sábado, 28 de junho de 2014

Item (9) A Gênese Umbandista (Cont. item 1)

ITEM 9 – A GENESE UMBANDISTA – Capítulo V
A AÇÃO CRIADORA SEGUNDO OS CULTOS DE NAÇÃO
Por Brasão de Freitas


Deus, o Ser Supremo (Olorun)

A AÇÃO CRIADORA SEGUNDO OS CULTOS DE NAÇÃO (II)

Nos Cultos de Nação Africanos e sua vertente brasileira, o Candomblé, existe nos Contos Imemoriais, o rito da Criação segundo o credo Yorubá, que tem a seguinte descrição:
“O ar e as águas moveram-se conjuntamente e uma parte deles mesmos transformou-se em lama. Desta lama originou-se uma bolha ou montículo, a primeira matéria dotada de forma, um rochedo avermelhado e lamacento”.
“Olorum admirou esta forma e soprou sobre o montículo, insuflando-lhe seu hálito e lhe deu vida. Esta forma, a primeira dotada de existência individual, um rochedo de laterita, era Exu Yangui”.
Mas Exu Yangui era o terceiro criado, pois antes dele, segundo os Mitos da Criação, Orixalá e Odudua já haviam sido criados por Olorum. (Informações colhidas e o texto entre aspas acima de autoria de Juana E. dos Santos, foram tirados do livro Ifá – O Orixá do Destino, de Ivan H. Costa, Editora Ícone).
Como é voz corrente nos ritos e práticas da Lei de Umbanda que o Orixá Oxalá e Jesus são da mesma vibração espiritual e cujo sincretismo assinala que são a mesma Entidade Espiritual (Mesmo que, sabendo-se que o Orixá Oxalá membro da Coroa Divina jamais penetrou ou teve contato com a Substância Etérica, e que Jesus Cristo como Cristo Solar, é o senhor regente do Sistema Solar junto com sua Hierarquia Crística), a Umbanda vive dentro do cristianismo e, por isto, faz parte do maior grupo religioso do planeta, ou seja, os seguidores dos princípios e fundamentos contidos na Bíblia, que são: os Católicos Romanos, os Católicos Ortodoxos, os Protestantes ou Evangélicos, os Islamitas seguidores de Maomé que idealizou o Alcorão segundo os ensinamentos cristãos, os Kardecistas e até os Tupys que seguiam os princípios de Curuçá. Várias outras Religiões carregam alguns preceitos cristãos e, por isto, temos certeza de que a grande maioria dos habitantes do planeta segue preceitos cristãos.
Por este motivo, e por sermos fieis crentes Umbandistas, acreditamos que os trechos místicos citados acima, da Bíblia, da Umbanda e do Candomblé são suficientes para servir de base às explicações necessárias sobre a Gênese do Universo.
Provar a criação do Princípio Espiritual Uno é uma tarefa muito difícil para nós, seres humanos, já que este ato da Divindade Suprema só a Ela é dado o conhecimento e a razão. Portanto, isto só pode ser feito através das Religiões, ou com o auxílio dos fundamentos religiosos. Isto porque o Espírito é algo imaterial, invisível, sem forma, e até a própria imaginação sente dificuldade de expressar até mesmo através de símbolos. Entretanto, a evolução ou entendimento da Ciência Física, já permite vislumbrar, através da Matemática, da Química, da Física, da Medicina, etc., a “perspectiva” da existência de algo que, em nome do equilíbrio perfeito, da bipolaridade da energia, simplesmente “tende a existir”, tal qual a partícula do Quanta.
Conhecendo-se então através da Ciência Física a existência do Big Bang, da estrutura atômica do Universo, do quanta, dos neutrinos, dos quakers, dos muons, etc., e as crenças religiosas sobre a Criação, podemos então formular ou pelo menos tentar explicar aquilo que é inexplicável, como é a Gênese.
Porém, como a Gênese é Arcano Divino (a causa e a sua origem são do conhecimento apenas da Divindade), e nós somos herdeiros da Sabedoria da Divindade, então podemos pelo menos imaginar como aconteceu parte desta Criação e, por isto, como existimos já que, o porque da existência talvez jamais saibamos, pois isto depende da Vontade do Ser Supremo.
De tudo que lemos, ouvimos e aprendemos sobre a Gênese, fizemos uma análise que tentaremos mostrar a seguir, para que, talvez, alguém que também já tenha estudado e formado idéia sobre o assunto possa também formar sua versão e então juntos possamos aprender um pouco da sabedoria um do outro.
Iniciaremos o nosso resumo com o seguinte parágrafo do pensamento de Paracelso:
“Na origem primordial dos tempos, num dado momento da eternidade, o Ser Supremo e Absoluto por um ato se Sua Vontade Onipotente, decidiu criar o Princípio Espiritual Uno (Existência) ou a Coletividade das Divinas Potências, A Essência do Universo Espiritual e do Universo Astral. Neste Princípio Espiritual Uno existia um fogo e um caos nos quais estavam prefiguradas as formas de todo o universo. Eram uma matriz cósmica, espermática, e por outro lado um fogo gerador em que a ação recíproca entre matriz e fogo constituía uma mônada como sendo a pedra filosofal da vida que seria o meio e fim de todas as coisas”.
Acreditamos que a Vontade do Poder Absoluto manifestou-se subjetivamente, penetrando toda a Criação e dando vida a tudo, mas permanecendo em sua Essência Primordial, fora da Criação, mas exercendo Seu Poder e Sua Vontade sobre o Universo Total.


