sábado, 26 de julho de 2014

Item (9) A Gênese Umbandista (Cont. item 1)

ITEM 9 – A GENESE UMBANDISTA – Capítulo VI
Por Brasão de Freitas

O Espírito Bi-partido ao penetrar na Matéria

VISÃO CRIADORA
Cada ação da vontade deste Poder deixa no Vazio Neutro ou no Éter, uma imagem vibratória ou energia potencial (destino) que poderá se manifestar no futuro transformando-se em realidade (axé). Aquilo que é feito hoje surgirá como real amanhã. Isto, com certeza, é um reflexo do ato mágico do Poder Criador que existe em cada um dos seres humanos. Mas este poder é privilégio dos seres humanos e não dos animais, vegetais ou minerais. Os animais, vegetais e minerais possuem Poder Vibratório Essencial, mas somente o ser humano possui além do Poder Vibratório Essencial oriundo da Criação, de forma latente, as faculdades mágicas herdadas de Deus (apenas centelhas), tais como a percepção, a sabedoria, o amor, a inteligência, a consciência, a razão e a fé. Por isto ele é a imagem e semelhança de Deus. O ser humano está no centro da Criação. Tudo que existe no universo conspira para lhe fornecer meios e condições de evolução. Não é o animal que tem que evoluir as faculdades mágicas que estabelecem a diferença entre espírito encarnado e as demais criações do universo. É o ser humano (espírito encarnado), ou seja, nós.
Após a manifestação da Existência (Iwa, Aba e o Vazio Neutro), houve um momento na eternidade onde houve a polarização do Princípio Uno que se tornou dual. A polarização deu formação a um Par Vibratório e, o que era Essência imanifesta, manifestou-se e então passou a Existir, isto é, a bipolarização da Essência (Aba) gerou o Axé (a Essência Anímica). Foi a esta Substância que a Coletividade das Divinas Potências (Essência Imanifesta), através da potencialização de suas vontades, de seus poderes, proporcionaram os movimentos ordenados, diferenciando-a e imprimindo-lhe ciclos e ritmos (axé). Foram estes ciclos e ritmos que deram formação à energia bipolarizada ou aos dois pólos: Energia Positiva e Energia Negativa.
Portanto, o Poder (Iwa) da Coletividade das Divinas Potências (Orixás Virginais) aplicado no Poder da Substância Etérica Indiferenciada (Aba) gerou o Universo Astral, o Éter (O Poder do Axé).
Segundo o Mestre Rivas Neto, “o Poder Volitivo dos Orixás (os 7 Orixás Virginais), é vibração luminosa, sonora, que se movimenta em ciclos e ritmos em quantidades de Poder como a percepção, a inteligência, a sabedoria, a vontade e o amor que, aplicados na Substância Etérica, gerou o Universo Astral, concretizado na cosmogênese do Big Bang, que naquele instante da explosão gerou a Luz, o Som e o Movimento.”
A Energia Bipolarizada transformou-se em Energia Mental Positiva (+) e Energia Mental Negativa (-), que gerou a Energia Astral.
Entendemos, pois de forma bem primária, que Deus criou o Princípio Espiritual Uno, e este Princípio, através das Divinas Potências, criou o Cosmos, segundo a Vontade de Deus.
Foi por causa da bipolarização da Substância Espiritual que foi criado o Universo Dual. Quando a Substância Espiritual, de Poder Ativo, desceu e chocou-se com a Energia Material Passiva, aconteceu uma explosão gigantesca (Big Bang), e tudo que nós entendemos que existe (inclusive os espíritos causadores da descida), “aconteceu” no nosso Universo partindo daquela explosão.
O nosso ponto de vista é de que, em virtude da ação e reação das forças centrífugas e centrípetas da energia massa e da “energia espiritual”, quanto mais os espíritos fracionados se aproximavam da energia massa atraídos por ela por terem enfraquecido com a bi-polarização, mais aumentava o poder gravitacional da energia massa que se comprimia cada vez mais atingindo níveis jamais imagináveis pelo ser humano. No instante em que se chocaram aconteceu a explosão.
Portanto, nós (espíritos encarnados) viemos do mesmo lugar, fomos feitos do mesmo material, nosso corpo tem a mesma estrutura (atômica) e possuímos a mesma energia, força e poder que todas as coisas do Universo. O “algo mais” que nos permite esta reflexão é tão somente o fato de sermos os mesmos espíritos que provocaram a explosão, e que, diferente das outras coisas do Universo, e por sermos herdeiros do “Dono Absoluto” do Tudo e do Nada, recebemos Dele o beneplácito do Seu Amor Divino, e estamos no caminho de volta ao lugar que Ele nos dedicou por amor.
A vida começou no Universo, porque o Espírito Puro, que é um Par Vibratório, um dia se fracionou e aconteceu a “queda”, quando entrou em contato com a Substância Etérica Indiferenciada.
Houve então a necessidade de um Plano de Ação, que se chamou de Ordenação, para que a Substância Etérica Caótica um vez ordenada, desse condições de que o Par que desceu separado pudesse voltar unido para o seu Lócus Original.
Então, Kárma, Destino, Livre Arbítrio, Rituais, Poder, Luz, Som, Movimento, Tempo, Magia, Ciências Físicas e Ciências Ocultas, todos aliados à vivência no novo universo (universo astral) dos Poderes Volitivos dos Espíritos Puros, formaram ou constituíram um caminho que se chamou Kárma Constituído.
É este caminho que constitui a Coluna Vertebral da Umbanda chamado “Caminho do Poder”.
  

