sábado, 27 de abril de 2013

Item 1 - INICIAÇÃO NA CULTURA UMBANDISTA


INICIAÇÃO NA CULTURA UMBANDISTA
(Assistentes e Principiantes)
Iniciação 9º Tema

Oxalá --- Ogun --- Oxossi --- Xangô --- Yorimá --- Yori --- Yemanjá
(paubrasil.it, Martinez, orixasalaketu.blogspot.com, Marcos Vinicios Uchôa, Martinez, igiomoalaketu.blogspot.com, centroanjolesi.org)

Nono Tema: AS SETE LINHAS DA UMBANDA.
HISTÓRICO.
São chamadas de Sete Linhas da Umbanda, os Sete Grupos Hierárquicos ou as descendências naturais de cada um dos Sete Orixás Virginais.
Cada Orixá Virginal comanda uma hierarquia de espíritos que começa nos mais evoluídos e chega até nós, espíritos viventes no Universo Astral. Isto quer dizer que um espírito da Linha de Oxalá que esteja vivendo no nosso Mundo possui a mesma qualidade vibratória do Chefe da Coroa que comanda a cadeia.
Desta forma, cada Linha tem suas características vibratórias que vibram em todo o Universo, tanto Espiritual como Astral. A diferença entre estes Orixás pode ser notada pelas características individuais de suas relações vibratórias. Vejamos, pois Linha por Linha a seguir.

Oxalá.
Cor vibratória = Branca.
Guias = De miçangas brancas.
Flor vibratória = Girassol.
Ervas sagradas = Oliveira, levante.
Perfume = Sândalo.
Símbolo = Uma Cruz.

Ogun.
Cor vibratória = Vermelha.
Guias = De miçangas brancas e vermelhas.
Flor vibratória = Cravo vermelho e cravo branco.
Ervas sagradas = Espada de Ogun, Jurubeba.
Perfume = Cravo, Tuberosa.
Símbolo = Uma Espada.

Oxossi.
Cor vibratória = Verde.
Guias = De miçangas verdes.
Flor vibratória = Palmas, Violetas.
Ervas sagradas = Manjericão, Acácia Jurema (Jurema Preta).
Perfume = Alfazema, Violeta.
Símbolo = Uma Flecha.

Xangô.
Cor vibratória = Marrom.
Guias = De miçangas marrons.
Flor vibratória = Lírio, Flor de Coral.
Ervas sagradas = Louro, Parreira.
Perfume = Mirra, Heliotrópio.
Símbolo = Machado duplo ou um Raio.

Yorimá (Obaluaê).
Cor vibratória = Violeta.
Guias = De miçangas violetas ou miçangas brancas e pretas.
Flor vibratória = Margaridas, Dálias escuras.
Ervas sagradas = Arruda, Guiné.
Perfume = Narciso, Junquilho.
Símbolo = Um Búzio.

Yori (Ibeji).
Cor vibratória = Rosa.
Guias = De miçangas cor de rosa ou azul claro com cor de rosa.
Flor vibratória = Crisântemo, Copo-de-leite.
Ervas sagradas = Alecrim, Oriri de Mamãe Oxum.
Perfume = Alfazema, Benjoim, Jasmim.
Símbolo = Uma Flor.

Yemanjá.
Cor vibratória = Azul claro.
Guias = De miçangas azuis claros.
Flor vibratória = Rosa branca (ou de qualquer cor).
Ervas sagradas = Panacéia, rosas, avenca.
Perfume = Verbena, rosas, açucena.

INTERATIVIDADE.
1.O que você entende como Linha de Umbanda?

2.Quantas Linhas são?

3.Desenhe os símbolos das Linhas.

4.Cite algumas características vibratórias individuais das Sete Linhas.

NOTA IMPORTANTE
As respostas sobre as perguntas da interatividade serão dadas a quem nos perguntar.

COMPORTAMENTO.
Se eu tenho que vivenciar (experimentar) as energias vibratórias de um Orixá previamente determinado nesta encarnação, quer dizer que se eu conhecer as características vibratórias da Linha do meu Orixá de nascimento e procurar sentir e viver estas energias com acerto, então estarei cumprindo aquilo que os Seres Superiores determinaram para minha encarnação.
Desta forma tenho certeza de que estarei no caminho de Olorum (Deus), porque estarei assimilando e adquirindo Luz espiritual que é o alimento da minha Alma.
Como o Orixá é uma força da Natureza e eu aprendi como entrar em sintonia com estas forças, pretendo respeitar e amar a Natureza, pois só assim estarei respeitando e amando a mim mesmo e a meu próximo.

