sábado, 26 de abril de 2014

Item 10 – OS ELEBARAS NA UMBANDA (Parte 9)

QUIMBANDA (EXU/POMBAGIRA)
(AXIRÔS/ELEBARAS)
Por: Brasão de Freitas
Parte 9 - EXU O PODER-DINAMIZADO


Elebara (Blog Agora Exu Bara)

EXU O PODER DINAMIZADO
No Credo Yorubá, Elebara é o Par Vibratório Telúrico, formado por Exu e Pombagira, que foi o primeiro par material criado. Segundo Juana E. dos Santos, encontramos esta criação descrita por Juana mais ou menos assim escrita no livro Ifá o Orixá do Destino de Ivan H. Costa:
“O ar e as águas moveram-se conjuntamente e uma parte deles mesmos, misturados com a terra, transformou-se em lama. Desta lama originou-se uma bolha ou montículo, a primeira dotada de forma, um rochedo avermelhado e lamacento”.
“Olorun admirou esta forma e soprou sobre o montículo, insuflou-lhe seu hálito e lhe deu vida. Esta forma, a primeira dotada de existência individual, um rochedo de Laterita, era Exu Yangui”.
É assim que começa a saga da vida no Credo Yorubá.
“Desta foram, Exu Yangui foi o primeiro a ser criado na Existência Genérica e por isto ele é o Imolê Exu Agba ou Exu Ancestral.”
“Como ele foi criado logo depois de Orixalá e Odudua, ele é o Igba Ketá, ou a Terceira Cabeça ou o Terceiro Criado, símbolo da existência diferenciada.”
“Entretanto, Imolê Exu descontrolou-se e começou a devorar toda a existência. Orumilá o perseguiu e o obrigou a vomitar tudo o que havia comido; e tudo que Exu vomitava, saia melhor, maior e em melhor qualidade do que tinha ingerido. Orumilá, com sua espada picou-o em milhares de pedaços, transformando-o no Mais Um ou Um Multiplicado pelo infinito, o Exu Ôkôtô ou Caracol, cuja estrutura óssea espiralada parte de um ponto em direção ao infinito o que conceitua o crescimento e a multiplicação.”
“Ora, se Exu Yangui pode multiplicar-se até o infinito e tornou-se o símbolo da Restituição e da Recomposição, ele próprio é o EXU OBA BABA EXU ou Rei e Pai de todos os Imolê Exus.”
“Como Osetuwa, como mensageiro de Olorun não conseguia cumprir seu trabalho e, portanto não obtinha nenhum sucesso, em aflição procurou o Imolê Exu Odara ou Exu da Felicidade. Este ensinou-o como fazer pois Osetuwa cumprira o respeito e então Olorun aceitou as oferendas dos Imoles. Estes, gratos a Osetuwa, cobriram-no de presentes. Mas Osetuwa deu todos os presentes a Exu Odara e por isso foi consagrado como aquele a quem todos teriam obrigatoriamente que recorrer para suas oferendas serem aceitas e por isto tornou-se um poderoso Akim Oxô ou Multiplicador do Poder, pois mostrou que Exu era realmente o Osijê ou Mensageiro Divino e que também tinha o poder de aceitar ou recusar os sacrifícios rituais porque era o verdadeiro Elerú, Senhor do Carrego Ritual.”
“A partir de então, todos os Imoles resolveram dar um pedaço de sua boca ao Imolê Exu para que ele pudesse falar por todos. Por isto passou também a ser o Enú Gbarijo, Boca Coletiva dos Orixás.”
“Com todo este poder, Imolê Exu recebeu dos Imoles por delegação espontânea o poder de Elegbara ou Senhor do Poder Mágico.”
“Como toda a criação é regida por Imolê Exu, ele também é o Bara ou Senhor do Corpo.”
“Como ele é o Mensageiro e o Senhor do Carrego, só ele pode ser Lonan o Senhor dos Caminhos tanto dos benéficos (Ona Rerê) quanto dos maléficos (Ona Buruku) que ele abre ou fecha aos mortais se considerar que tudo esta de acordo com os preceitos, ajudando quem cumpre ou punindo quem não cumpre.”
“Por isto ele é Olobé, o Senhor da Faca ou Executor do Sacrifício que também quer dizer Aquele que tem poder da vida e da morte.”
“Entretanto, Exu não é símbolo da subtração, mas da restituição que os homens devem fazer através da oferenda. Assim ele é Elebó, o Senhor das Oferendas.”
“E se os seres oferendas atingirem seus objetivos, obterá também a Satisfação ou Alafiá. E se Exu tem o Poder, sobre todo o Axé no que diz respeito a sua manipulação, então ele é Exu Odusu, o Vigia ou Guardião do Odu ou Destino.” (Todo o trecho entre aspas está no livro Ifá, o Orixá do Destino de Ivan H. Costa, da Editora Ícone).

