sábado, 23 de novembro de 2013

Item 7 – OS RITUAIS NA UMBANDA – 6 – Gira de Quimbanda

RITUAIS E CAMARINHAS
Por: Brasão de Freitas

RITUAL DA GIRA DE ESQUERDA
(VIRADA DE BANDA)


(arazao.com.br)

Fundamento de Origem e Magia
A Virada de Banda é uma Gira de Exu, também conhecida como Gira de Esquerda, que os templos Umbandistas efetuam para descarregar os resíduos maléficos das descargas que acontecem nas Giras de Direita e que ficam incrustados nas paredes ou objetos ritualísticos após os trabalhos. Apesar de todo cuidado e assepsia (limpeza tanto material como espiritual) que é feita antes e depois das Giras de Direita ou de qualquer ritual do templo, sempre ficam algumas pequenas cargas negativas que, se não forem limpas, vão se acumulando e poderão se transformar em grandes problemas para as Vibrações do Templo.
A mesma coisa acontece com o canal mediúnico dos médiuns.
Daí a grande necessidade de se efetuar uma Gira que seja o inverso da outra, com base no processo de equilíbrio de forças da própria Natureza.
Assim, são chamados ritualisticamente os Guardiões do Templo e dos médiuns, que foram escolhidos pelas próprias Entidades Guias tanto do Templo como dos médiuns, para defenderem e protegerem o Templo, os médiuns e os frequentadores do Templo.
A Gira de Esquerda é uma gira de equilíbrio Vibratório absolutamente necessária para que se mantenha o equilíbrio vibratório da Vida do Templo e todos os seus frequentadores. É por isto que na maioria dos Terreiros de Umbanda, estas Giras são fechadas ao público assistente e só frequentadas por médiuns da Corrente Mediúnica do Terreiro. Não existe nada de misterioso ou de maldade nestes rituais que a comunidade do Templo não deva saber. Apenas, quem não tem nada para fazer nestas giras, não deve correr riscos a toa, pois isto só ajudaria a diminuir a vibração positiva alcançada com tanta dificuldade.
Entretanto, existem Templos que efetuam Giras de Esquerda especiais para atendimento aos assistentes. A principal finalidade destas Giras é que as Entidades de Esquerda incorporadas efetuem a ação equilibrante de “realizar” (confirmar e desobstruir), transformar e dinamizar a vibração espiritual em energia material (axé) dos pedidos feitos às Entidades de Direita.
Portanto, não se trata de Giras de descarrego de vibrações que, eventualmente podem ser feitos de forma individual a alguém que necessite. Na verdade trata-se de Giras de manipulação de axé, que servem muito mais para transformar, realizar, restituir e transferir energias vibratórias espirituais.

Lócus da Gira
A Gira de Esquerda deve ser realizada no Templo a que pertencem as Entidades que vão trabalhar. No Templo, o local apropriado é a Trunqueira. Quando o Templo não tem espaço suficiente na Trunqueira, a Gira poderá acontecer no espaço reservado à assistência, no salão onde acontece a Gira de Direita ou, no caso de se tratar de Gira de esquerda para “concretização” dos trabalhos da Direita, (Giras do tipo Iniciáticas Públicas) a Gira pode acontecer no Congá.
Na trunqueirinha é colocado um guardião especialmente criado para cada ritual. Este guardião “limpa” toda pessoa que cruzar esta trunqueirinha vinda de fora do campo vibratório da Gira (realizada na assistência), absorvendo as cargas negativas da aura para depois enviá-las à Grande Trunqueira e de lá para...(Desculpem, mas não podemos informar o local por se tratar de segurança da seção ritualística).

O Segredo da Gira
Ela se compõe de três partes: a Preparação, que representa o envolvimento do espírito na mecânica da encarnação, isto é, preparação do corpo material e áurico; a Incorporação, que representa a vida material do espírito encarnado, onde se localiza o canal mediúnico que deverá ser “limpo”; finalmente o Encerramento, que representa o fim do ciclo ou o estado de graça após a remissão dos erros e problemas dos participantes, até o próximo recomeço ou próxima Gira. Como é possível observar, a Gira de Esquerda Popular não possui Atendimento a consulentes como nas Giras Iniciáticas.



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