sábado, 19 de julho de 2014

Item 10 – OS ELEBARAS NA UMBANDA (Parte 12)

QUIMBANDA (EXU/POMBAGIRA)
(AXIRÔS/ELEBARAS)
Por: Brasão de Freitas
Parte 12 – PERFIL GERAL DE EXU

ELEBARA VISTO PELA CORRENTE POPULAR

Exu e Pombagira
(7 Graus Chácras)

PRERFIL GERAL DE EXU E POMBA GIRA
Elebara, para a Umbanda é muito mais do que apenas entidades que incorporam para descarregar o médium.
É certo que existem muitos graus de entendimento nas diversas correntes da Umbanda que vão desde os mais primitivos que vêm em Exu uma figura potencialmente má, negativa, violenta e volúvel até mesmo para os que sabem e cultuam Exu como Senhor do Axé, o Agente Mágico e Universal, e, passando por aqueles grupos que classificam Exu como “batizados, pagãos, etc. “.
A verdade é que a Umbanda, pela sua característica evolucionista e aberta, em sua grande maioria considera Exu (E Pomba Gira), como entidade, os seres espirituais mais próximos do ser humano, vivendo no dia-a-dia, as mazelas e conquistas dos seres encarnados.
Graças à força de correntes mais evoluídas, Exu vem se constituindo no verdadeiro Agente Cósmico do Mundo Material que tem poder de realização e transformação.

