doia.no.comunidades.net)

LENDA DA POMBAGIRA SETE SAIAS.
Sete Saias teve sua vinda ao mundo cercada de muito sofrimento. Já na sua infância se dá o inicio de sua aflição, pois ao nascer sua mãe falece por complicações no parto. Desde então, sofre constantes humilhações vindas de seu pai que passa a culpá-la pela morte da esposa que tanto amava. Sete Saias cresce e com o passar dos anos crescem os aviltamentos e já moça passa a ser forçada a fazer todas as vontades do pai, sendo mais uma serviçal do que uma filha.
Por morar num lugar ermo, não tinha perspectivas futuras de vida e acabou por se envolver com ricos fazendeiros causando assim a fúria das esposas que queriam apedrejá-la.
Segundo a lenda, o nome Sete Saias vinha por conta de 7 amantes. em função de usar sete saias diferentes sendo uma para cada amante. Os amantes acabaram por trancá-la num casebre abandonado, sem alimentos o que fez com que ela se alimentasse de restos de vegetais que encontrava naquela prisão. Mesmo fraca, conseguiu derrubar uma parede velha de madeira e por La fugiu arrastando-se até uma estrada onde, vista por ciganos, foi acolhida. Tornou-se uma bela moça e acabou casando com o filho do chefe do clã dos ciganos. O marido ficou rico e recebeu o título de Barão. A esposa, tornada baronesa pelo casamento, rica e poderosa resolveu vingar-se de quem havia tentado destruí-la. O marido, apaixonado resolveu atender o pedido da esposa e comprou uma bela e enorme mansão no povoado onde ela havia morado. Para a inauguração, foram distribuídos convites a todos os ricaços que a haviam condenado e prendido no barracão, para morrer de fome. Tratava-se de um baile de máscaras. Em dado momento, Sete Saias desce as escadas com um vestido maravilhoso e de máscara de tal forma que ninguém sabia de quem se tratava. Mandou trazer pelos empregados vários barris de óleo e espalhou-os pela casa. Então ela reuniu a todos no meio do salão e retirou a mascara ao mesmo tempo que lembrava a todos quem era. Formou-se uma grande discussão entre todos que a condenavam e ofendiam, inclusive seu pai numa tremenda confusão. Sem que os convidados percebessem ele e o marido saíram sem ser vistos e em seguida ela ateou fogo na casa que ardeu rapidamente facilitada pelo óleo que havia sido derramado por toda parte pelos empregados. A casa queimou assim como todos que estavam dentro. Já na carruagem com o marido, parou diante da casa em chamas e disse: “livrei vocês de seus pecados com o fogo”. Em seguida foi embora e nunca mais foi vista. Diz a lenda que morreu aos 78 anos.
(Lenda apresentada pelo Ilê de Iemanjá).

DADOS RITUALISTICOS
          Filiação: Não considerada
          Cores: vermelho e preto
          Saudação: Pomba-Gira Exu!
          Comida: as mesmas de Exu
          Sacrifício: Galinha vermelha, cabra
          Guias: miçangas vermelhas
          Apetrechos e Armas: Faca, punhais
          Toque de Atabaque: Bravum
          Dia da Semana: 2ª Feira
          Flores: Rosas vermelhas (ou flores diversas vermelhas além de Dama da Noite)
          Perfumes (Essência): Dama da Noite, Essência de Rosas (Leite de Rosas)

ERVAS
As mesmas de Exu mais Guiné, Espada de Ogun, Mamona, Arruda, Bananeira, Vassourinha-Preta, além da preferida Dama da noite (Folhas e flor).

Como diz o OGBE MEJI: “Orunmilá diz que as coisas devem ser feitas pouco a pouco: Eu digo; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do preá; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do peixe.”


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