sexta-feira, 31 de maio de 2013

Item 5 – ASSUNTOS DIVERSOS – Obá

OBÁ O TEMPO CÓSMICO

Por Brasão de Freitas

Obá
(terradeaganju.blogspot.com)

De acordo com o calendário Católico, dia 30 de Maio é o dia consagrado à Santa Católica Joana D’Arc, sincretizada na Umbanda e Candomblés como Orixá Obá.
Na Umbanda, Obá representa a conexão entre o Tempo Co-Eterno e o Tempo Cíclico.
Como já dissemos em outra matéria já publicada sobre Obá, o Tempo, co-Eterno é a manifestação ou ação do Tempo da Eternidade, no instante da Criação (Big Bang) e que se movimenta em todas as direções de forma radiante. O Tempo Cíclico é a ação do Tempo no Universo Astral relacionado com o movimento dos astros e com a vida biológica e atômica, e que se movimenta de forma radiante e também de forma espiral, acompanhando o movimento biológico e atômico da matéria densa, comportando-se de forma cíclica. O Tempo Natural é o tempo da mudança ambiental, das transformações naturais com Inverno, Verão, Primavera e Outono; tempo que determina Fases e Eras da existência cíclica na manifestação da vida cuja ação é dominada por Yansan.
O Princípio de todas as coisas era, é e continuará sendo sempre Eterno. Nesta frase há um contra senso já que aquilo que é eterno não tem princípio.
O Princípio a que nos referimos acima não é necessariamente a concepção simples de “início”, mas refere-se ao fundamento que deu origem.
A Eternidade é algo para ser sentido e não apenas compreendido. Na verdade, não se pode compreender a eternidade se também não se for eterno como ela.
Ser eterno é possuir o Poder da Eternidade. É como o poder de ver, enxergar, onde não basta possuir apenas os olhos, mas é absolutamente necessário que se possua o “poder de enxergar”.
Olorun ou Olodumarê é Oni Sáà wúre, a Existência Eterna.
Orumila Ifá é Macurá Dilê, a Iwa, a Existência criada e Aba a Essência de todas as coisas.
Obá é o Tempo Cíclico, parte do tempo da Essência (Aba) mais o tempo do Universo Astral (Axé). Obá foi, Obá é, Obá será. (Tempo Macurá Tata ou Macuriá)
Oyá é Indemorê Mavanju, o tempo do meio ambiente (Frio, calo, chuva, sol, nascimento, morte, tempestade, furacão, brisa, etc.,), ou seja, tempo bom, tempo ruim.
OBÁ é um Orixá feminino da cultura Nagô e pouco cultuado no Brasil apesar de constar de alguns rituais, principalmente ligados ao tempo e do jogo de búzios onde responde um dos odus. Obá representa a água doce dos rios, mais precisamente as águas revoltas, que estão em constante movimento, onde cada onda se choca com outra, num movimento contínuo que reforça miticamente a imagem da luta constante, de disputa interna, ou seja, consigo mesmo, ao mesmo tempo em que o antagonismo convida a luta.
OBÁ é considerado o Par Vibratório de OGUN para grande parte do Candomblé e também da Umbanda, apesar de ser mais conhecida como Orixá do Tempo ou aquele que representa o Tempo. Portanto, neste caso, o Tempo é considerado um Orixá.
O seu perfil geral é muito difícil de ser definido uma vez que sua ligação com o Tempo faz com que Orixá e Tempo se confundam.
É guerreira, como Ogun, e possui o arquétipo das mulheres guerreiras, lutadoras e que nunca se entregam diante de um combate, pois possui uma capacidade de luta e resistência só comparável a Ogun.
É festejada neste dia (30/05) em virtude do sincretismo com o cristianismo, porém é muito mais reverenciada e festejada ritualisticamente à Meia Noite do dia 31 de Dezembro para 01 de Janeiro, isto é, na virada de ano.

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