sábado, 21 de junho de 2014

Item 10 – OS ELEBARAS NA UMBANDA (Parte 11)

QUIMBANDA (EXU/POMBAGIRA)
(AXIRÔS/ELEBARAS)
Por: Brasão de Freitas
Parte 11 – O ARQUETIPO DE POMBA GIRA


ELEBARA VISTO PELO CANDOMBLÉ

Pombagira (axeoba.blogspot.com)

O ARQUÉTIPO DA POMBAGIRA NO CANDOMBLÉ
Nos rituais do Candomblé existe a característica feminina de Elebara que é a Pomba-Gira, Pombagira, ou Bombo Gira.
Como entidade se apresenta agressivamente sensual, usa cabelos soltos, saias rodadas, flores nos cabelos; sua dança é uma gira frenética e desenfreada, um pouco violenta, com quase nenhum controle, normalmente considerada sem compostura.
Uma das especialidades de Pomba-Gira dada no Candomblé é o campo amoroso, sentimental e sensual, tanto da mulher como do homem. Elas procuram despertar e avivar este sentimento com muita ênfase.
Como Imolê, ou Divindade, possui as mesmas características de Exu.
Mas nos rituais, As Pombagiras demonstram emanar muito poder material na área sentimental e nos cuidados com o corpo pois parecem idolatra-los, tal a maneira e cuidado que demonstram pelo corpo dos médiuns. Este fenômeno também é muito sentido e observado na Umbanda a tal ponto de atribuir às Pombagiras a guarda e proteção do corpo material, principalmente no que se refere à doenças.

LENDAS DE POMBAGIRA
LENDA DA POMBAGIRA MENINA DA PRAIA
Conta a lenda de Carranna (Pombagira Menina da Praia) que vivia numa ilha de pescadores no Oceano Pacífico, que os pescadores adoravam uma divindade do mar chamada Dagon. O poder de Dagon era tornar o mar furioso e tornar a pesca escaça, dificultando a vida da aldeia. Por esta razão, a cada sete anos, os pescadores amarravam uma menina virgem em duas pedras e a deixavam na beira do mar para que, quando a maré subisse ela fosse levada para Dagon.
Carranna, que vinha sendo preparada para ser Sacerdotisa da aldeia, aprendeu co sua avó os segredos dos Ondinos, revoltada com a situação das meninas sacrificadas usou estes conhecimentos para atrair Dagon. Dagon surgiu em forma de anjo e perguntou porque tinha sido chamado com tanta ousadia. Carranna respondeu que é porque estava cansada dos sacrifícios dos pescadores e queria saber porque Dagon exigia o sacrifício. Dagon respondeu que era por causa de sua procura or uma sacerdotisa que deveria ser sua Rainha. Carrana então respondeu que estava disposta a ser a eterna rainha de Dagon se ele libertasse seu povo daquela obrigação. Dagon vendo que a menina não tinha medo, propôs atender o pedido dela mas que ela teria que ficar para sempre presa entre a parai e o mar, e seu povo levaria como oferenda, frutas, perfumes e essências a todos os seres do mar. Carranna concordou o e trato foi selado.
Desde então, Carranna ficou sendo a protetora dos pescadores e das meninas, que vagam na beira da praia, por isso quando você for à praia e ver meninas brincando e passando na beira do mar, você irá ver o espírito de Carranna que ali está. è por isso que toda oferenda que são entregues na beira do mar após serem tragadas pelas ondas retornam à beira da praia para Carranna.
(Lenda apresentada pelo Ilê de Iemanjá.) (doia.no.comunidades.net)