APRENDENDO A REZAR.
Pronto, agora já sei para quem devo rezar e pedir ajuda no cotidiano da minha vida. É só conversar um pouquinho todo dia com meu Orixá de nascimento, que tenho certeza de que minha vida vai melhorando dia a dia.

Oremos
Meu anjo e meu senhor de todos os momentos, nunca me abandone e sempre ilumine meu caminho, mesmo que eu esteja perdido e de vos me esquecido. A sua luz haverá de me fazer enxergar o caminho certo e me permitir voltar para meu destino.

CANTAR TAMBÉM É UMA FORMA DE REZAR

Ponto de batismo.
Ó rio verde, ó rio de Jordão. (bis)
São João batizou Cristo,
Cristo Batizou São João.
E os dois foram batizados no rio de Jordão.

OBSERVAÇÃO:
As fotos e figuras usadas neste blog foram copiadas da Web e dado o devido crédito a quem as postou ou ao autor da foto ou obra. Pedimos desculpas aos autores que não conseguimos identificar. Caso os autores desejem ser indicados, teremos a honra de citá-los neste blog, desde que nos comuniquem e comprovem (A comprovação se faz necessária para a devida proteção do verdadeiro autor). Desde já meus agradecimentos e Axé de Zambi para todos nós.




terça-feira, 23 de abril de 2013

Item 5 – ASSUNTOS DIVERSOS – Ogun


OGUN, O ARRANQUE, A PARTIDA, O INÍCIO
Por Brasão de Freitas

Ogun
(manaluft.blogspot.com)

Ogun é um Orixá que possui uma característica muito especial: ele está sempre no limite máximo de seu poder. Ele dá a partida, o arranque e, quando atinge o limite final não descansa e detona um novo arranque. Isto porque o movimento é contínuo, não para. É esta característica de Ogun que mantém a vida “viva”. Ogun não descansa nunca pois sabe que se parar, o movimento para e com ele a vida em todo o universo.
Ogun é o General da Umbanda. O Soldado da Paz. O Vencedor de demandas. O Grande Protetor de todos os Campos Sagrados do Universo. É aquele que abre os caminhos, que luta contra o Dragão que representa o medo, o mal, a escuridão. Ogun é o Guerreiro Cósmico, que arranca na frente, liberta, salva e conduz à vitória.
Querido Pai Ogun. Envia para nossa Terra tão sofrida e maltratada pelos próprios filhos, a consciência do amor a Olorun e a busca pelo Caminho da paz e da Luz.
Muito mais do que o simples “Vencedor de Demandas”, ele é o guerreiro que não pode se dar ao luxo de temer o desconhecido, permanecendo sempre atento e pronto para agir ou agitar, isto é, mover-se. É por esta mobilidade perpétua que ele vence as demandas porque estas, por terem origem material, são cíclicas, e por isso sempre terminam os ciclos que começaram. E é justamente na hora que param que Ogun as vence. Ogun tem outro posto forte a seu favor nesta “luta”. É que ele é o Par Vibratório de Obá o Tempo Cósmico. Com isto, Ele tem sempre o Tempo a seu favor, seja que tempo for, bom ou ruim. Talvez por isso que muitas pessoas confundem sua vibração com a de Yansã pó existir entre eles afinidades. Acontece que estas afinidades são mais ligadas a Obá do que a Ogun por causa do Tempo.Mas o Tempo de Ogun e Obá é diferente do Tempo de Yansan. Desta forma, por Ogun estar definitivamente ligado ao Tempo, é por isto que está constantemente em movimento. Pegar na espada ou na lança significa partir para a luta contra o desconhecido mundo das Trevas. É ele quem dá a partida (O arranque inicial do movimento usando o predicado de seu par vibratório, que é o Tempo Cósmico) à vida no Cosmos.
Se movimento é vida e estagnação é morte, Ogun é o início da vida, mas também pode ser a própria morte já que, ao mesmo tempo que dá o arranque para sair dela, também vence demandas e as demandas normalmente levam à “morte” do perdedor.
É como se Ogun fosse o próprio Big Bang. É aquele que domina o caos e estabelece a Lei e a Ordem do Universo, o sustentáculo da Sabedoria que gera a igualdade, que por sua vez gera a Justiça ou Lei do Equilíbrio.
Por isso ele é o Vencedor de demandas onde demandas são as ações de reações do Caos ou o Grande Dragão do Universo.
Vencer o dragão não significa apenas vencer o mal representado pelas Trevas mas também o mal (ou o Dragão) que existe dentro de nós. O Mêdo.
Uma coisa que muitas pessoas ainda não perceberam é que Ogun trabalha diretamente com o Tempo, e não poderia ser de outra forma já que a metade de Ogun é Obá ou seja, também Senhora do Tempo Cíclico.
Ogun é movimento. O movimento só existe no tempo. A vida só existe no movimento. Logo, podemos dizer que OGUN é VIDA.
Ogun é o General da Umbanda. O Soldado da Paz. O Vencedor de demandas. O Grande Protetor de todos os Campos Sagrados do Universo. É aquele que abre os caminhos, que luta contra o Dragão que representa o medo, o mal, a escuridão. Ogun é o Guerreiro Cósmico, que arranca na frente, liberta, salva e conduz à vitória.
Querido Pai Ogun. Envia para nossa Terra tão sofrida e maltratada pelos próprios filhos, a consciência do amor a Olorun e a busca pelo Caminho da paz e da Luz.

