sábado, 5 de outubro de 2013

Item 4 – ORIXÁS: OXOSSI 1

ORIXÁS II
PERFIL DE OXOSSI 1

VISÃO DO CANDOMBLÉ (Síntese)
Oxossi
(orixasalaketu.blogspot.com)

ARQUÉTIPO DE OXOSSI VISTO PELO CANDOMBLÉ
No culto dos Orixás Africanos a figura de Oxossi é pouco lembrada na África onde, segundo o pesquisador Pierre Verger, este Orixá praticamente não tem filhos, num processo de esquecimento desde o século XIX quando a Nação Keto foi destruída e saqueada pelas tropas do rei do Daomé que transformou seus habitantes em escravos e os enviou para o Brasil. Desta forma foi grande o número de iniciados devotos de Oxossi que vieram escravizados para o Brasil.
Já no Candomblé, que é de origem brasileira, Oxossi é bastante difundido e querido. Aqui no Brasil é considerado responsável pela atividade da caça e também cultuado como o senhor das florestas ou rei das matas.
Oxossi vive ao ar livre e seu combate é mais cotidiano, nas matas, caçando os animais que servirão de alimento. Nunca aprova a matança pura e simples, pois a morte dos animais só é aceita se tiver como finalidade alimentar os seres humanos ou servir aos rituais litúrgicos.
O conceito de liberdade e independência é muito claro em Oxossi. Ele usa esta liberdade e independência para exercer sua principal responsabilidade em relação ao mundo que é garantir a vida dos animais, vegetais e minerais para que eles possam servir de alimento aos seres humanos.
Oxossi é o arquétipo do guerreiro jovem e solitário que vive pacientemente à espreita, atento a todos os ruídos das matas, pronto para exercer a sua atividade de caçador. A impressão que deixa é a de um homem rude e sem vínculos que só vive para as matas e a caça, e que por isso aprende a conhecer a natureza, desvendando os segredos da mata e dos bichos para, sobre eles, exercer seu domínio.
A história de Odé que ousou desafiar as proibições, enfrentar os espíritos da floresta e do bicho mítico considerado poderoso entre todos, é a do homem que impõe sua marca sobre o mundo selvagem.
Oxossi, pois, transmite aos filhos um “tipo arquetipal” de pessoa jovial, rápida e esperta, tanto mental como fisicamente, com grande capacidade de concentração e de atenção aliada a uma firme determinação em alcançar seus objetivos e paciência para agir no momento mais propício.
É reservado, guardando exclusivamente para si seus comentários e sensações, sendo discreto quanto ao seu humor e disposição.
Conseqüentemente tem uma tendência para apreciar a solidão ou para buscar ocupação e funções que possam ser desempenhadas de maneira independente sem ajuda ou participação de muita gente.
Possui um forte sentido de dever e grande noção de responsabilidade.
Desta forma, o filho de Oxossi teria uma forte ligação com o mundo material, sem que esta tendência denote ambição desmedida.
Oxossi corresponde ao tipo das pessoas que gostam de viver sozinhas e que, quando recebem amigos gostam de fazê-lo em pequenos grupos. Sabem, pois lidar com a realidade material, sonham pouco e têm os pés ligados à terra.
Para o Candomblé, Oxossi é um deus do elemento preto e seu axé inclui o suco das plantas. Existem cinco qualidades deste Orixá: Oxossi, que acabou se tornando o nome principal dos cinco tipos; Odé, o caçador; Otin, o companheiro que vai pelas matas ao lado de Ogum, usando só a lança e não o arco-e-flecha e só veste roupas azuis; Inlê ou Ibualama, o único Oxossi que se veste apenas de couro, que usa um chicote também de tiras de couro, chamado bitalá; e finalmente Anguê, forma de Oxossi cultuada pelos Jêjes, e que vive permanentemente nas matas.

DADOS RITUALÍSTICOS
          Filiação: Oxalá e Yemanjá
          Metal: Estanho
          Número: 4
          Cor: Verde. Azul claro em alguns Candomblés.
          Guias: Missangas verde escuro. Alguns Candomblés adotam o azul claro ou o verde e o Branco.
          Veste ritualística: Saiote de plumas verdes ou multicoloridas ou de pano bordado em paetês verdes, as vezes combinando com branco e azul.  Capacete com penacho Verdes. Pulseira e Bracelete de bronze. Nas mãos o arco o as flechas; nas costas, aljava de flechas e surrão e outras peças de pelos de animais.
          Comida: 1 - Peixe, camarão seco, cebola, milho vermelho, amendoim, coco, dendê, mel de abelha. Tudo enfeitado com frutas.
                          2 – Axoxô = Papa de milho verde e peixe assado cheio de farofa com dendê.
          Animais de sacrifício: Boi, bode, porco, galo carijó, coquém.
          Apetrechos e armas: Arco e flechas e Erukerê.
          Assentamento: Otá de pedra limosa ou esverdeada.
          Paó: 3 batidas espaçadas levando-se as mãos fechadas para frente e para cima juntas, mais 7 batidas lentas à frente e 3 de reverência. Adobalé.
          Toque de atabaque: Aguerê.
          Dia consagrado: Quinta-Feira
          Saudação: Oke arô!
          Sincretismo: Bahia = São Jorge. No Rio = São Sebastião.
          Qualidade do Axé: Preto.

OBSERVAÇÃO:
As fotos e figuras usadas neste blog foram copiadas da Web e dado o devido crédito a quem as postou ou ao autor da foto ou obra. Pedimos desculpas aos autores que não conseguimos identificar. Caso os autores desejem ser indicados, teremos a honra de citá-los neste blog, desde que nos comuniquem e comprovem (A comprovação se faz necessária para a devida proteção do verdadeiro autor). Desde já meus agradecimentos e Axé de Zambi para todos nós.

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