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: O texto descrito acima é por nós (autor desta matéria) considerado como o texto Sagrado de uma Escritura Sagrada que nunca foi escrita pelos Yorubás. Por isso o consideramos como um Texto Sagrado e o copiamos na íntegra do livro Ifá o Orixá do destino, de Ivan H. Costa, a quem agradecemos publicamente.

Como diz o OGBE MEJI: “Orunmilá diz que as coisas devem ser feitas pouco a pouco: Eu digo; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do preá; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do peixe.”


sábado, 19 de abril de 2014

Item 4 – ORIXÁS: XANGÔ 2

ORIXÁS II
PERFÍS DOS ORIXÁS: XANGÔ 2
VISÃO DO GRUPO POPULAR

Xangô
(Nelson Boeira Faedrich)

PERFIL GERAL DE XANGÔ – A JUSTIÇA DE DEUS
Deus, o Supremo, manifesta a sua presença de muitas e muitas formas. Uma delas é a Sabedoria Suprema. Como suprema, a Sabedoria é atributo único de Deus. Como universal, a sabedoria é atributo por Deus delegado aos espíritos puros.
Segundo a Filosofia, a Sabedoria é Luz Latente, que ilumina e vivifica todos os mundos, inclusive o Tudo e o Nada.
Se a Sabedoria é Luz, está configurado que também é fogo, já que este é a manifestação da luz.
Como o fogo esotericamente representa a vida e a morte, o principio e o fim de todas as coisas, ele é o positivo e o negativo, o passivo e o ativo, ou ainda, a balança da Justiça onde os pesos são iguais porque a Justiça é neutra.
Tudo isto nos leva a pensar o quanto sábio é Deus e por isto Ele é justo. Assim como Ele colocou espinhos entre as rosas enfeiando seus belos aspectos, também foi sábio bastante para colocar belas rosas entre espinhos para aliviar a feiúra dos espinhos.
Justiça e Sabedoria são dois predicados as Luz.
O fogo transforma e regenera. É como a Justiça que deve usar a sabedoria para regenerar os erros afins de que eles se transformem em caminho evolutivo dos seres.
Xangô é este fogo. É o Senhor Primaz do Fogo. Aquele que afere o Kárma para que se cumpra a Justiça de Deus.
O que está em cima é como o que está em baixo. O micro é igual ao macro. Aquele que desceu, terá que subir. Aquele que caiu terá que se levantar. Aquele que foi terá que voltar, porque na Natureza tudo é fluxo e refluxo. É como a balança da justiça com seus dois pratos em equilíbrio. O ativo mais o passivo gera o neutro. Da neutralidade nasce a justiça e, na balança da justiça os pesos são iguais.
Quem deve paga, quem merece recebe.
Assim diz o provérbio popular dentro do meio umbandista, e assim é a fé dos umbandistas.
Assim é a Justiça de Deus.