Zeca Pagodinho cantou alto e a bom tom para quem quiser ouvir os versos sobre um personagem que é amado e idolatrado pela população: “...um guerreiro valente que cuida da gente que sofre demais, ele vence demanda de gente que faz, cavaleiro do céu, escudeiro fiel, mensageiro da paz, ele nunca balança, ele pega na lança ele mata o dragão, é quem dá confiança para uma criança virar um leão, é um mar de esperança que traz a bonanza pro meu coração, Ogun...”
E a música de Carlos Buby ecoa em muitos terreiros com a força do Cavaleiro das demandas: “Nesta casa de guerreiro, Ogun! Eu vim de longe pra rezar, Ogun! Peço a Deus pelos doentes, Ogun! Na fé de Pai Oxalá, Ogun! Ó Deus salve a casa santa, Ogun! Os presentes e os ausentes, Ogun! Salve nossas esperanças, Ogun! Salve velhos e crianças, Ogun! Preto Velho ensinou, Ogun! Na cartilha de Aruanda, Ogun! Que Ogun não esqueceu, Ogun! Como vencer a demanda, Ogun! E a tristeza vai embora, Ogun! Na espada de um guerreiro, Ogun! E a luz do romper da aurora, Ogun! Vai Brilhar neste terreiro, Ogun!
Ogun é o arranque que impulsionou o Filho Pródigo a voltar para a Casa do Pai.
Ogun é o ponto de partida para qualquer ação. É o defensor de qualquer emoção. É o executor da Lei e da Ordem de todo o Universo, o defensor da Justiça e o executor de suas decisões, seja na espada ou seja nos versos.
Ogun é a inspiração da luta no universo,
Ogun é o poeta que rima com a lança, o ataque e a defesa que pesam na balança.
Ogun é quem dá a partida, é que dá o arranque pra luta constante que começa a cada instante até que seu poder estanque, o mal com sua ação constante.
Na nossa Religião, o Orixá Ogun é o pai destemido, corajoso em quem se pode confiar fielmente. Ele é respeitado como sendo aquele que sabe como vencer uma guerra e como conquistar com bravura. É o Pai herói, ao mesmo tempo amado pelos filhos e temido pelos inimigos. Toda a sua ação está envolvida com o progresso e a evolução. Ele tanto abre os caminhos espirituais como os materiais. É o rei da Magia que se renova e a seu poder a cada instante rumo à evolução e ao progresso. Com sua espada branida corta todas as demandas e conduz todos aqueles que ama aos caminhos da evolução e do progresso. Sua espada encoraja, seu escudo defende e sua bandeira protege todos os seus filhos e os filhos da Umbanda.


domingo, 21 de abril de 2013

Item 4 – ORIXÁS: OGUN 1


ORIXÁS II
PERFIL DE OGUN 1
VISÃO DO CANDOMBLÉ (Síntese)
Ogun
(centropaijoaodeangola.com.br)

