TEMPO MACURA DILÊ, O TEMPO CO-ETERNO
ORUMILÁ IFÁ
Por: Brasão de
Freitas
Símbolo do Tempo co-Eterno
(voascomigo.blogspot.com)
Como já dissemos anteriormente, o Tempo
é algo muito complexo. Para tentar entendê-lo é necessária uma boa dose de
paciência, de atenção, de boa vontade e de percepção. Isto porque, prestando
muita atenção deduzimos que um tempo eterno não tem espaço para se deslocar
pois ele já ocupa todos os lugares justamente por ser eterno. Se houvesse
espaço além do tempo eterno, estariam sobrando espaços o que caracterizaria que
o tempo ainda iria percorrê-los e este espaço seria então maior do que a
eternidade do tempo. Para nós, simples mortais, a eternidade do Tempo de Deus
ocupa todos os lugares criados a partir de Deus, e como Deus é a Vida Eterna,
ele se move no Tempo conforme sua própria vontade. Resumindo, no “ambiente”
eterno, o Tempo está atuante ocupando todos os espaços e Deus se move em todas
as direções neste tempo eterno que Ele criou. Talvez seja por isso que ninguém,
pertencente a outro Tempo, pode entrar no Tempo Eterno de Deus.
Então vamos relembrar o que dissemos na
matéria postada sobre Yansan: Existe o Tempo Eternamente Eterno (O Tempo de
Olorun), o Tempo co-Eterno (O Tempo da Criação) que é o Tempo de Orumilá, o
Tempo Cíclico (Infinito. Tempo da Manifestação e também Cronológico), onde Obá é
a manifestação do Tempo Cíclico. Oyá ou Yansan é o Tempo Natural, ambiental (do
meio ambiente).
Queremos deixar claro que Orumilá é o
Tempo co-Eterno ou o Tempo criado por Olorun à partir do Tempo Eterno para dar
ensejo à Existência ou à Vida, mas somente Olorun é o Tempo Eterno ou
Eternamente Eterno no qual Ele e somente Ele vive por toda a Eternidade
Absolutamente Eterna. Vamos então reunir informações de outros irmãos nossos
(Irmãos em Deus) com a finalidade de dar nome aos tipos de tempo que
conhecemos:
Olorun ou Olodumarê é Oni Sáà wúre, a Existência Eterna.
Orumila Ifá é Macurá Dilê, a Iwa, a Existência criada e Aba a Essência de todas
as coisas.
Obá é o Tempo Cíclico, parte do tempo da
Essência (Aba) mais o tempo do Universo Astral (Axé). Obá foi, Obá é, Obá será.
(Tempo Macurá Tata ou Macuriá)
Oyá é Indemorê Mavanju, o tempo do meio ambiente (Frio, calo, chuva, sol,
nascimento, morte, tempestade, furacão, brisa, etc.,), ou seja, tempo bom,
tempo ruim.
O Tempo de Olorun é o Tempo Eternamente
Eterno, isto é, um tempo que não conseguimos imaginar pois ele é o tempo do
lócus de Deus, que é o único Ser absolutamente Eterno, existindo de uma forma
que somente Ele sabe. Deus possui seu próprio Tempo que só Ele conhece pois é o
Tempo em que Ele Vive Absolutamente Eterno. Jamais conheceremos ou entenderemos
este Tempo. Ele é imensurável, inimaginável, impenetrável.
Mas Olorun resolveu Criar uma outra
Existência. Uma existência eterna semelhante à Sua, sem fim, mas diferente da
Dele pois esta nova Existência (Que não teria fim) teria necessariamente um
começo.
O Tempo dessa nova Existência tem
obrigatoriamente que vir de Deus e seu Tempo, por isso ele é co-eterno com o
Tempo de Deus. A Criação de um novo tempo sugere uma nova Existência. Esse novo
Tempo Eterno (Conectado com o tempo de Deus) de uma nova Existência Eterna, é Macurá
Dilê. Esse novo tempo é portanto uma Entidade chamada de Orumilá. Entidade
porque ele está vivo e possui uma finalidade definida e que tudo que estiver
“dentro” dele terá obrigatoriamente que ser cumprido.