PERFIL POPULAR
Para a Umbanda, Xangô é a Justiça e a Sabedoria. Justiça bem ampla e irrestrita. Não somente a justiça em relação ao próximo, mas, principalmente a justiça para consigo mesmo.
Devemos convir que apesar da aparência de que é fácil viver dentro da ordem da justiça, na verdade é muito mais difícil do que se pensa. Viver o dia-a-dia na justiça significa ser justo com os outros e consigo mesmo. Mas, é exatamente na justiça consigo mesmo que está a grande dificuldade do ser encarnado. Ser justo com os outros, basta obedecer as leis morais e materiais e não infligir as leis naturais. Porém ser justo consigo mesmo significa Ter sabedoria para certificar-se de tudo que é nocivo ao conjunto espírito-corpo, tal como os vícios, a preguiça, os sentimentos negativos como o ódio, a vingança, a malícia, a gula, a luxúria, os pensamentos negativos, ou seja, qualquer atitude negativa  pois todas elas atrapalham a evolução do ser.
Como vimos acima, é extremamente difícil viver em sintonia com a justiça e, como diz o dito popular “quem deve teme”, também é fácil compreender porque Xangô é muito temido e muito respeitado em todos os seguimentos da grande Corrente Umbandista.
Xangô é sempre invocado com muito cuidado e com muito respeito. Tal qual o raio e o trovão, que tememos tanto e por isto respeitamos.
O arquétipo de Xangô é o de um ser vibrante, amigo, mas também de aspecto severo, confiável e majestoso. Seus atributos são buscados na pedra: rigidez, implacabilidade, imparcialidade, estabilidade.
Xangô é o fogo latente na pedra e ao mesmo tempo a própria pedra: frio e sem sentimentos emotivos. Ele é a fulguração da Luz Divina no plano mental de nossa escuridão material.
Considerado como simbolismo da lei de causa e efeito, que afere o Kárma, e que ressalta o sentido de luta e esforço do homem para elevar-se das sombras e aclarar o seu interior buscando o aperfeiçoamento.
Junte a este perfil, as características gerais de Xangô já mostradas anteriormente e terá uma projeção de comportamento dos filhos deste Orixá.

DADOS RITUALÍSTICOS
          Cor: Marrom
          Número: 3 ( o triângulo, símbolo do falo ).
          Metal: Bronze
          Elemento: Fogo
          Domínio: Pedreiras, raios
          Colares: Missangas marrom e brancas ou toda marrom de cristal.
          Apetrechos: Machadinha
          Assentamento: Otá de pedra marrom ou meteorito ou pedra de raio
          Toque: Barravento de Umbanda
          Dia consagrado: 4ª Feira
          Saudação: Kaô Cabecile
          Veste ritualística: Tiara ou cocar de penas e machadinha
          Flor sagrada: Lírios ou rosas brancas



OBSERVAÇÃO:
As fotos e figuras usadas neste blog foram copiadas da Web e dado o devido crédito a quem as postou ou ao autor da foto ou obra. Pedimos desculpas aos autores que não conseguimos identificar. Caso os autores desejem ser indicados, teremos a honra de citá-los neste blog, desde que nos comuniquem e comprovem (A comprovação se faz necessária para a devida proteção do verdadeiro autor). Desde já meus agradecimentos e Axé de Zambi para todos nós.
  

sábado, 12 de abril de 2014

Item 7 – OS RITUAIS NA UMBANDA – 11 – Feitura de 1 a 6

RITUAL E CAMARINHAS
Por: Brasão de Freitas

RITUAL DE FEITURA DE SANTO (Primeiro ao sexto ano)


Camarinha de Santo, 1º ao 6º ano

(umbandanatureza.com.br & orixás.blogspot.com)