ARQUÉTIPO
Segundo o Candomblé, Ogun é a manifestação da luta, do esforço, da defesa. É o protetor de todos aqueles que manejam ferramentas.
É Orixá das guerras e das demandas. É o arquétipo do guerreiro associado à luta e a conquista.
Como força da natureza, Ogun representa a força produtiva que arranca na frente como ponta-de-lança, que promove a transformação necessária na natureza para deixá-la produtiva.
É o símbolo do trabalho, da atividade criadora e inovadora do ser humano sobre a natureza, de forma produtiva e expansiva.
É conhecido também na África como o deus do ferro e protetor de todos aqueles que manejam ferramentas e armas de ferro ou aço.
Por seu poder sobre o ferro e o aço, Ogun é apresentado com caráter duro e frio, implacável com seus inimigos, pois o Orixá considera que a justiça e a retidão são fundamentais e, por isso, com sua força faz prevalecer o que considera certo. Desta forma, é um justiceiro.
Ogun não se prende à riqueza. Pouco se importa com a comodidade e dispensa o luxo.
Segundo o Candomblé, a qualidade do AXÉ de Ogun é o Preto (neutro) e, com este Axé é um dos responsáveis pela criação ou através do poder de transformar, ou pela coragem de lutar.
Na concepção do arquétipo, Ogun é apresentado com um caráter temperamental, ou seja, quando irado, é implacável, destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sexualidade é devastadora, pois não se contenta em esperar. Ao mesmo tempo, é considerado o Orixá da alegria, da diversão, da delícia de viver.
Os seus filhos são conquistadores, incapazes de se fixar num mesmo lugar, apreciadores das novidades, das viagens imprevistas, do desconhecido e do novo em geral. São curiosos e resistentes, com grande capacidade de se concentrarem num objetivo a ser conquistado. De muita coragem e franqueza, chegam a parecer arrogantes. Entretanto, na relação emocional são sinceros e leais.
Quando em estado negativo, os filhos de Ogun são vingativos e violentos, briguentos, farristas, beberrões e extremamente inconstantes, além de dispersivos em relação aos objetivos e medrosos.
O poder de Ogun é tal que ele domina o Rei das Encruzilhadas, Exu, distribuindo-lhe funções e encargos.

DADOS RITUALÍSTICOS DE OGUN
          Filiação: Oraniã (ou Odudua) e Yemanjá
          Cor : Azul marinho
          Número : 3
          Metal : Ferro. Aço
          Elemento : Água
          Domínio : Ronda dos campos sagrados, caminhos, guerra
          Comidas : Feijão fradinho, feijão cavalo, feijoada, azeite de dendê, bife de carne bovina.
          Sacrifícios : Bode, boi, galo (todos vermelhos), cachorro (na África).
          Colares : Miçangas azul marinho, de cobre latão ou bronze.
          Apetrechos : Espada, lança, foice, enxada, pá, etc.
          Assentamento : Otá de minério de ferro.
          Toque de atabaque : Adarrum, cabula.
          Dia consagrado : Terça-feira
          Saudação : Ogunhê patacuri.
          Paó : 7 batidas de palmas esquerda, 7 à direita, uma à frente, uma atrás, 3 de reverência e “adobalé”.
          Veste Ritual : Saiote e atacá, predominando as cores azul marinho e branco. Capacete de pano bordado em paetês, branco, dourado e azul, com penas na mesma cor; uma corrente pendente no capacete deve circular o pescoço da iaô; e uma espada na mão.
           Falanges de Ogun: Megê, Beira-mar, Sete-Ondas, Rompe-Mato, Matinata, Delê, Yara, Das Pedreiras e, em alguns Candomblés de iteração jeje-nagô e que Sintetizam tanto raízes daometanas como iorubas, Ogun Xoroquê.

OBSERVAÇÃO:
As fotos e figuras usadas neste blog foram copiadas da Web e dado o devido crédito a quem as postou ou ao autor da foto ou obra. Pedimos desculpas aos autores que não conseguimos identificar. Caso os autores desejem ser indicados, teremos a honra de citá-los neste blog, desde que nos comuniquem e comprovem (A comprovação se faz necessária para a devida proteção do verdadeiro autor). Desde já meus agradecimentos e Axé de Zambi para todos nós.


