sábado, 3 de maio de 2014

Item (9) A Genese Umbandista (Cont. item 1)

ITEM 9 – A GENESE UMBANDISTA – Capítulo III
A GÊNESE (UNIVERSO – As 3 Realidades Extrínsecas) Parte 2

Por Brasão de Freitas
As três realidades extrínsecas

Olorun criou Três Realidades Extrínsecas: a Luz, as Trevas e o Vazio Neutro (o Espaço). Na fronteira entre Luz e Trevas, a Luz penetrou nas Trevas e as Trevas na Luz, formando então duas regiões de Penumbra: Luz nas Trevas e Trevas na Luz.
(Cont.)

Não temos a menor pretensão de codificar a Gênese. A demonstração da transformação da Vibração em massa de força só é possível com o auxílio das demais Ciências Causa, todas oriundas da Gênese. Em primeiro lugar, vamos recorrer à Lógica, a Razão e a Inteligência, que consideramos fundamentos básicos da Criação.
A Lógica diz que, com base na hereditariedade, um ser só pode existir quando gerado por outro. É como a Matemática (Magia) que afirma e demonstra que depois do número um vem o número dois e assim sucessivamente, isto é, o número dois não existe se não existir o número um.
A Inteligência nos diz que para algo existir, ter vida, é preciso que exista movimento. Ora, o movimento é o resultado do deslocamento de qualquer coisa entre dois pontos, num determinado tempo. Isto quer dizer que é preciso existir pelo menos dois pontos para que exista movimento além do tempo, é claro. Assim, é lógico, o movimento entre dois pontos gera um terceiro elemento (a perpetuidade, a continuidade).
A Razão nos diz que, para ter continuidade, o terceiro gerado tem que possuir a “herança genética” dos dois que o geraram, é lógico.
É desta forma que se manifesta a existência perpétua. O dois vem do um e o três vem da soma dos dois anteriores.
Pela Lógica, nos diz a Filosofia e o Entendimento: “eu penso, logo existo”. E diz a Razão: então, se eu existo, eu sou o que sou, por isto eu tive um início. A Inteligência nos diz que para haver (um) início, é preciso que, em primeiro lugar, tenha existido Um ou Algo que seja anterior a Tudo, e Dele tenha nascido o Tudo e o Nada, tanto Relativos como Latentes e Potenciais.
A base fundamental da Gênese foi o primeiro instante ou primeiro “dia” ou primeira manifestação fenomênica, descrita nos Livros Sagrados. Segundo a Bíblia (dos cristãos), “No princípio, criou Deus a Coletividade das Divinas Potências, a Essência do Céu e da Terra (Céu significa a estabilidade da matéria prima. Terra é o eterno propósito do movimento)”.
“Mas a Terra não existia ainda senão em contingência e potência; a escuridão (vida latente) encobria a face do Infinito (o Vazio Neutro), e o Espírito de Deus (as Divinas Potências, a Luz) vibrava sobre as águas (a Substância Etérica), isto é, sobre a matéria prima homogênea (indiferenciada)”.
“E disse Deus: Haverá Luz (espiritual), e houve a Luz (Criação). E considerando Deus esta Essência Luminosa como boa, determinou um meio de separação (o Vazio Neutro) entre a Luz (Inteligência) e as Trevas (a vida latente)”. (Texto do livro Cabala, de F.V. Lorenz, da Editora Pensamento. Os textos e explicações entre parênteses é de nossa autoria).
No Movimento Umbandista não existe (pelo menos nós não conhecemos) uma visão única da Gênese. Talvez em razão da grande miscigenação de raças e culturas existentes no meio Umbandista, o certo é que a Gênese Yorubá vinda dos Cultos de Nação Africanos e herdada pelo Candomblé é a mais conhecida no âmbito interno dos terreiros pelos umbandistas que, entretanto, preferem raciocinar com a Gênese cristã.
