RITUAIS E CAMARINHAS
Por: Brasão de
Freitas
RITUAL DA GIRA DE UMBANDA
2ª Parte (Centro do Universo)
(blogdamythos.com.br)
O Lócus do encontro (O Centro do
Universo)
Referindo-se apenas ao local onde se
realizará a cerimônia ritualística da Gira, observamos que o mesmo se divide em
algumas partes importantes:
A Trunqueirinha, que é a abertura na
grade divisória entre Congá e Assistência, funciona como Portal entre o
universo espiritual e o universo material, numa dimensão mais próxima do Mundo
Material.
Na trunqueirinha é colocado um guardião
especialmente criado para cada ritual. Este guardião “limpa” toda pessoa que
cruzar a trunqueirinha vinda da assistência rumo ao Congá, absorvendo as cargas
negativas da aura para depois enviá-las à Grande Trunqueira e de lá para...(Desculpem,
mas não podemos informar o local fora do âmbito da Camarinha).
O Segredo da Gira
O grande fundamento da Gira é que ela representa
a manifestação do ser encarnado no mundo material, ou dos espíritos nos
corpos materiais.
Ela se compõe de três partes: a Preparação, que representa o
envolvimento do espírito na mecânica da encarnação; a Incorporação,
que representa a vida material do espírito encarnado; finalmente o
Encerramento, que representa o fim do ciclo ou o estado de graça após a
remissão dos erros e problemas dos participantes, até o próximo recomeço ou
próxima Gira.
Portanto, a Gira é a representação da
vida, vivida intensamente durante o ritual, pois os participantes estão em
contato com o mundo Divino através dos Portais abertos durante o Ritual.
Durante o Ritual da Gira só ocorrem
incorporações de espíritos desencarnados, porém ainda envolvidos com as
energias do Universo Astral, mesmo que já não encarnem mais no Planeta Terra.
Os Orixás não se manifestam nos médiuns durante as Giras.
Quando
desvendamos os Véus da criação do Universo Astral e da Queda dos Espíritos,
pudemos ver que, em virtude da ação e reação das forças centrífugas e
centrípetas da energia massa e da “energia espiritual”, quanto mais os
espíritos fracionados se aproximavam da energia massa atraídos por ela por
terem enfraquecido com a bi-polarização, mais aumentava o poder gravitacional
da energia massa que se comprimia cada vez mais atingindo níveis jamais
imagináveis pelo ser humano. No instante em que se chocaram aconteceu a
explosão Os Pares Vibratórios fracionados foram então envolvidos pelo Caos, mas
naquele exato instante, a Energia Massa caótica foi ordenada, isto é foi
harmonizada para que os Espíritos nela pudessem “viver”.
Quando uma Entidade incorpora num médium
durante uma Gira, ela risca ponto com pemba, encosta a cabeça sobre o ponto e
gira ou dança sobre o ponto riscado. Tecnicamente e espiritualmente o que está
acontece é o seguinte: a Entidade incorporada inicia um processo de re-ligação
(religarae) das vibrações e energias dela (espírito) juntamente com as
vibrações e energias do espírito do médium e, naturalmente, das energias do
corpo material do médium, com as vibrações primordias da Criação do Universo
Astral (Luz, som e movimento liberados no Big Bang). Na Magia, o que acontece é
o seguinte: o espírito, que é luz, encosta a cabeça do médium onde ele se
alojou nos sinais riscados com pemba que na verdade são sinais sonoros, em
seguida, como luz que é, gira (se movimenta) sobre os sinais (o som) e assim
forma a conjunção luz, som e movimento no tempo, que são a origem do Universo.
Completada a conecção no Tempo e no Espaço, a Entidade incorporada está apta
para promover a mesma conecção das vibrações (normalmente mais negativas do que
positivas) dos consulentes e harmonizá-las através de descarrêgo (passe
magnético), e reposição através do uso das energias contidas no charuto: o
mercúrio (a fumaça), o sal (a cinza), o enxofre (o fogo) e o hálito quente do
corpo do médium. Todo este material trabalhado pela Entidade está vibrado com
as energias Primordiais da Criação do Universo Astral. É por isto que as
energias do consulente ficam reequilibradas.
Concluídos os trabalhos, a Gira é
fechada, isto é, os portais são fechados para evitar “penetrações” indevidas.
Tudo que acontece na Gira tem razão de ser. Nada é por acaso.
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