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Item 5 – ASSUNTOS DIVERSOS – DIA DE LOGUNEDÉ


LOGUNEDÉ, COMPETÊNCIA E BELEZA

Por Brasão de Freitas
Logunedé

(wwwblogspot.com)
LOGUNEDÉ. SALVE 19 DE ABRIL DE 2013. É uma qualidade do Senhor Primaz da Força Sutil Aérea, do Elemento Ar, e Senhor Secundário da Força Sutil Telúrica (Oxossi). O Seu Predicado Espiritual (O Sopro de Deus) é o mesmo de Oxossi, portanto o Conselho (A Sabedoria dos Velhos Pajés – O Tuiabaé-Cuaá), mas enriquecido com a doçura e o entendimento de Oxum e seu poder aquoso, a alegria das crianças, a ingenuidade e a astúcia ao mesmo tempo. É justamente esta vibração de Oxum que suaviza o seu humor.
Espírito de vibração masculina, polaridade positiva, ele carrega a influência muito forte de Oxum que, segundo o Candomblé, é sua verdadeira mãe. Assim como seu pai Oxossi, é caçador de almas, responsável por toda a vida que existe nas matas e, portanto, o patrocinador da sobrevivência pelo trabalho e pelo sustendo do dia-a-dia. De Oxum teria herdado a riqueza e a beleza, quebrando assim a característica rude do Caçador. A preguiça e o mau humor constituem sua quizila e muito o atrapalham na vida. Apesar de caçador criterioso e seguro, gosta da caça fácil e pescar (herança de Oxum) com armadilhas para facilitar o sucesso da pesca.
É, sem dúvida, um dos mais belos (Imagens físicas e espirituais) orixás do Candomblé e também assim considerado na Umbanda, já que a beleza cósmica é uma das principais características dos seus pais (Oxossi e Oxum como combinação de vibrações e não como descendência biológica). É ao mesmo tempo o caçador habilidoso e príncipe soberbo, Logunedé reúne os domínios de Oxóssi e de Oxum, e quase tudo que se sabe a seu respeito gira em torno de sua paternidade. Apesar da sua história, é preciso esclarecer que Logun Edé não muda de sexo a cada seis meses, ele é um Orixá do sexo masculino e não é homossexual (A homossexualidade é característica ou opção material e não espiritual). A sua dualidade dá-se a nível comportamental, temperamental já que em determinadas ocasiões pode ser doce e benevolente como Oxum, e em outras, sério e solitário como Oxóssi. Logun Edé é um Orixá de contradições; nele os opostos alternam de modo imprevisível; é o deus da surpresa e do inesperado.
Espiritualmente representa a sobrevivência, a honestidade, a boa intenção, a inocência e a vida comunitária harmoniosa. É ao mesmo tempo o Poder do Conselho que delibera sobre o futuro da vida dos seres que seus filhos dirigem, e o entendimento da criança que perdoa seu oponente após um acesso de raiva provocada pelo egocentrismo.
Materialmente significa que a pessoa ligada vibratoriamente a Logunedé sempre encontrará amigos que a ajudarão a vencer as dificuldades (mesmo que aparentemente não tenham razão), as desilusões e as traições, pois estas poderão lhe trazer dificuldades. Esta vibração ajuda a seus filhos desenvolverem grandes projetos embora muitas vezes não saibam como começar a executá-las. E é ai que fracassam por não pedir ajuda. A força de vontade e a persistência não são suas grandes conselheiras e amigas para ajudar a vencer qualquer dificuldade.