Os dois grandes grupos umbandistas (Popular e Iniciático) têm visões aparentemente diferentes sobre a Gênese, mas que, segundo a visão deste autor, na verdade é apenas uma questão de interpretação de informações. No livro A Protosíntese Cósmica de F. Rivas Neto (Quero deixar claro que o autor Mestre Rivas não nos passou nenhuma procuração para explicar suas obras, muito menos em se tratando de obra mediúnica, ditada por um espírito de Altíssima Luz. A explicação que se segue é o entendimento muito pessoal, que este autor tem sobre o assunto em pauta), Mestre Rivas explica, no Capítulo II de seu livro “A Protosíntese Cósmica”, que nós, Seres Espirituais, somos e Incriados. Assim está escrito no livro: “Somos Incriados, pois não fomos Criados,” e explica: “Somos Incriados, pois somos da Mesma Natureza Vibratória da Divindade, sem sermos a própria Divindade, e muito menos centelha ou fagulha Dela.”
Segundo a nossa visão, a lógica nos faz concordar que, se o Ser Espiritual é considerado Eterno e, portanto Incriado, é porque nós Seres Espirituais temos a origem de nossa Natureza Vibratória Pura da mesma Natureza Vibratória da Divindade, que é Eterna, então a nossa Natureza Vibratória também é Incriada (a Natureza Vibratória dos Espíritos, não os Espíritos) ou Eterna. Mas, como fala no texto, Mestre Rivas afirma que “nossa origem” (portanto temos uma Origem, e se temos uma origem é porque não somos eternos) é do conhecimento único da Divindade. E que por isto somos “co-eternos” com a Divindade Suprema. Ora, o fato de algo ou alguém ser eterno significaria não ter princípio e nem fim (não é o nosso caso). Co-eterno significa que teve começo, mas não tem fim (este é o nosso caso). Isto significa que nós, Espíritos Puros, somos Co-eternos, mas só a nossa Natureza Vibratória é Incriada (Percepção, Inteligência, Consciência, Sabedoria, Amor Razão). Talvez por isto costuma-se dizer que somos eternos, assim como a substância etérica.
Portanto, mais uma vez a lógica nos esclarece, na luz da razão, que somente a Divindade é anterior a Tudo. Então, nós tivemos uma “origem” (cuja razão só a Divindade conhece). Repetindo, nossa Natureza Vibratória é Incriada, e nós, Puros Espíritos, somos Co-eternos, tal qual nos revelam outros Livros Sagrados que versam sobre a Criação ou Gênese.
A Divindade Suprema criou o Princípio Espiritual Uno, a Coletividade das Divinas Potências (Os Sete Orixás Virginais) com todos os Espíritos Puros, o Vazio Neutro e a Substância Etérica Indiferenciada (o Caos), e foram os Sete Orixás Virginais por ordem de Olorum que idearam e criaram o Universo Astral também com suas três Realidades (a Penumbra da Luz nas Trevas, a Penumbra das Trevas na Luz e o Cosmos Material onde nós – espíritos encarnados – habitamos). Como vemos, não foi a Divindade Suprema que nos criou diretamente como Espíritos Encarnados. Foram os Sete Orixás da Coroa Divina ou Coletividade das Divinas Potências. Então, para concluir, entendemos quando Mestre Rivas nos diz que “não fomos criados por Deus, como se o Supremo Ser fosse criar algo imperfeito”. Nós. Seres encarnados é que somos imperfeitos (O corpo físico é perfeito e o espírito também é perfeito, mas a mistura espírito mais corpo é imperfeita e por isto se desfaz ou morre) e buscamos a Perfeição. Como Espíritos somos Puros, pois fomos criados diretamente por Deus. (Quando os livros sagrados dizem que Deus criou o homem do barro da terra e sobre o boneco soprou seu hálito, o “deus” a que eles se referem que fez o homem do barro da terra certamente é o mesmo que na Umbanda é considerado como ORIXALÁ, que é o Puro Espírito das 3 Realidades Extrínsecas do Primeiro Instante da Criação e que representa a Coroa Divina ou os 7 Orixás: Oxalá, Ogun, Oxossi, Xangô, Yorimá, Yori e Yemanjá. Orixalá é o “sopro” de Olorum. Segundo o nosso entendimento, Orixalá é a soma dos 7 Orixás da Coroa Divina, da mesma forma que o branco que o represente é a somatória de todas as cores. Orixalá é OXY, tal como no Hinduismo Brahman é Brahma, Vishnu e Shiva juntos). E foi desta forma que o “sopro” (Espíritos Puros) foram parar no barro ou na matéria pela ação dos Orixás.

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