RITUAIS E CAMARINHAS
O QUE SÃO E COMO SÃO
Por: Brasão de
Freitas
O RITUAL
1ª Parte (Introdução)
Semana
Umbandista de Volta Redonda (jornalaqui.com.br)
Introdução
A Religião Umbandista, na sua
constituição religiosa básica, possui Dez Rituais que são primordiais nos seus
Fundamentos Básicos de Origem e de Raiz, e que formam o Caminho da Luz ou
Caminho da Evolução que ela oferece a seus adeptos em igualdade de condições e
de acordo com o Grau Evolutivo e de Entendimento de cada um em particular.
Estes Rituais somente são ensinados de
forma oral e em recolhimento de Camarinha, conforme versa a Tradição Umbandista
herdada de nossos ancestrais. Este trabalho visa apenas trazer ao conhecimento
de todos os umbandistas O QUE É cada um destes Rituais sem entretanto entrar em
detalhes de Liturgia e Transmissão de Poder. A intenção é mostrar aos
umbandistas a simplicidade e a desmistificação da ideia do mistério que acaba
por provocar o medo e a descrença nos seus resultados benéficos. É também
mostrar a lógica que existe nos seus preceitos e no procedimento de execução,
também chamado de Procedimento Técnico, mostrando que cada coisa tem sua razão
de ser na sequência de execução do ritual.
Saindo, portanto, do mistério, do
misticismo exagerado ou fanático e do medo, vamos saber o que é cada um destes
dez rituais.
O que é, Origem, Razões.
Falando de forma bastante simplista
diremos que Ritual é um Caminho. Como todo caminho que se preze, possui um
ponto de origem e um ponto final. Ele foi criado exatamente par unir estes dois
pontos. A vida também é como um Ritual. Iremos até mais longe ao afirmar que “a
vida é um ritual”. Desta forma, somos obrigados a aceitar o fundamento de
que o Ritual é básico para a vida. E isto é tão importante para o ser humano
que ele passa a ter um elemento fundamental na sua caminhada cósmica. Saber que
existem modelos para serem seguidos, ou como criar um novo modelo a partir de
um Modelo Primordial (A Gênese), é realmente uma descoberta que nos dá a
certeza de que “Alguém” muito Poderoso, não descuidou nem descuida um só
instante, por mais ínfimo que seja, da nossa existência.
Criar um Ritual é como Criar um Cosmos.
E como o Cosmos é a nossa própria criação original, então com certeza as nossas
origens existenciais fundamentais estão na Gênese. Querer criar um Ritual de
vida sem conhecer a Gênese é como cair num buraco escuro e que não tem fundo.
Todas as razões de todos os Rituais já
criados em todos os tempos, dos que estão sendo criados e dos que um dia serão
criados na eternidade, sempre terão como base fundamental e eterna, a Gênese ou
a Criação executada por Deus.
Então, por uma destas eternas Razões,
vamos aprender o que é Ritual começando, é lógico, pelo seu fundamento de
origem maior: a Criação.
Segundo a Ciência, o Universo
começou a existir a partir de uma grande explosão, conhecida pelo nome de Big
Bang (A Grande Explosão). Pela análise científica, o que explodiu foi uma massa
caótica comprimida que atingiu uma temperatura de milhares de graus centígrados
espalhando massa incandescente de hidrogênio e hélio por todo o espaço vazio,
em todas as direções.
A explosão provocou a liberação de massa
incandescente para todos os lados e em todas as direções de forma radiante,
tendo a explosão como centro, como pontos luminosos que brilharam na escuridão
do espaço infinito e vazio. Era a Luz que se manifestava. A explosão também
liberou um estrondo tão forte, à cerca de aproximadamente treze bilhões de
anos, que até hoje se pode captar partículas de microondas do eco daquela
explosão, feito este já conseguido pela Ciência. Era a manifestação do Som no
Universo. Os pedaços incandescentes de massa impelidos pelo Universo à fora,
registravam a manifestação do Movimento, e daquilo que é considerado o Fator
Maior capaz de inter-relacionar o Real e o Irreal, que dá condição do movimento
e de todas as coisas poderem existir: o Tempo.
