RITUAL E CAMARINHAS
Por: Brasão de
Freitas
RITUAL DE FEITURA DE SANTO (Primeiro ao sexto ano)
Camarinha de Santo, 1º ao 6º ano
(umbandanatureza.com.br &
orixás.blogspot.com)
A Feitura de
Santo
Os rituais de
Feitura de Santo têm início no quarto Sacramento da Umbanda. Os assentamentos
seguem a ordem inversa da Hierarquia Cósmica, isto é, de baixo para cima.
Assim, o primeiro Santo a ser assentado é aquele que está, na hierarquia
espiritual, mais próximo do ser encarnado. Algumas vezes principalmente em se
tratando de médiuns, em virtude da enorme “carência” do médium no seu
desenvolvimento sacerdotal (O sacerdócio é missão encarnatória assumida pela
pessoa), o Comando Espiritual (O Guia) indica para assentamento, a vibração do
Santo que estiver mais próxima do médium naquele momento (Olori, Elemi ou
Eleorum).
Fundamento
Místico é a
Iniciação ao Clero, ao sacerdócio sacrificial. O início, a volta, o retorno à
casa do Pai. A luta contra o ego. A busca pelas origens espirituais. A luta
pela justiça, O arranque, o Tempo. Renegar o passado turbulento e inglório,
renegar os erros para iniciar um novo caminho.
Buscar o Santo é lembrar-se de novo do Pai. É
arrepender-se de um dia ter saído da casa do Pai em busca dos prazeres da vida
densa, confessar seu erro a si mesmo e tomar a decisão de voltar. ELE quer
dizer Pai, BORI quer dizer assentamento.
O Elebori é
constituído por seis assentamentos de Santo do médium. O primeiro começa com o
assentamento do Primeiro Santo e assim sucessivamente até o assentamento do
sexto santo (Quando isto é possível. Caso contrário os assentamentos faltantes
serão assentados no Juntó de Oxalá). É preciso também lembrar que o Orixá é um
Espírito Puro e, portanto, um Par Vibratório. Desta forma, quando o Pai ou Mãe
de Santo assenta um Orixá, mesmo que o Filho de Santo ou Iaô não saiba no
momento, é possível que o Par esteja sendo assentado naquele instante. Desta
forma, seriam dois Santos assentados ao mesmo tempo. Tudo depende das Ordens da
Entidade Chefe do Terreiro que comanda todo o Processo Iniciático dos Filhos da
“Casa”.
Segundo a mística umbandista, a Vibração
original deste ritual vem do Par Vibratório Ogumi/Obá, de um ponto cósmico
chamado Humaitá, sobre a proteção de um Arcanjo chamado Samuel, que confirma o
poder espiritual do padrinho espiritual e também do material na ausência dos
pais materiais.
O Ritual (Síntese)
A Cerimônia básica desta Camarinha
consiste em: Preparação que envolve desde o assentamento do Templo, a
limpeza material e espiritual do Templo, escolha de sambas e demais ajudantes,
organização e conferência de todos os materiais ritualísticos, chegada e
apresentação dos Iaôs, integração do barco: Abertura, início com
harmonização com a Banda da Esquerda (Gira e oferendas); a Realização
Cerimonial, que constitui a desvirada de Banda, assepsia; renascimento e
Eledá, as rezas e levantamento do Bori de Caboclo; pontos sonoros, preparação
dos materiais das oferendas dos Orixás, cânticos e xirês; submissão, entrega
das oferendas; Confirmação da Camarinha pelo Guia Chefe do Templo; Encerramento,
Muzenza.
Doar-se,
uma prova de amor incondicional em todas as Camarinhas. Esta é uma
parte que se repete em todas as Camarinhas mas pouco é vista e poço
reconhecida. Por isso a estamos ressaltando como parte integrante do Ritual.
Mas, dentro dos fundamentos da Umbanda, no capítulo amor fraterno, onde está a
diferença entre Sambas, Cambonos, auxiliares e Iaôs?
Significado dos materiais usados: As Vestes simbolizam a mudança de
atitude. Um novo caminho ou o novo compromisso, uma nova vida a caminho da
regeneração e da evolução em busca de suas origens espirituais. A Quartinha que representa o
corpo material e a energia espiritual do neófito ou iaô, e o local onde são
assentados os axés que ligam a vida encarnada com o mundo espiritual. A Oferenda (De acordo com o Santo
a ser assentado) representa o material vibratório afim com a vibração que será
assentada. Ela funciona como o alimento (semelhante ao óvulo) que dá provimento
ou ação para a ligação entre o ser (semelhante ao espermatozóide ativado) e
suas origens espirituais que se manifestam ao formarem contato com as vibrações
contidas nas oferendas (alimentos, por isto chamadas de “comida de Santo”). A Pedra serve de ímã e
receptáculo das vibrações atraídas para a cerimônia. O Anel que representa a aliança firmada entre o ser
encarnado e a nova vida que escolheu para seguir, deixando para trás os erros,
decepções, tristezas, mágoas, raivas, ódio, inveja e demais predicados
negativos que afastavam o ser do caminho da redenção. A Firma que indicará ao médium suas novas obrigações, e aos
que para ele olharem, a indicação de seu grau de compromisso com a verdade e
com o Divino. A Água Doce o
elemento que funcionará como condutor das energias assentadas nos axés do
médium, como elemento de assepsia espiritual, e como adoçante da vida. A Vela que representa a Luz
espiritual e o elemento sutil de ligação entre o mundo visível e o invisível,
entre o profano e o sagrado.
Este
ritual se repete a cada ano no assentamento dos demais Orixás da pessoa ou para
levantamento dos Orixás já assentados até completar 7 anos, quando então será
assentado o Juntó de Oxalá.
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