sábado, 6 de julho de 2013

Item 7 – OS RITUAIS NA UMBANDA - Introdução

RITUAIS E CAMARINHAS
O QUE SÃO E COMO SÃO
Por: Brasão de Freitas

O RITUAL

1ª Parte (Introdução)

Semana Umbandista de Volta Redonda (jornalaqui.com.br)

Introdução
A Religião Umbandista, na sua constituição religiosa básica, possui Dez Rituais que são primordiais nos seus Fundamentos Básicos de Origem e de Raiz, e que formam o Caminho da Luz ou Caminho da Evolução que ela oferece a seus adeptos em igualdade de condições e de acordo com o Grau Evolutivo e de Entendimento de cada um em particular.
Estes Rituais somente são ensinados de forma oral e em recolhimento de Camarinha, conforme versa a Tradição Umbandista herdada de nossos ancestrais. Este trabalho visa apenas trazer ao conhecimento de todos os umbandistas O QUE É cada um destes Rituais sem entretanto entrar em detalhes de Liturgia e Transmissão de Poder. A intenção é mostrar aos umbandistas a simplicidade e a desmistificação da ideia do mistério que acaba por provocar o medo e a descrença nos seus resultados benéficos. É também mostrar a lógica que existe nos seus preceitos e no procedimento de execução, também chamado de Procedimento Técnico, mostrando que cada coisa tem sua razão de ser na sequência de execução do ritual.
Saindo, portanto, do mistério, do misticismo exagerado ou fanático e do medo, vamos saber o que é cada um destes dez rituais.

