QUIMBANDA
(EXU/POMBAGIRA)
(AXIRÔS/ELEBARAS)
Por: Brasão de
Freitas
Parte
9 - EXU O PODER-DINAMIZADO
Elebara (Blog Agora Exu Bara)
EXU
O PODER DINAMIZADO
No Credo
Yorubá, Elebara é o Par Vibratório Telúrico, formado por Exu e Pombagira, que
foi o primeiro par material criado. Segundo Juana E. dos Santos, encontramos
esta criação descrita por Juana mais ou menos assim escrita no livro Ifá o
Orixá do Destino de Ivan H. Costa:
“O ar e as águas moveram-se
conjuntamente e uma parte deles mesmos, misturados com a terra, transformou-se
em lama. Desta lama originou-se uma bolha ou montículo, a primeira dotada de
forma, um rochedo avermelhado e lamacento”.
“Olorun admirou esta forma e soprou
sobre o montículo, insuflou-lhe seu hálito e lhe deu vida. Esta forma, a
primeira dotada de existência individual, um rochedo de Laterita, era Exu Yangui”.
É
assim que começa a saga da vida no Credo Yorubá.
“Desta foram, Exu Yangui foi o primeiro
a ser criado na Existência Genérica e por isto ele é o Imolê Exu Agba ou Exu Ancestral.”
“Como ele foi criado logo depois de
Orixalá e Odudua, ele é o Igba Ketá, ou
a Terceira Cabeça ou o Terceiro
Criado, símbolo da existência diferenciada.”
“Entretanto, Imolê Exu descontrolou-se e
começou a devorar toda a existência. Orumilá o perseguiu e o obrigou a vomitar
tudo o que havia comido; e tudo que Exu vomitava, saia melhor, maior e em
melhor qualidade do que tinha ingerido. Orumilá, com sua espada picou-o em
milhares de pedaços, transformando-o no Mais Um ou Um Multiplicado pelo
infinito, o Exu Ôkôtô ou Caracol,
cuja estrutura óssea espiralada parte de um ponto em direção ao infinito o que
conceitua o crescimento e a multiplicação.”
“Ora, se Exu Yangui pode multiplicar-se
até o infinito e tornou-se o símbolo da Restituição
e da Recomposição, ele
próprio é o EXU OBA BABA EXU ou Rei e
Pai de todos os Imolê Exus.”
“Como Osetuwa, como mensageiro de Olorun
não conseguia cumprir seu trabalho e, portanto não obtinha nenhum sucesso, em
aflição procurou o Imolê Exu Odara ou
Exu da Felicidade. Este
ensinou-o como fazer pois Osetuwa cumprira o respeito e então Olorun aceitou as
oferendas dos Imoles. Estes, gratos a Osetuwa, cobriram-no de presentes. Mas
Osetuwa deu todos os presentes a Exu
Odara e por isso foi consagrado como aquele a quem todos teriam
obrigatoriamente que recorrer para suas oferendas serem aceitas e por isto
tornou-se um poderoso Akim Oxô ou
Multiplicador do Poder, pois
mostrou que Exu era realmente o Osijê ou
Mensageiro Divino e que também tinha o poder de aceitar ou recusar os
sacrifícios rituais porque era o verdadeiro Elerú, Senhor do Carrego Ritual.”
“A partir de então, todos os Imoles
resolveram dar um pedaço de sua boca ao Imolê Exu para que ele pudesse falar
por todos. Por isto passou também a ser o Enú
Gbarijo, Boca Coletiva dos Orixás.”
“Com todo este poder, Imolê Exu recebeu
dos Imoles por delegação espontânea o poder de Elegbara ou Senhor do Poder Mágico.”
“Como toda a criação é regida por Imolê
Exu, ele também é o Bara ou Senhor do
Corpo.”
“Como ele é o Mensageiro e o Senhor do Carrego, só ele pode ser Lonan o Senhor dos Caminhos tanto dos benéficos (Ona Rerê) quanto dos maléficos (Ona Buruku)
que ele abre ou fecha aos mortais se considerar que tudo esta de acordo com os
preceitos, ajudando quem cumpre ou punindo quem não cumpre.”
“Por isto ele é Olobé, o Senhor da Faca ou Executor do Sacrifício que também quer
dizer Aquele que tem poder da vida e da morte.”
“Entretanto, Exu não é símbolo da
subtração, mas da restituição que os homens devem fazer através da oferenda.
Assim ele é Elebó, o Senhor das
Oferendas.”
“E se os seres oferendas atingirem seus
objetivos, obterá também a Satisfação ou Alafiá. E se Exu tem o Poder, sobre
todo o Axé no que diz respeito a sua manipulação, então ele é Exu Odusu, o
Vigia ou Guardião do Odu ou Destino.” (Todo o trecho entre aspas está no livro Ifá, o Orixá do Destino de Ivan
H. Costa, da Editora Ícone).
OBSERVAÇÃO
IMPORTANTE:
O texto descrito acima é por nós (autor desta matéria) considerado como o texto
Sagrado de uma Escritura Sagrada que nunca foi escrita pelos Yorubás. Por isso
o consideramos como um Texto Sagrado e o copiamos na íntegra do livro Ifá o Orixá do destino, de Ivan
H. Costa, a quem agradecemos publicamente.
Como diz o OGBE MEJI: “Orunmilá
diz que as coisas devem ser feitas pouco a pouco: Eu digo; é pedaço por pedaço
que se come a cabeça do preá; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do
peixe.”