sábado, 8 de março de 2014

Item (9) A Genese Umbandista (Cont. item 1)

ITEM 9 – A GENESE UMBANDISTA – Capítulo II
A UMBANDA
Por Brasão de Freitas


Gira no campo sagrado
A UMBANDA

A evolução é um caminho constante e infinito. A cada verdade nova que descobrimos ou aprendemos hoje, uma nova e mais evoluída verdade surgirá amanhã.
Assim é que, na Umbanda, aprendemos a viver em harmonia com a Natureza, tentando cada vez mais compreendê-la melhor.
Em sintonia com o mundo espiritual, o umbandista vai procurando desvendar os mistérios da Natureza afim de que este aprendizado eleve seu espírito e alcance a chamada “Vida Eterna”.
À medida que o ser espiritual vai adquirindo novos conhecimentos no eterno caminho evolutivo, mais vai se aproximando de suas origens espirituais.
Dentro da Religião Umbandista, o adepto ou o médium vai aprendendo os rituais desde os mais densos até os mais sutis procurando aproximar-se da sutileza que é o espírito.
A Natureza não dá saltos. Assim, aquele que procura desvendar seus mistérios também não poderá dar saltos. Terá que aprender mistério por mistério, ponto por ponto. Isto só será possível através da prática e vivência constante dos acontecimentos da vida.
Como não poderia deixar de ser, por viver num mundo extremamente denso, o ser encarnado vai aprendendo, vivenciando e sentindo toda a força da magia da vida partindo das coisas mais densas do planeta em que vivemos.
Uma flor tem assim como as demais coisas da Natureza o seu poder vibratório que, manuseado através da magia ritualística pode se transformar em benefício do ser humano. O Operador pode ver e conhecer bem a flor. Pode ver sua beleza e sentir o seu perfume. A flor com sua beleza é densa. Já a essência da flor é energia sutil. O Operador, no seu ato ritualístico pode usar a flor, suas folhas, seu caule, ou pode simplesmente utilizar a essência desta flor em seus atos mágicos. Como o espírito é sutil, a essência terá mais afinidade vibratória com o espírito enquanto que a flor, suas folhas e caule têm mais afinidade com o corpo que envolve o espírito. O que se busca no ato mágico utilizando a flor, é atrair o poder da beleza (energias positivas) para aliviar a dor da feiúra (forças negativas), que em outras palavras significa levantar o estado de ânimo da pessoa que estiver deprimida.
Como é fácil de observar, a Umbanda é uma Religião que está diretamente ligada ao estado mental do ser humano, ao seu grau de consciência. Partindo deste ponto, podemos afirmar que existem diversas correntes dentro da Umbanda que se formam de acordo com seus graus de consciência. Também o grau de entendimento das pessoas influencia estas correntes. Dependendo da criação religiosa da pessoa ela adotará dentro da Umbanda rituais condizentes com seus costumes e entendimento. Assim surgiram diversas correntes ou grupos dentro da Umbanda. Mas, apesar de tantas correntes ou grupos a Umbanda continua uma só.
Observamos que no final do século XX, as diversas correntes ritualísticas dentro da Umbanda foram se agrupando em torno de duas grandes correntes identificadas como Exotéricas ou populares que representam cerca de 90% dos umbandistas e Esotéricas ou internas ou ainda Iniciáticas que representam os outro 10%.
A corrente popular, ou seja, aquela que lida com a grande massa, tem seus rituais baseados no trabalho das Entidades, não tem uma visão definida quanto ao surgimento da Umbanda como Religião, isto é, suas tradições, costumes e cultura. A grande maioria não sabe exatamente como a Umbanda começou. Aceita a versão de que a Umbanda nasceu dos cultos afro, trazidos pelos escravos para o Brasil. Esquecem, talvez, que os verdadeiros Cultos de Nação não cultuam os espíritos dos seres desencarnados a quem chamam de Eguns.
Talvez esta versão (a Umbanda ter nascido dos cultos afro) seja a mais popular ou aceita nos meios populares da Umbanda em virtude da nomenclatura utilizada que é a mesma do Candomblé misturada com nomenclaturas regionais e até de outras religiões tradicionais do Oriente e da Europa, inclusive o Kardecismo. Além disto, os rituais utilizando tambores, os Borís ou Assentamento de Orixás, as oferendas e despachos e os próprios Orixás, envolvem também rituais ameríndios. Entretanto, tudo isto faz com que a Umbanda assuma características regionais de culto e tradição.
Queremos aqui lembrar que os rituais dos Cultos de Nação, como o próprio nome lembra, possuem diferenças de nação para nação em diversos aspectos das tradições e costumes destas nações.
Assim é que as cores variam, os próprios nomes das divindades variam e até mesmo os aspectos ritualísticos também variam.
A Umbanda, à primeira vista, possui em seus rituais e fundamentos, aspectos de diversas outras religiões mesmo as não espíritas, tais como a Católica, o Hinduismo, o Budismo e tantas outras.
Entendemos que a Umbanda, como Religião, tem rituais muito próprios, de tradição indiscutível e de fundamentos universais. A medida que o tempo passa, seus rituais vão tomando aspectos bem característicos e bastante diferenciados das demais religiões, inclusive dos Cultos de Nação, do Candomblé e do Kardecismo.
A Umbanda não tem um fundador conhecido dado que sua origem se confunde com o aparecimento da primeira Raça Raiz no Planeta Terra, nem um Livro Sagrado que represente seus fundamentos, sua história e suas tradições. Diante da história mais recente surge o nome de uma Entidade espiritual que pronunciou o nome Umbanda pela primeira vez na atualidade: foi o Caboclo Sr. Sete Encruzilhadas incorporado no médium Zélio de Morais no final do século IXX (Este conceito surgiu no seio do grupo iniciático).
A prática da caridade e a evolução são a base fundamental da Religião.
Nas diversas correntes ou grupos da Umbanda, cada dia surge uma nova verdade, sempre mais evoluída do que a anterior. Assim vão sendo desvendados os mistérios da vida e da morte e do kárma constituído. A evolução é, portanto a maior graça que o ser pode alcançar, e é sua obrigação primeira dentro da Religião.

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