LENDA DA POMBAGIRA SETE SAIAS.
Sete Saias teve sua vinda ao mundo cercada de muito sofrimento. Já na sua infância se dá o inicio de sua aflição, pois ao nascer sua mãe falece por complicações no parto. Desde então, sofre constantes humilhações vindas de seu pai que passa a culpá-la pela morte da esposa que tanto amava. Sete Saias cresce e com o passar dos anos crescem os aviltamentos e já moça passa a ser forçada a fazer todas as vontades do pai, sendo mais uma serviçal do que uma filha.
Por morar num lugar ermo, não tinha perspectivas futuras de vida e acabou por se envolver com ricos fazendeiros causando assim a fúria das esposas que queriam apedrejá-la.
Segundo a lenda, o nome Sete Saias vinha por conta de 7 amantes. em função de usar sete saias diferentes sendo uma para cada amante. Os amantes acabaram por trancá-la num casebre abandonado, sem alimentos o que fez com que ela se alimentasse de restos de vegetais que encontrava naquela prisão. Mesmo fraca, conseguiu derrubar uma parede velha de madeira e por La fugiu arrastando-se até uma estrada onde, vista por ciganos, foi acolhida. Tornou-se uma bela moça e acabou casando com o filho do chefe do clã dos ciganos. O marido ficou rico e recebeu o título de Barão. A esposa, tornada baronesa pelo casamento, rica e poderosa resolveu vingar-se de quem havia tentado destruí-la. O marido, apaixonado resolveu atender o pedido da esposa e comprou uma bela e enorme mansão no povoado onde ela havia morado. Para a inauguração, foram distribuídos convites a todos os ricaços que a haviam condenado e prendido no barracão, para morrer de fome. Tratava-se de um baile de máscaras. Em dado momento, Sete Saias desce as escadas com um vestido maravilhoso e de máscara de tal forma que ninguém sabia de quem se tratava. Mandou trazer pelos empregados vários barris de óleo e espalhou-os pela casa. Então ela reuniu a todos no meio do salão e retirou a mascara ao mesmo tempo que lembrava a todos quem era. Formou-se uma grande discussão entre todos que a condenavam e ofendiam, inclusive seu pai numa tremenda confusão. Sem que os convidados percebessem ele e o marido saíram sem ser vistos e em seguida ela ateou fogo na casa que ardeu rapidamente facilitada pelo óleo que havia sido derramado por toda parte pelos empregados. A casa queimou assim como todos que estavam dentro. Já na carruagem com o marido, parou diante da casa em chamas e disse: “livrei vocês de seus pecados com o fogo”. Em seguida foi embora e nunca mais foi vista. Diz a lenda que morreu aos 78 anos.
(Lenda apresentada pelo Ilê de Iemanjá).

DADOS RITUALISTICOS
          Filiação: Não considerada
          Cores: vermelho e preto
          Saudação: Pomba-Gira Exu!
          Comida: as mesmas de Exu
          Sacrifício: Galinha vermelha, cabra
          Guias: miçangas vermelhas
          Apetrechos e Armas: Faca, punhais
          Toque de Atabaque: Bravum
          Dia da Semana: 2ª Feira
          Flores: Rosas vermelhas (ou flores diversas vermelhas além de Dama da Noite)
          Perfumes (Essência): Dama da Noite, Essência de Rosas (Leite de Rosas)

ERVAS
As mesmas de Exu mais Guiné, Espada de Ogun, Mamona, Arruda, Bananeira, Vassourinha-Preta, além da preferida Dama da noite (Folhas e flor).