A Feitura de Santo
Os rituais de Feitura de Santo têm início no quarto Sacramento da Umbanda. Os assentamentos seguem a ordem inversa da Hierarquia Cósmica, isto é, de baixo para cima. Assim, o primeiro Santo a ser assentado é aquele que está, na hierarquia espiritual, mais próximo do ser encarnado. Algumas vezes principalmente em se tratando de médiuns, em virtude da enorme “carência” do médium no seu desenvolvimento sacerdotal (O sacerdócio é missão encarnatória assumida pela pessoa), o Comando Espiritual (O Guia) indica para assentamento, a vibração do Santo que estiver mais próxima do médium naquele momento (Olori, Elemi ou Eleorum).
Fundamento Místico é a Iniciação ao Clero, ao sacerdócio sacrificial. O início, a volta, o retorno à casa do Pai. A luta contra o ego. A busca pelas origens espirituais. A luta pela justiça, O arranque, o Tempo. Renegar o passado turbulento e inglório, renegar os erros para iniciar um novo caminho.
Buscar o Santo é lembrar-se de novo do Pai. É arrepender-se de um dia ter saído da casa do Pai em busca dos prazeres da vida densa, confessar seu erro a si mesmo e tomar a decisão de voltar. ELE quer dizer Pai, BORI quer dizer assentamento.
O Elebori é constituído por seis assentamentos de Santo do médium. O primeiro começa com o assentamento do Primeiro Santo e assim sucessivamente até o assentamento do sexto santo (Quando isto é possível. Caso contrário os assentamentos faltantes serão assentados no Juntó de Oxalá). É preciso também lembrar que o Orixá é um Espírito Puro e, portanto, um Par Vibratório. Desta forma, quando o Pai ou Mãe de Santo assenta um Orixá, mesmo que o Filho de Santo ou Iaô não saiba no momento, é possível que o Par esteja sendo assentado naquele instante. Desta forma, seriam dois Santos assentados ao mesmo tempo. Tudo depende das Ordens da Entidade Chefe do Terreiro que comanda todo o Processo Iniciático dos Filhos da “Casa”.
Segundo a mística umbandista, a Vibração original deste ritual vem do Par Vibratório Ogumi/Obá, de um ponto cósmico chamado Humaitá, sobre a proteção de um Arcanjo chamado Samuel, que confirma o poder espiritual do padrinho espiritual e também do material na ausência dos pais materiais.

O Ritual (Síntese)
A Cerimônia básica desta Camarinha consiste em: Preparação que envolve desde o assentamento do Templo, a limpeza material e espiritual do Templo, escolha de sambas e demais ajudantes, organização e conferência de todos os materiais ritualísticos, chegada e apresentação dos Iaôs, integração do barco: Abertura, início com harmonização com a Banda da Esquerda (Gira e oferendas); a Realização Cerimonial, que constitui a desvirada de Banda, assepsia; renascimento e Eledá, as rezas e levantamento do Bori de Caboclo; pontos sonoros, preparação dos materiais das oferendas dos Orixás, cânticos e xirês; submissão, entrega das oferendas; Confirmação da Camarinha pelo Guia Chefe do Templo; Encerramento, Muzenza.

Doar-se, uma prova de amor incondicional em todas as Camarinhas. Esta é uma parte que se repete em todas as Camarinhas mas pouco é vista e poço reconhecida. Por isso a estamos ressaltando como parte integrante do Ritual. Mas, dentro dos fundamentos da Umbanda, no capítulo amor fraterno, onde está a diferença entre Sambas, Cambonos, auxiliares e Iaôs?
Significado dos materiais usados: As Vestes simbolizam a mudança de atitude. Um novo caminho ou o novo compromisso, uma nova vida a caminho da regeneração e da evolução em busca de suas origens espirituais. A Quartinha que representa o corpo material e a energia espiritual do neófito ou iaô, e o local onde são assentados os axés que ligam a vida encarnada com o mundo espiritual. A Oferenda (De acordo com o Santo a ser assentado) representa o material vibratório afim com a vibração que será assentada. Ela funciona como o alimento (semelhante ao óvulo) que dá provimento ou ação para a ligação entre o ser (semelhante ao espermatozóide ativado) e suas origens espirituais que se manifestam ao formarem contato com as vibrações contidas nas oferendas (alimentos, por isto chamadas de “comida de Santo”). A Pedra serve de ímã e receptáculo das vibrações atraídas para a cerimônia. O Anel que representa a aliança firmada entre o ser encarnado e a nova vida que escolheu para seguir, deixando para trás os erros, decepções, tristezas, mágoas, raivas, ódio, inveja e demais predicados negativos que afastavam o ser do caminho da redenção. A Firma que indicará ao médium suas novas obrigações, e aos que para ele olharem, a indicação de seu grau de compromisso com a verdade e com o Divino. A Água Doce o elemento que funcionará como condutor das energias assentadas nos axés do médium, como elemento de assepsia espiritual, e como adoçante da vida. A Vela que representa a Luz espiritual e o elemento sutil de ligação entre o mundo visível e o invisível, entre o profano e o sagrado.