Aquela explosão gigantesca fracionou o
Caos, liberando todos os componentes que formavam a massa (elementos químicos
orgânicos e inorgânicos), desde os invisíveis, passando pelos microscópicos até
os maiores corpos formando nuvens de gases que iam se juntando aqui e ali,
formando grandes nuvens de gases quentes que iam girando em movimentos espirais
até novamente se comprimirem em milhões e milhões de corpos que se aqueciam e
incandesciam formando estrelas, galáxias, etc. Todos aqueles corpos em
movimento no espaço possuíam uma estrutura idêntica formada a partir de átomos
dos gases principais do Universo (Hidrogênio com cerca de 90%, Hélio com cerca
de 5% e outros gases formados a partir da fusão do Hidrogênio e do Helio, como
o Carbono, responsável pela vida, Oxigênio, Metano, Amônia e outros que iriam
dar origem aos aminoácidos e as moléculas da vida como adosina, cilosina, quinina,
etc., que inundaram todo o universo até os seus confins). As moléculas da vida
se espalham pelo Universo viajando em astros como os cometas, em nuvens de gás
oriundos das explosões de corpos celestes ou acompanhando as galáxias.
Acompanhando, pois, com o movimento expansivo oriundo da Grande Explosão, a
vida também se espalha por todo o Cosmos.
Ao se resfriarem mas mantendo uma
determinada temperatura (média de 30º centígrados) , estas misturas se
constituíram nos corpos de todas as coisas existentes no Universo, inclusive o
nosso corpo cheio de vida orgânica.
A Ciência diz que o ser humano foi feito
do Pó das Estrelas. A Bíblia diz que o homem foi feito do barro da terra. Ambas
dizem a verdade pois no final das contas é a mesma verdade.
E assim, falando de forma simplista,
surgiram todas as coisas que conhecemos. E analisando detalhadamente cada uma
delas, perplexos podemos dizer que todas elas são absolutamente “perfeitas” nos
seus mínimos detalhes.
Podemos então concluir que, nós nascemos
exatamente naquela explosão gigantesca.
Com certeza, nós estávamos lá (nossos
corpos), nas partículas de átomos que se formavam no centro das estrelas.
Mas, o que será que provocou tamanha
explosão?
Como nós, espíritos que somos fomos
envolvidos naquele instante cósmico?
Segundo a Religião, a vida começou
no Universo porque o Espírito Puro, que é um Par Vibratório, de polaridade
positiva, um dia se fracionou quando entrou em contato com a Substância Etérica
Indiferenciada (Caótica), de polaridade negativa, e então aconteceu a “queda”
do espírito fracionado (o envolvimento com a matéria caótica).
Houve então a necessidade de um plano de
ação, que se chamou de Ordenação, para que a Substância Etérica Caótica uma vez
ordenada, desse condições de que o Par que desceu separado pudesse deixar o
lócus da matéria e voltar unido para seu lócus original.
Então Kárma, Destino, Livre Arbítrio,
Rituais, Poder, Luz, Som, Movimento, Tempo, Magia, Ciências Físicas e Ciências
Ocultas, todos aliados à nova vivência do Universo (Universo Astral) junto com
os poderes volitivos dos Espíritos Puros, formaram ou constituíram um caminho
que se chamou Kárma Constituído.
É este caminho que constitui a Coluna
Vertebral da Umbanda chamado de o Caminho do Poder.
É com base neste Caminho, de Ordem e de
Leis específicas, que são pensadas e criadas todas as formas existentes no
Universo Astral.
Existe, portanto, a Ordem Cósmica onde
estão prefiguradas todas as coisas criadas no Universo. Todas estas coisas
estão prefiguradas em Sete Reinos que constituem o Princípio Fundamental do
Ritual da Vida de todas as coisas criadas, ou seja, a Grande Ordem Cósmica.
Kárma Constituído (Par)
O Kárma Constituído é o Caminho da Ordem
que é formado pelas regras que servem de Lei e Ordem do Caminho Constituído. O
Kárma Constituído se transformou no Ritual da Vida no Procedimento
Encarnatório. Seu conteúdo básico é o seguinte:
·
O
retorno à casa do Pai. O arrependimento (morte das velhas práticas e atitudes
erradas, e renascimento de uma nova ordem de vivência), a volta, o reencontro,
a comunhão com o Pai, o JUNTÓ com o Pai.
·
Vivenciar
as 7 Linhas da Umbanda nas encarnações para readquirir as vibrações que os
tornarão novamente partículas de Luz Espiritual.
·
As
encarnações são provisórias, nunca uma só encarnação será suficiente para a
vivência total da vibração do Orixá (Linha). Ninguém vivencia cem por cento uma
vibração espiritual numa única encarnação.
·
Uso
do Livre Arbítrio na encarnação é fator determinante para o tempo de
encarnações numa mesma vibração até atingir os cem por cento.
·
Vivências
incompletas no período encarnatório por força do Livre Arbítrio, provocam novas
encarnações.
·
A
dívida kármica contraída em cada encarnação, terá que ser cumprida em outras
encarnações, junto com a obrigação kármica da encarnação.
·
O
kárma determina a Personalidade do “Eu”. A condição evolutiva do
espírito na encarnação (grau evolutivo) determina o seu grau de personalidade.
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