Como diz o OGBE MEJI: “Orunmilá diz que as coisas devem ser feitas pouco a pouco: Eu digo; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do preá; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do peixe.”


sábado, 14 de junho de 2014

Item 4 - CULTURA UMBANDISTA

ORIXÁS II: YANSAN visão do Candomblé
PERFÍS DOS ORIXÁS: YANSAN 1
VISÃO DO CANDOMBLÉ (Síntese)


Yansan

(tendadeumbandaluzecaridade.blogspot.com)

ARQUÉTIPO VISTA PELO CANDOMBLÉ
Para o Candomblé, Yansan é a manifestação do movimento. É o Orixá dos ventos, vendavais e tufões, furacões e tempestades.
É um Orixá feminino, figura das mais populares entre os mitos do Candomblé no Brasil e na África. Lá, na África, é cultuada sob o nome de Oyá, a deusa do Rio Niger, e é considerada o único Orixá que não teme os Eguns, dominando-os com seu iruexim, que é o seu instrumento litúrgico durante as festas, e que consta de uma chibata feita de pelo de rabo de cavalo atado a um cabo de osso, madeira ou metal.
Seu temperamento é misticamente apresentado como apaixonado, dominador, arrebatado e corajoso. No Candomblé existem 7 manifestações de Yansã : a própria Yansã, Iya Mesan, Onirá, Petu, Odo Oyá, PoPo e Balê.
Alguns Candomblés atribuem a Yansan um caráter voluntarioso, agressivo e as vezes mesquinho principalmente no que se refere ao amor, onde ela se mostra sempre arrebatadora, ciumenta e agressiva com as rivais. Apresenta-se sempre com ar coquete como que se julgando superior aos outros. Suas lendas bem retratam este caráter inquieto e agressivo.

DADOS RITUALÍSTICOS
          Filiação: Oxalá e Yemanjá
          Cor: Marrom avermelhado ou rosa coral
          Número: 11
          Elemento: Fogo
          Metal: Cobre
          Domínio: Ventos e tempestades.
          Comida: Acarajé, Inhame, beterraba, mel de abelha, milho cozido, cebolinha branca, azeite de dendê, amalá de quiabos.
          Sacrifício: Cabra (que não seja preta), galinha vermelha
          Colares: De missangas coral, ou contas de coral puro.
          Apetrechos: Adaga de cobre e latão, leque, iruexim.
          Assentamento: Otá de pedra vermelha ou coral.
          Dia consagrado: 4ª Feira
          Saudação: Epahei!
          Toque: Alujá e barravento
          Qualidade do axé: Preto.

OBSERVAÇÃO:
As fotos e figuras usadas neste blog foram copiadas da Web e dado o devido crédito a quem as postou ou ao autor da foto ou obra. Pedimos desculpas aos autores que não conseguimos identificar. Caso os autores desejem ser indicados, teremos a honra de citá-los neste blog, desde que nos comuniquem e comprovem (A comprovação se faz necessária para a devida proteção do verdadeiro autor). Desde já meus agradecimentos e Axé de Zambi para todos nós.

sábado, 7 de junho de 2014

Item 7 – OS RITUAIS NA UMBANDA – 13 – 21 Anos

RITUAL E CAMARINHAS
Por: Brasão de Freitas

RITUAL DE FEITURA DE SANTO – 21 ANOS - MESTRADO

(Genitores Divinos)
Conexão corpo, mente Espírito
(Poesia e Sensibilidade)