Exu (Revista Planeta)
PERFIL POPULAR DE EXU
Para a grande maioria da Corrente Popular de Umbanda, aquele que mais próximo está da grande massa humana, o Exu (E Pomba Gira) é uma Entidade-Divindade que, enquanto Entidade possui um incontrolável senso de humor ao mesmo tempo em que um severo senso de justiça. Pode ajudar na vida material, mas pode tirar na vida espiritual. Pode descarregar, mas também pode carregar.
Por isto, Exu começa a ser visto com mais respeito, sem temor, mas como aquele que é friamente justo na prática do bem e do mal.
Para os Umbandistas, “Exu faz o mal” na cabeça das pessoas más. Qualquer desvirtuação nas manifestações das Entidades-Exu, não passam de meras manifestações dos egos das pessoas que permitem tais manifestações.
Fica bem claro para os Umbandistas esclarecidos (a grande maioria graças aos Orixás.), que existem entidades trevosas do mais baixo astral, mas que não são as entidades do culto Umbandístico. Na Umbanda existem os Guardiões e suas falanges, que trabalham assessorando os Espíritos Guias e Protetores dos médiuns.
Por este motivo, Exu, o Guardião, é de suma importância na vida do médium, pois ele é responsável pela própria vida material do médium a que está atrelado como Guardião.
A importância de Exu nos rituais de Umbanda está na segurança que ele dá a todos os trabalhos e à própria religião. Para melhor ilustrar esta segurança assim exemplificaremos:
O plano físico é o Congá, onde estão os axés (Forças Cósmicas assentadas) e a quartinha do médium (ligação espiritual).
Em Baixo, na terra, está assentado Exu, o guardião com todos os seus poderes. O Guardião protege o Congá da investida dos que estão a Baixo do plano do Guardião, ou seja, estão a Baixo do Embaixo. Este Guardião tem entidades assentadas à sua direita e à sua esquerda. As regiões que estão “à Baixo” do “Embaixo” são as regiões dos Quiúmbas, larvas, etc., que não trabalham na Lei do Kárma.
A região inferior ao Embaixo é o POÇO DAS TREVAS, ABISMO, etc., ou outra denominação que se queira dar. Esta é a região conhecida como TREVAS, INFERNO, FIM DO POÇO, etc. Nelas vivem os seres animalizados, totalmente desligados da luz.
Acima do Congá está a região dos espíritos em ascensão e acima deles está o reino dos Espíritos Puros.
É claro que o que acima expusemos é uma “ligeira síntese” apenas para facilitar o entendimento do Perfil das entidades que trabalham Abaixo do Peji ou Abaixo do Plano Físico, na “Região de Penumbra” da luz para as Trevas.

Como diz o OGBE MEJI: “Orunmilá diz que as coisas devem ser feitas pouco a pouco: Eu digo; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do preá; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do peixe.”

sábado, 12 de julho de 2014

Item 4 - CULTURA UMBANDISTA

ORIXÁS II: YANSAN visão Popular
PERFÍS DOS ORIXÁS: YANSAN 2
VISÃO DO GRUPO POPULAR


Yansan

(Nelson Boeira Faedrich)

PERFIL GERAL DE YANSAN
Existe uma força no universo que promove a alegria d viver, a coragem de viver, a competência para enfrentar o desconhecido, o invisível, a perturbação psicológica ocasionada por manifestações exteriores ou do outro mundo.
É uma força que pode ser ao mesmo tempo leve e calma como a brisa ou devastadora e violenta como o vendaval.
Para a Umbanda, Yansan é felicidade de viver bem ou reviver através de reviravoltas completas, a imagem da mulher que é feliz, extrovertida, agressiva nas atitudes ao mesmo tempo em que é coquete nas reações.
É a agressividade de quem sabe defender o que tem e amorosa para retribuir a quem lhe quer bem.
Assim pode ser considerada expansiva no amor e em qualquer outro momento de alegria.
Apesar de ser uma força feminina, é uma força que atua tanto no homem como na mulher, pois o poder desta força está diretamente ligado ao sentido da agressividade do sentimento de bem viver.

PERFIL POPULAR
Na Umbanda, de um modo geral, Yansan é a Senhora dos Ventos e das Tempestades e aquela que tem o poder de controlar os Eguns, inclusive uma de suas manifestações que é Yansan de Balê, também conhecida como Adé Igbalé ou ainda Alakoko, é responsável pelo encaminhamento dos eguns logo após a morte.
Para a Corrente Popular da Umbanda é a força que manipula as energias que alimentam a resistência para vencer as dificuldades da vida e incompreensão.
Sua força branida aos ventos, assim como sua espada, arrastam e destroem as coisas superficiais da vida, os sentimentos francos e inconseqüentes como o amor inconstante e inseguro, deixando à mostra os valores reais, felizes e alegres da vida.
É ao mesmo tempo o “Vendaval das Paixões” e a “Brisa do Amor Puro”.
Dá seus filhos as características de amantes vaidosos, valentes guerreiros, possessivos em seus domínios, agressivos no empenho de suas tarefas, e são fiéis a seus ideais.
Buscar o destaque como prêmio por suas conquistas é qualidade intrínseca dos filhos e filhas de Yansan.
Junte a este perfil, as características gerais de Yansan já mostradas anteriormente e terá uma projeção de comportamento dos filhos deste Orixá.