Este ritual se repete a cada ano no assentamento dos demais Orixás da pessoa ou para levantamento dos Orixás já assentados até completar 7 anos, quando então será assentado o Juntó de Oxalá.



sábado, 5 de abril de 2014

Item (9) A Genese Umbandista (Cont. item 1)

ITEM 9 – A GENESE UMBANDISTA – Capítulo III
A GÊNESE (UNIVERSO – As 3 Realidades Extrínsecas) Parte 1

Por Brasão de Freitas
Olorun criou Três Realidades Extrínsecas: a Luz, as Trevas e o Vazio Neutro (o Espaço). Na fronteira entre Luz e Trevas, a Luz penetrou nas Trevas e as Trevas na Luz, formando então duas regiões de Penumbra: Luz nas Trevas e Trevas na Luz.

A GÊNESE (UNIVERSO – As 3 Realidades Extrínsecas)
A Gênese é o Arcano dos Arcanos, isto é, só o Senhor Eterno e Absoluto sabe quando e porque ela começou a existir. A única coisa que sabemos é que foi por um ato se Sua Vontade.
O trabalho a seguir sobre a Gênese é um trabalho de pesquisas baseado no esforço e espiritualidade de grandes mestres da Umbanda que tiveram através de seus Guias Espirituais o acesso à revelações consideradas sagradas dentro da seara umbandista.
Desta forma, a Gênese é aqui apresentada da forma em que foi encontrada em livros e com as explicações que nós entendemos serem elucidativas para aqueles que venham a ler este livro. Diríamos até que, na falta de um livro específico dentro da Umbanda, nos arriscamos a apresentar este estudo que não tem a pretensão de codificar ou dominar todas as idéias ou descobertas que a evolução natural dos seres e as informações mitológicas, sagradas e científicas de nossos Ancestrais e Guias Espirituais nos tenham deixado como herança ou novas descobertas ou esclarecimentos que venham a surgir no futuro sobre a Gênese.
Este esforço antes de ser confundido com vaidade representa apenas a vontade de que os Mestres da Umbanda tragam ao conhecimento de todos nós (Carentes das informações sagradas escritas das nossas origens primordiais) todas as informações disponíveis para que a Umbanda finalmente possua um Livro Sagrado que norteie os ensinamentos e fundamentos de todo umbandista desde o seu nascimento até sua morte. Isto se chama em outras religiões de “catequese”. Sem a Gênese ficam difíceis a unidade ritualística, a unidade de fundamentos, a vida comunitária dos umbandistas e aquilo que diz o nosso hino sagrado: “... Avante filhos de fé, como a nossa Lei não há, levando ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá”. Sem Gênese não pode haver ensinamento básico, de raiz, ou o conhecimento único da Umbanda.
A verdade é relativa. A verdade de hoje é mais evoluída do que a verdade de ontem, mas a verdade de amanhã será mais evoluída do que a verdade de hoje. Entretanto, nem por isto a verdade de ontem ou a verdade de hoje deixam de ser verdades.
Segundo a Tradição Ancestral Sagrada e o que as Entidades Espirituais nos revelam, antes que Tudo existisse, portanto anterior à existência de todas as coisas, havia apenas a Divindade Suprema, Senhor Absoluto de todas as coisas e o Único conhecedor de Tudo, idealizador e autor Único da Existência. Partindo deste princípio fundamental iremos em busca do entendimento sobre a existência.
Neste processo de entendimento sobre a existência, dois conceitos se destacam na tentativa de se esclarecer este poderoso mistério da Criação. Em princípio queremos afirmar que todo mistério existe para ser desvendado. Por isto existe o Livre Arbítrio, a inteligência, a percepção, a sabedoria, a consciência etc., e isto é ao mesmo tempo a mola propulsora da evolução do Kárma Constituído. Deus nos criou à Sua imagem e semelhança, nos deu a inteligência e a sabedoria assim como os demais predicados acima citados como parte desta imagem e determinou que evoluíssemos, ou seja, desvendando todos os mistérios da nossa existência para que pudéssemos entende-la e assim buscar o caminho da evolução.