O Mestrado
Aos 21 anos de sacerdócio, o médium umbandista após desenvolver tantos conhecimentos sobre a Magia da Vida, descobre que a Sabedoria Universal, que ele tem buscado incessantemente nestes 21 anos, corresponde à soma das Sabedorias de todos os seres inteligentes do Universo. O Sábio é aquele que possui a sua sabedoria própria e vai aprendendo a sabedoria dos demais seres a sua volta, além da Sabedoria Ancestral que jamais poderá ser esquecida.
As Ciências, Exatas e Ocultas, juntas, constituem aquilo que conhecemos como Sabedoria Cósmica.
De posse do conhecimento de que o homem pode realizar o que acredita na medida do que sabe e em razão do que ignora; e faz tudo que quer na medida do que crê e na razão do que sabe, o médium sacerdote descobre que a Sabedoria Cósmica e a Sabedoria Universal juntas constituem todas as Ciências que conhecemos e que elas estão interligadas entre si, e cada uma representa uma parcela do conhecimento do Poder Cósmico. Analisando cada uma, vemos que todas possuem uma única direção ou objetivo: ordenar a vida do ser humano ou Espírito Encarnado e de todos os seres e coisas do Universo.
Este objetivo é que as une e faz com que possamos aprender sobre a maravilhosa Criação, a Natureza e sua existência harmoniosa e ordeira, espelho para o aperfeiçoamento dos sentidos, dos instintos, da percepção e inteligência do ser humano.
Desta forma, como nos ensina M. Ghandi, “O homem é a síntese da natureza; a natureza é a síntese do universo, e o universo é a síntese do pensamento Divino, e que, no mundo em que vivemos tudo é possível, mas, felizmente nem tudo é possível a todos”.
A analogia dos contrários não é apenas a oposição de forças antagônicas criadas aleatoriamente no universo de todas as esferas. Ela é a razão da Existência e geradora da vida no Universo. Ela representa a Sabedoria Suprema.
O Fundamento Místico desta camarinha e deste ritual é a valorização da Sabedoria Sacerdotal, pois a partir deste ato sacramental, o médium sacerdote se transforma no Pai Sacerdotal responsável pelo equilíbrio da vida espiritual (Aprendizado) dos filhos de fé dentro do Templo. Ele se torna o Sábio que todos procuram para aprender sua Sabedoria e a Justiça que ela representa dentro da Lei e Ordem do Templo e da Religião. Sua imagem refletida lembra a do Arcanjo Mikael dos cristãos. Seu exemplo de vida sacerdotal é o espelho do que é uma Encarnação Missionária de alguém que carrega a vontade e a necessidade de ajudar o próximo que estão acima de qualquer vaidade ou interesse em projeção pessoal, riqueza ou bem material oriundo da prática religiosa ritualisticamente sagrada. Por natureza encarnatória estão sempre em posição de comando vibratório de forma absolutamente natural. Os espíritos encarnados nestas condições são possuidores de muitos conhecimentos magísticos aprendidos nos processos iniciáticos fechados ou mesmo recebidos de Entidades de altíssima Luz em diversos momentos de suas vidas.
Em resumo, aos 21 anos de Santo o médium recebe o Erô Oxô, que significa “Os Segredos do Poder”, profanamente chamado de Eroxô, e também recebe o Owô Awô, que significa a “Mão do Sagrado”, não apenas referindo-se ao processo de Adivinhação mas também ao Poder de por a mão na cabeça de alguém como pai, dirigir um Templo e preparar seus “assentamentos de defesa” e abris os “Portais para o Céu”.

O Ritual (Síntese)
A Cerimônia básica desta Camarinha consiste em: Preparação que envolve desde o assentamento do Templo, a limpeza material e espiritual do Templo, escolha de sambas e demais ajudantes, organização e conferência de todos os materiais ritualísticos, chegada e apresentação dos Iaôs, integração do barco: Abertura, início com harmonização com a Banda da Esquerda (Gira e oferendas); a Realização Cerimonial, que constitui a desvirada de Banda, assepsia, renascimento e Eledá, palestras; as rezas e pontos sonoros, preparação dos materiais das oferendas, cânticos e xirês; submissão, Levantamentos dos Guias e Orixás, entrega das oferendas; Confirmação da Camarinha pelo Guia Chefe do Templo; Encerramento, Muzenza.

Doar-se, uma prova de amor incondicional em todas as Camarinhas. Esta é uma parte que se repete em todas as Camarinhas mas pouco é vista e poço reconhecida. Por isso a estamos ressaltando como parte integrante do Ritual. Mas, dentro dos fundamentos da Umbanda, no capítulo amor fraterno, onde está a diferença entre Sambas, Cambonos, auxiliares e Iaôs?

Significado dos materiais usados: Os materiais usados neste ritual são iguais aos demais materiais usados nos rituais anteriores e já descritos. A grande diferença está no Ritual já que o mesmo se processa de forma ordenada crescentemente, partindo da energia densa, material, e crescendo até atingir a mais sutil das energias, Neste processo ritualístico o médium faz a conexão e a transformação dos materiais numa verdadeira alquimia transcendental atingindo conhecimentos que muitas vezes ele achava que já sabia e no entanto descobre agora que ele apenas os usava dogmaticamente sem conhecer seus verdadeiros e profundos conhecimentos guardados com muito zelo e cuidado para não cair em mãos erradas. Muitas vezes é muito mais seguro deixar-se que um médium execute algum ato magístico de forma ritualisticamente dogmática, porque o ritual conduzirá o ato magístico ao lugar correto, mas preservar o fundamento espiritual para o momento em que o médium esteja em condições morais e espirituais de aprendê-los, sem riscos da descambada para o mal. O único material que podemos falar é do colar  pois é o único objeto que diferencia o grau do médium distinguindo-o assim dos demais porém indicando também o seu compromisso maior e sua obrigação de ser mais tolerante.