DADOS RITUALÍSTICOS
          Cor: Rosa Coral ou rosa choque
          Número: 3 (o mesmo de Xangô)
          Metal: Bronze
          Elemento: Fogo
          Domínio: Ventos e tempestades.
          Colares: Miçangas rosa choque ou coral
          Apetrechos: Espada, Iruexim, Leque.
          Assentamento: Otá de pedra marrom ou coral
          Dia consagrado: 4ª Feira
          Saudação: Epahei!
          Toque: Barravento de Umbanda
          Qualidade do axé: Preto
          Veste ritualística: Diadema ou Fita Rosa choque
          Flor sagrada: Flor de coral ou rosa.

OBSERVAÇÃO:
As fotos e figuras usadas neste blog foram copiadas da Web e dado o devido crédito a quem as postou ou ao autor da foto ou obra. Pedimos desculpas aos autores que não conseguimos identificar. Caso os autores desejem ser indicados, teremos a honra de citá-los neste blog, desde que nos comuniquem e comprovem (A comprovação se faz necessária para a devida proteção do verdadeiro autor). Desde já meus agradecimentos e Axé de Zambi para todos nós.

sábado, 5 de julho de 2014

Item 7 – OS RITUAIS NA UMBANDA – 14 - Sacudimento

RITUAL E CAMARINHAS
Por: Brasão de Freitas

RITUAL DE SACUDIMENTO
Sacudimento com ervas

(babalaô Adriano Camargo-rodrigocamargo.wordpress.com)

Fundamento de Origem e Magia
Este é um ritual que demanda muito poder pois a sua atuação interfere de forma decisiva na vida das pessoas.
Por esta razão, seu uso acaba sendo muito restrito e só pode ser executado por alguém que tenha assentamentos e grau sacerdotal de alto nível, tal os riscos derivados do mau uso do ritual.
O Sacudimento é também conhecido como Bate-Folhas, embora não seja feito exclusivamente com folhas. Sua função é destacar (Desagregar) do corpo (Aura) energias diversas negativas ou positivas. No uso de ervas, o ritual prevê a batida das folhas por toda a superfície do corpo como se estivesse “espanando” a sujeira do corpo. Outros elementos usados como por exemplo a carne de animais abatidos são usados como  elementos com força de atração que ao passar pelo corpo, atrai para si as energias correspondentes que se grudam no corpo.
Todo o processo do “bate folhas” é executado com o solicitante dentro de um ponto Kabalístico (Ponto este especialmente desenvolvido pelas Entidades Espirituais para uso exclusivo neste ritual) que funciona como portal de comunicação entre Planos Vibratórios (Densos e Espirituais).
O mais comum é que este ritual seja executado nas dependências de um Templo Umbandista onde os assentamentos de defesa estejam devidamente “ativados” principalmente para segurança de todos os participantes ou presentes.
Este tipo de ritual também costuma ser aplicado em residências ou estabelecimentos comerciais.

O Ritual (Síntese)
A Cerimônia básica deste Ritual consiste em: Preparação que envolve desde a preparação material e espiritual do local (Caso não seja no Templo) assentamento do Templo (Quando é feito no Templo), a limpeza material e espiritual do Templo, escolha de sambas ou ajudantes, organização e conferência de todos os materiais ritualísticos; Abertura, início com rezas e orações de abertura, Banho de descarrego; a Realização Cerimonial, que constitui no “Bate Folhas” com cânticos específicos, ficando o paciente dentro de um ponto cabalístico riscado no chão, assentamento de Anjo da Guarda e bate cabeça; Encerramento, Fechamento espiritual pontos específicos com ritual.