Assim, a primeira concepção sobre o
Tempo que nos vem à memória, é a Existência de um Ser Supremo que é anterior a
tudo e Senhor absoluto da Eternidade (Tempo), sobre a qual sempre reinou, reina
e reinará eternamente. A Existência Divina deu provimento ao surgimento do
Tempo, que assim se tornou o princípio criador,
já que a existência da vida dependeria dele por causa do movimento (Que é o
condicionador da vida) que somente pode existir no Tempo, isto é, se existir
tempo.
Com referência à Existência, sem o Tempo
não haveria movimento e, sem movimento, não existiria nada, nem a vida. Existir
é ser, é estar, é viver, é Tempo.
O Tempo co-Eterno é a manifestação ou
ação do Tempo da Eternidade, e que se movimenta em todas as direções de forma
radiante. O Tempo Cíclico é a ação do Tempo no Universo Astral relacionado com
o movimento dos astros e com a vida biológica e atômica, e que se movimenta de
forma radiante e também de forma espiral, acompanhando o movimento biológico e
atômico da matéria densa, comportando-se de forma cíclica. O Tempo Natural é o
tempo da mudança ambiental, das transformações naturais com Inverno, Verão,
Primavera e Outono; tempo que determina Fases e Eras da existência cíclica na
manifestação da vida.
Num determinado momento da Eternidade
que somente Deus conhece, Ele resolveu criar o Tempo Eternal. Não conseguimos
imaginar como eram as coisas de Deus antes de Ele criar o Tempo. Por mais que
busquemos algum pequeno indício, por menor que seja, não conseguimos conceber
absolutamente nada a respeito. Quem sabe, por vontade Dêle, em algum dia
consigamos descobrir. Provavelmente por ser eterno, Deus é muito anterior ao
Tempo que conhecemos ou imaginamos conhecer. Para nós, simples mortais, o Tempo
não para, mas mantém as suas energias de vida bem vivas tanto do passado como
as de hoje e aquelas que, pelo start provocado hoje, se projetam potencialmente
vivas no futuro. Talvez essa mecânica seja da existência de “mundos paralelos”
ou de dimensões atemporais. É possível que algum dia, em algum lugar do
Universo, a Religião ou a Metafísica nos revele. Acreditamos que no momento
apenas a vida após a morte pode nos revelar alguma coisa (Os espíritos de Luz
que estão à nossa volta nos ajudando).
O Princípio de todas as coisas era, é e continuará
sendo sempre Eterno. Nesta frase há um contra senso já que aquilo que é
eterno não tem princípio.
O Princípio a que nos referimos acima não é
necessariamente a idéia simples de “início”, mas refere-se ao fundamento que
deu origem.
A Eternidade é algo para ser sentido e não apenas
compreendido. Na verdade, não se pode compreender a eternidade se também não se
for eterno como ela.
Ser eterno é possuir o Poder da Eternidade. É como
o poder de ver, enxergar, onde não basta possuir apenas os olhos, mas é
absolutamente necessário que se possua o “poder de enxergar”.
Para a mente humana, enxergar significa
metaforicamente entender.
Com isso estamos querendo dizer que a Eternidade é
o Poder de todos os demais Poderes. Ser eterno significa nunca ter sido criado.
É algo que a nossa mente tem imensa dificuldade de assimilar, já que, apesar de
concordarmos que a eternidade existe, ao descrevê-la somos obrigados a comparar
sua existência com o ponto de partida para o surgimento da nossa própria
existência. Para que algo seja eterno é necessário que seja o primeiro.
Entretanto é exatamente aí que tudo se complica, porque, se existe o primeiro,
como surgiu este primeiro? Será que foi “por acaso”? Surgiu do Nada Absoluto?
Como é possível “de nada” se formar algo palpável, visível ou invisível, se o
Nada Absoluto não possui nada, teoricamente nem ele mesmo e nem um tipo de
Poder?
É por isso que afirmamos que a Eternidade é um
Poder. Na verdade é o PODER DE TODOS OS PODERES. Todas as coisas surgiram a
partir da Eternidade e não do Nada.
É tempo macurá Di Le, (Tempo de Olumilá)
É tempo macurá Tatá, (Tempo de Obá –
metade no macurá Dilê e metade no macuriá)
A, a, é a murachó, o, o, (Um só Tempo)
É o macuria. (Tempo de Obá no Universo
Astral)
Brasão de Freitas.
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