Segundo alguns Candomblés é o Orixá das matas, filho de Inlê (Uma das qualidades de Oxossi), segundo uns ou o próprio Oxossi segundo outros, e de Oxum. Na Umbanda é considerado como uma qualidade de Oxossi. Logunedé é uma qualidade de Oxossi que ainda vibra individualmente nos seres encarnados mas em poucas ocasiões. Quase sempre grita diretamente como Oxossi. O fetiche é, do mesmo modo, um seixo rolado ou uma flecha ou os dois. É considerado por alguns Candomblés como um Orixá metá-metá, isto é, manifestando-se meio ano como Oxossi e meio ano como Oxum. Porém na Umbanda é um Orixá masculino que sempre se manifesta como Oxossi. Seu dia é a quinta-feira. Os animais de sacrifício podem ser de acordo com a vibração que se deseja obter em troca: alegria, descontração, beleza e fama ou severidade, trabalho e vitória pelo trabalho árduo e muita luta. Por isso são regulados de acordo com a manifestação – os de Oxossi ou os de Oxum. O santo católico correspondente é Santo Expedito e a saudação é logun!
Apetrechos de trabalho: Balança, Ofá (arco), Abebè (espelho) e Cavalo-Marinho.
Orixá da riqueza e da fartura, as características dos filhos e filhas de Logunedé são marcadas pelo fato deles se sentirem presos numa armadilha do destino (como mostra as diversas lendas do Candomblé). São extremamente ssíveis a dor e ao sofrimento, que lhes dão a sensação de que o mundo está de cabeça para baixo ou de pernas para o ar.
Os filhos de Logunedé embora façam amigos com facilidades, não se envolvem profundamente com eles.
Possuem trato social fácil, costumam ser bem humorados, calmos, e educados.
Muitas vezes precisam se isolar, interiorizar-se. É nessa fase que seu interesse pelo ocultismo e pela religião se sobressai.
São otimistas e perseguem seus objetivos com precisão procurando gastar energia em coisas que gostam.
Mas são como camaleão, costumam mudar de personalidade e de atitudes como quem muda de roupa.
Sentem imensa compaixão pelas pessoas que sofrem, sempre tentando ajudá-las.
Basta serem contrariados e sua fúria aparece, pois irritam-se com muita facilidade e muitas vezes perdendo o controle de suas ações, custando muito a se acalmarem.
São perfeccionistas, querendo tudo ao seu modo. Não admitem erros de outras pessoas.
Os filhos de Logunedé têm muito interesse em aprender e viver novas experiências, assim como o orixá, adaptam-se a todo tipo de ambiente e sabem como agir em cada situação.
São admirados por sua suavidade, inteligência e sensibilidade.
Estão sempre de bom astral, otimismo é a sua palavra chave.
Possuem vontade muito firme com muita autoconfiança.
Embora possam assumir exteriormente um ar de indiferença às opiniões dos outros, na verdade se sentem abalados quando criticados, e se as opiniões continuarem, perdem a aparente calma e se retiram sem falar nada.
São ternos, meigos e carinhosos com seus entes, mas poderão ser impiedosos com estranhos indesejados.
Ambiciosos, colocam os seus desejos e caprichos em primeiro lugar e conseguem sempre alcançar seus objetivos.
Tem certa facilidade em aprender qualquer coisa.
Ser incomodado é algo que os aborrece, pois são Por serem atenciosos, modestos, corteses e gostam que os outros sejam assim também, por isso se incomodam com as grosserias, conversas em tom alto ou nervosas, acessos de raiva ou teimosia obsessiva.
De Oxum, sua mãe, Logunedé herdou o lado belo e vaidoso, pois Oxum lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada.
De Oxossi herdou o dom da caça. Seu símbolo é o ofá (a flecha), a lança de caça e o eruquerê (chicote de crinas de cavalo).
Brasão de Freitas
           
