ITEM
9 – A GENESE UMBANDISTA – Capítulo II
A UMBANDA
Por Brasão de
Freitas
Gira no campo sagrado
A UMBANDA
A evolução é um
caminho constante e infinito. A cada verdade nova que descobrimos ou aprendemos
hoje, uma nova e mais evoluída verdade surgirá amanhã.
Assim é que, na
Umbanda, aprendemos a viver em harmonia com a Natureza, tentando cada vez mais
compreendê-la melhor.
Em sintonia com
o mundo espiritual, o umbandista vai procurando desvendar os mistérios da
Natureza afim de que este aprendizado eleve seu espírito e alcance a chamada
“Vida Eterna”.
À medida que o
ser espiritual vai adquirindo novos conhecimentos no eterno caminho evolutivo,
mais vai se aproximando de suas origens espirituais.
Dentro da
Religião Umbandista, o adepto ou o médium vai aprendendo os rituais desde os
mais densos até os mais sutis procurando aproximar-se da sutileza que é o
espírito.
A Natureza não
dá saltos. Assim, aquele que procura desvendar seus mistérios também não poderá
dar saltos. Terá que aprender mistério por mistério, ponto por ponto. Isto só
será possível através da prática e vivência constante dos acontecimentos da
vida.
Como não poderia
deixar de ser, por viver num mundo extremamente denso, o ser encarnado vai
aprendendo, vivenciando e sentindo toda a força da magia da vida partindo das
coisas mais densas do planeta em que vivemos.
Uma flor tem
assim como as demais coisas da Natureza o seu poder vibratório que, manuseado
através da magia ritualística pode se transformar em benefício do ser humano. O
Operador pode ver e conhecer bem a flor. Pode ver sua beleza e sentir o seu
perfume. A flor com sua beleza é densa. Já a essência da flor é energia sutil.
O Operador, no seu ato ritualístico pode usar a flor, suas folhas, seu caule,
ou pode simplesmente utilizar a essência desta flor em seus atos mágicos. Como
o espírito é sutil, a essência terá mais afinidade vibratória com o espírito
enquanto que a flor, suas folhas e caule têm mais afinidade com o corpo que
envolve o espírito. O que se busca no ato mágico utilizando a flor, é atrair o
poder da beleza (energias positivas) para aliviar a dor da feiúra (forças
negativas), que em outras palavras significa levantar o estado de ânimo da
pessoa que estiver deprimida.
Como é fácil de
observar, a Umbanda é uma Religião que está diretamente ligada ao estado mental
do ser humano, ao seu grau de consciência. Partindo deste ponto, podemos
afirmar que existem diversas correntes dentro da Umbanda que se formam de
acordo com seus graus de consciência. Também o grau de entendimento das pessoas
influencia estas correntes. Dependendo da criação religiosa da pessoa ela
adotará dentro da Umbanda rituais condizentes com seus costumes e entendimento.
Assim surgiram diversas correntes ou grupos dentro da Umbanda. Mas, apesar de
tantas correntes ou grupos a Umbanda continua uma só.
Observamos que
no final do século XX, as diversas correntes ritualísticas dentro da Umbanda
foram se agrupando em torno de duas grandes correntes identificadas como
Exotéricas ou populares que representam cerca de 90% dos umbandistas e
Esotéricas ou internas ou ainda Iniciáticas que representam os outro 10%.
A corrente
popular, ou seja, aquela que lida com a grande massa, tem seus rituais baseados
no trabalho das Entidades, não tem uma visão definida quanto ao surgimento da
Umbanda como Religião, isto é, suas tradições, costumes e cultura. A grande
maioria não sabe exatamente como a Umbanda começou. Aceita a versão de que a
Umbanda nasceu dos cultos afro, trazidos pelos escravos para o Brasil.
Esquecem, talvez, que os verdadeiros Cultos de Nação não cultuam os espíritos
dos seres desencarnados a quem chamam de Eguns.
Talvez esta
versão (a Umbanda ter nascido dos cultos afro) seja a mais popular ou aceita
nos meios populares da Umbanda em virtude da nomenclatura utilizada que é a
mesma do Candomblé misturada com nomenclaturas regionais e até de outras
religiões tradicionais do Oriente e da Europa, inclusive o Kardecismo. Além
disto, os rituais utilizando tambores, os Borís ou Assentamento de Orixás, as
oferendas e despachos e os próprios Orixás, envolvem também rituais ameríndios.
Entretanto, tudo isto faz com que a Umbanda assuma características regionais de
culto e tradição.
Queremos aqui
lembrar que os rituais dos Cultos de Nação, como o próprio nome lembra, possuem
diferenças de nação para nação em diversos aspectos das tradições e costumes
destas nações.
Assim é que as
cores variam, os próprios nomes das divindades variam e até mesmo os aspectos
ritualísticos também variam.
A Umbanda, à primeira
vista, possui em seus rituais e fundamentos, aspectos de diversas outras
religiões mesmo as não espíritas, tais como a Católica, o Hinduismo, o Budismo
e tantas outras.
Entendemos que a
Umbanda, como Religião, tem rituais muito próprios, de tradição indiscutível e
de fundamentos universais. A medida que o tempo passa, seus rituais vão tomando
aspectos bem característicos e bastante diferenciados das demais religiões,
inclusive dos Cultos de Nação, do Candomblé e do Kardecismo.
A Umbanda não
tem um fundador conhecido dado que sua origem se confunde com o aparecimento da
primeira Raça Raiz no Planeta Terra, nem um Livro Sagrado que represente seus
fundamentos, sua história e suas tradições. Diante da história mais recente
surge o nome de uma Entidade espiritual que pronunciou o nome Umbanda pela
primeira vez na atualidade: foi o Caboclo Sr. Sete Encruzilhadas incorporado no
médium Zélio de Morais no final do século IXX (Este conceito surgiu no seio do
grupo iniciático).
A prática da
caridade e a evolução são a base fundamental da Religião.
Nas diversas
correntes ou grupos da Umbanda, cada dia surge uma nova verdade, sempre mais
evoluída do que a anterior. Assim vão sendo desvendados os mistérios da vida e
da morte e do kárma constituído. A evolução é, portanto a maior graça que o ser
pode alcançar, e é sua obrigação primeira dentro da Religião.
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