O que é, Origem, Razões.
Falando de forma bastante simplista diremos que Ritual é um Caminho. Como todo caminho que se preze, possui um ponto de origem e um ponto final. Ele foi criado exatamente par unir estes dois pontos. A vida também é como um Ritual. Iremos até mais longe ao afirmar que “a vida é um ritual”. Desta forma, somos obrigados a aceitar o fundamento de que o Ritual é básico para a vida. E isto é tão importante para o ser humano que ele passa a ter um elemento fundamental na sua caminhada cósmica. Saber que existem modelos para serem seguidos, ou como criar um novo modelo a partir de um Modelo Primordial (A Gênese), é realmente uma descoberta que nos dá a certeza de que “Alguém” muito Poderoso, não descuidou nem descuida um só instante, por mais ínfimo que seja, da nossa existência.
Criar um Ritual é como Criar um Cosmos. E como o Cosmos é a nossa própria criação original, então com certeza as nossas origens existenciais fundamentais estão na Gênese. Querer criar um Ritual de vida sem conhecer a Gênese é como cair num buraco escuro e que não tem fundo.
Todas as razões de todos os Rituais já criados em todos os tempos, dos que estão sendo criados e dos que um dia serão criados na eternidade, sempre terão como base fundamental e eterna, a Gênese ou a Criação executada por Deus.
Então, por uma destas eternas Razões, vamos aprender o que é Ritual começando, é lógico, pelo seu fundamento de origem maior: a Criação.
Segundo a Ciência, o Universo começou a existir a partir de uma grande explosão, conhecida pelo nome de Big Bang (A Grande Explosão). Pela análise científica, o que explodiu foi uma massa caótica comprimida que atingiu uma temperatura de milhares de graus centígrados espalhando massa incandescente de hidrogênio e hélio por todo o espaço vazio, em todas as direções.
A explosão provocou a liberação de massa incandescente para todos os lados e em todas as direções de forma radiante, tendo a explosão como centro, como pontos luminosos que brilharam na escuridão do espaço infinito e vazio. Era a Luz que se manifestava. A explosão também liberou um estrondo tão forte, à cerca de aproximadamente treze bilhões de anos, que até hoje se pode captar partículas de microondas do eco daquela explosão, feito este já conseguido pela Ciência. Era a manifestação do Som no Universo. Os pedaços incandescentes de massa impelidos pelo Universo à fora, registravam a manifestação do Movimento, e daquilo que é considerado o Fator Maior capaz de inter-relacionar o Real e o Irreal, que dá condição do movimento e de todas as coisas poderem existir: o Tempo.
Aquela explosão gigantesca fracionou o Caos, liberando todos os componentes que formavam a massa (elementos químicos orgânicos e inorgânicos), desde os invisíveis, passando pelos microscópicos até os maiores corpos formando nuvens de gases que iam se juntando aqui e ali, formando grandes nuvens de gases quentes que iam girando em movimentos espirais até novamente se comprimirem em milhões e milhões de corpos que se aqueciam e incandesciam formando estrelas, galáxias, etc. Todos aqueles corpos em movimento no espaço possuíam uma estrutura idêntica formada a partir de átomos dos gases principais do Universo (Hidrogênio com cerca de 90%, Hélio com cerca de 5% e outros gases formados a partir da fusão do Hidrogênio e do Helio, como o Carbono, responsável pela vida, Oxigênio, Metano, Amônia e outros que iriam dar origem aos aminoácidos e as moléculas da vida como adosina, cilosina, quinina, etc., que inundaram todo o universo até os seus confins). As moléculas da vida se espalham pelo Universo viajando em astros como os cometas, em nuvens de gás oriundos das explosões de corpos celestes ou acompanhando as galáxias. Acompanhando, pois, com o movimento expansivo oriundo da Grande Explosão, a vida também se espalha por todo o Cosmos.
Ao se resfriarem mas mantendo uma determinada temperatura (média de 30º centígrados) , estas misturas se constituíram nos corpos de todas as coisas existentes no Universo, inclusive o nosso corpo cheio de vida orgânica.
A Ciência diz que o ser humano foi feito do Pó das Estrelas. A Bíblia diz que o homem foi feito do barro da terra. Ambas dizem a verdade pois no final das contas é a mesma verdade.
E assim, falando de forma simplista, surgiram todas as coisas que conhecemos. E analisando detalhadamente cada uma delas, perplexos podemos dizer que todas elas são absolutamente “perfeitas” nos seus mínimos detalhes.
Podemos então concluir que, nós nascemos exatamente naquela explosão gigantesca.
Com certeza, nós estávamos lá (nossos corpos), nas partículas de átomos que se formavam no centro das estrelas.
Mas, o que será que provocou tamanha explosão?
Como nós, espíritos que somos fomos envolvidos naquele instante cósmico?
Segundo a Religião, a vida começou no Universo porque o Espírito Puro, que é um Par Vibratório, de polaridade positiva, um dia se fracionou quando entrou em contato com a Substância Etérica Indiferenciada (Caótica), de polaridade negativa, e então aconteceu a “queda” do espírito fracionado (o envolvimento com a matéria caótica).
Houve então a necessidade de um plano de ação, que se chamou de Ordenação, para que a Substância Etérica Caótica uma vez ordenada, desse condições de que o Par que desceu separado pudesse deixar o lócus da matéria e voltar unido para seu lócus original.
Então Kárma, Destino, Livre Arbítrio, Rituais, Poder, Luz, Som, Movimento, Tempo, Magia, Ciências Físicas e Ciências Ocultas, todos aliados à nova vivência do Universo (Universo Astral) junto com os poderes volitivos dos Espíritos Puros, formaram ou constituíram um caminho que se chamou Kárma Constituído.
É este caminho que constitui a Coluna Vertebral da Umbanda chamado de o Caminho do Poder.
É com base neste Caminho, de Ordem e de Leis específicas, que são pensadas e criadas todas as formas existentes no Universo Astral.
Existe, portanto, a Ordem Cósmica onde estão prefiguradas todas as coisas criadas no Universo. Todas estas coisas estão prefiguradas em Sete Reinos que constituem o Princípio Fundamental do Ritual da Vida de todas as coisas criadas, ou seja, a Grande Ordem Cósmica.

Kárma Constituído (Par)
O Kárma Constituído é o Caminho da Ordem que é formado pelas regras que servem de Lei e Ordem do Caminho Constituído. O Kárma Constituído se transformou no Ritual da Vida no Procedimento Encarnatório. Seu conteúdo básico é o seguinte:
·         O retorno à casa do Pai. O arrependimento (morte das velhas práticas e atitudes erradas, e renascimento de uma nova ordem de vivência), a volta, o reencontro, a comunhão com o Pai, o JUNTÓ com o Pai.
·         Vivenciar as 7 Linhas da Umbanda nas encarnações para readquirir as vibrações que os tornarão novamente partículas de Luz Espiritual.
·         As encarnações são provisórias, nunca uma só encarnação será suficiente para a vivência total da vibração do Orixá (Linha). Ninguém vivencia cem por cento uma vibração espiritual numa única encarnação.
·         Uso do Livre Arbítrio na encarnação é fator determinante para o tempo de encarnações numa mesma vibração até atingir os cem por cento.
·         Vivências incompletas no período encarnatório por força do Livre Arbítrio, provocam novas encarnações.
·         A dívida kármica contraída em cada encarnação, terá que ser cumprida em outras encarnações, junto com a obrigação kármica da encarnação.
·         O kárma determina a Personalidade do “Eu”. A condição evolutiva do espírito na encarnação (grau evolutivo) determina o seu grau de personalidade.


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