Então vamos analisar tudo que pudermos sobre nós mesmos para tentar entender o mistério da criação.
Em primeiro lugar existe uma realidade que é universalmente aceita em todos os planos do espírito e em todos os planos religiosos e até os não religiosos: a eterna existência do Supremo Espírito DEUS (Olorum), como o único conhecedor das realidades e das causas da Criação, pois nós O cremos como sendo a Perfeição Absoluta, o Incriado, o Onipotente, o Onisciente e o Onipresente.
Em segundo lugar, aprendemos com a Corrente Espiritual ou Astral da Umbanda que a Gênese ou Vontade de Deus possui dois Instantes Criativos distintos. O Primeiro é de que existem 3 Realidades extrínsecas, co-eternas, co-existentes, aquém do Poder Divino. São elas: os Espíritos Puros, o Vazio Neutro (Espaço Cósmico) e a Substância Etérica Indiferenciada. A Criação destas três realidades foi o Primeiro Instante Criativo de Deus. O Segundo é de que existe a Criação do Universo Astral, que é a Criação como nós realmente entendemos através dos Livros Sagrados das diversas Religiões do nosso planeta, onde a matéria caótica foi ordenada e foram criados todos os Reinos da Natureza com seus elementos identificados, como animais vegetais minerais e o ser humano no reino hominal (também conhecido como reino humano) além é claro do reino da alma, reino do espírito e o reino de Deus.
A lógica, a razão, a inteligência, a sabedoria, a percepção, o entendimento dos seres, admitem de forma categórica e insofismável, a existência eterna de uma Inteligência Suprema, Onipotente, Onisciente, Onipresente, anterior a Tudo que foi, é ou será por toda a eternidade. Somente assim é possível admitir a Existência.
Desta forma, a Existência surgiu ou teve início numa Criação ou Gênese co-eterna com o Ser Onipotente e por Ele ideada.
A Gênese é, pois a manifestação da Vontade da Inteligência Suprema, o Ser Onipotente e Único conhecedor e Senhor da Eternidade, e seu ato de criar (fazer existir) o produto de Sua Ideação Divina. Portanto, a Gênese é a Criação.
Algumas pessoas confundem Gênese com Cosmogonia, já que ambas tratam da criação do Universo.
A Cosmogonia é a manifestação fenomênica da criação. É a ação das vibrações atuando e influenciando todas as coisas de todas as formas. São influências vibratórias espirituais e psíquicas que influenciam o comportamento dos astros e dos seres do universo.
A Gênese é o ato da Criação, do exercício do Poder e de sua organização, partindo da vibração espiritual do Poder, penetrando o Tudo e o Nada, entrando na dimensão densa transformando-se em Energia Astral que se manifesta em Forças Básicas tais como os sólidos, líquidos, gasosos, elementos radiantes, eletricidade, magnetismo, calor, frio, radioatividade, etc., e em Forças Mentais tais como a inteligência, a percepção, a consciência, a sabedoria, a vontade, a razão (todas são predicados do espírito), e o instinto, o sentimento (alegria, tristeza, amor, ódio, etc.), o conhecimento, a compreensão, a liberdade, a escolha, etc.
Como dissemos acima, a Criação em seu Primeiro Instante, estabeleceu a existência de Três Realidades Extrínsecas: Os Espíritos Puros, A Substância Etérica Indiferenciada e o Vazio Neutro. Neste instante nasceu o Karma Causal.
A Criação em seu Segundo Instante, começa no ato de criar executado pela Divindade passando por todas as coisas visíveis e invisíveis como os astros, galáxias, estrelas, planetas, minerais, vegetais, animais, hominais, pelos mistérios dos genes e do Código Genético, e das coisas, fenômenos e leis da vida microscópica, das coisas que tendem a existir e da vida além da morte.
Desta forma, a Criação como Ciência Causa, gera a Medicina como Ciência Física ou Ação. Como se processa esta transformação de Vibração Espiritual em Perfeição Genética Densa é o que vamos ver a seguir (Na próxima Postagem).