 
 

sábado, 13 de abril de 2013

(Item 3) – CULTURA UMBANDISTA


3 – VIDA RELIGIOSA (8 de 10)
VIDA RELIGIOSA Parte 8 - RITUAIS
O Poder dos rituais
(ceuesperanca.blogspot.com)



O Poder dos Rituais

SÍNTESE
  • Repetição sistemática de uma coisa que deu certo.
  • Base fundamental de uma sequencia lógica.
  • O Plano de Ação (elaboração, tópicos).
  • O conteúdo do Plano (detalhamento).
  • A Razão ou Objetivo a ser alcançado.
  • Fundamento Cósmico (a certeza de que dará certo).
  • Magia Ritualística (transformação).
  • A escolha do local (quando for o caso).
  • Local pré-determinado (visitar ou informar-se previamente).
  • Segurança (material e espiritual).

O Poder dos Rituais
O Poder Psico-Somático de uma Religião está em seus rituais. São os Rituais que facilitam a conexão Terra/Céu ou Matéria – Espírito.
Um Ritual é na verdade um procedimento sequencial ordenado e organizado pela vontade, pela razão, pela sabedoria e pelo entendimento do ser humano.
A finalidade da criação de um ritual pelo ser humano é possibilitar a repetição, com a mesma qualidade e sucesso do mesmo ato ou ação executados anteriormente e que resultaram em alcançar com sucesso o objetivo desejado. Assim, se repetirmos as ações ordenadas da execução de um procedimento vitorioso, certamente alcançaremos nova vitória. Isto é facilmente comprovado na vida material.
Com isto, podemos afirmar categoricamente que, a execução de um Procedimento Técnico com a mesma “qualidade” com que foi executado no momento que o gerou, e que foi sucesso, também será coroado de êxito nas demais execuções, desde que realizados com a mesma “qualidade”.
Quando o resultado de um Procedimento Técnico não dá certo se costuma dizer que o resultado não esta “em conformidade”, ou seja, não está de acordo com o procedimento padrão de qualidade. Isto quer dizer que o resultado aqui considerado não tem qualidade.
Isto é possível de ser visto, de ser percebido ou detectado por meio de uma inspeção técnica. Portanto, podemos “ver” e acreditar.
Um Ritual místico é semelhante a um Procedimento Técnico. A diferença está em que no Ritual o objetivo a ser alcançado normalmente é invisível, sutil ou etérico, o que torna muito difícil sua inspeção técnica. Entretanto, o fundamento básico utilizado pelo Procedimento Técnico é o mesmo, ou seja, apresentar de forma clara, objetiva e racional a ordem das ações que compõem a sequencia que conduz ao objetivo a ser alcançado.
Analisando por este ângulo, a execução correta do procedimento do Ritual, certamente conduz ao sucesso, independente de o objetivo ser visível ou invisível.
O que garante a eficácia de um Ritual é o conteúdo de seus fundamentos Místicos e a execução perfeita do procedimento.
O Ritual se vale de técnicas já citadas anteriormente tais como a reza, a dança ou movimento, o ponto cantado e o riscado com Pemba, a magia cerimonial, natural e a ritualística, através do Poder dos Elementos (ou da Substância Etérica), o Poder do Axé, e o Princípio básico da vida existencial que é o alimento.
O Ritual também se baseia no princípio de que “o que está em baixo é como o que está em cima” e, portanto, repetindo o procedimento do que está acima, certamente também acontecerá em baixo.
Na verdade, tudo se baseia na Gênese. Estudando a Gênese, descobriremos os maiores segredos da vida, inclusive o fundamento de que tudo na vida obedece rigorosamente a rituais.
Assim sendo, o Poder do Ritual é quase ilimitado, já que a vida é um ritual. Na vida existe a matéria ordenada e o espírito dominador, que embora antagônicos, estão unidos (pela Alma Neutra) em prol de um objetivo comum que é evoluir.
Existe alguma dúvida de que o Ritual tem Poderes reais e tão fortes que até domina a própria vida?
Continua (9 de 10).

sábado, 6 de abril de 2013

Item 2 - CULTURA UMBANDISTA – Os 7 Sacramentos 8


PROVÉRBIOS SACROS
Orar
(Carlos Martinez)

Os umbandistas de um modo geral, dificilmente irão aprender o dialeto Yorubá. Entretanto, executar uma reza com o intuito de manter a mesma “força” vibratória da Tradição herdada, se faz necessário que se aprenda pelo menos a pronunciar corretamente os Provérbios Sacros ou aqueles de muito impacto tanto na Disciplina Ritualística como na Doutrina Ritualística, sem contar, é claro, com a Liturgia, e que são comuns nos rituais. Em função disto, sem entrar na seara da Doutrina Ritualística nem da Liturgia, daremos a seguir alguns Provérbios de muito uso nos rituais.
A grande maioria destes Provérbios foi compilada do livro de Ivan H. Costa, intitulado Ifá – O Orixá do Destino


01- OKÊ ERÓ OXÓ KO NI SO INCHE, A DA O YORI.
O grande segredo do Poder não é só a Sabedoria, mas também o Entendimento.

02- MO LA ONA FUN O TORORO, KI OLE LA ONA FUN MI TORORO.
Eu abro para você um caminho reto e direto, assim você pode abrir para mim um caminho reto e direto.

03- OKUTÁ ERÓ BI KA RI TI WA OJÚ, KO BA SI LO TI WA MATU.
Uma pedra (parede) pode encobrir nossos olhos, mas não veda nossos ouvidos.

04- KO SI OBA KAN AFI OLORUM.
Não há outro Senhor senão Olorum.

05- BI ÔWÉ, NI OXÓ SORO.
Com provérbios é como o Poder nos fala.

06- OBÉ TI O MU KI GBE KUKU ARA RE.
Por mais afiada que seja a faca, ela não pode riscar seu próprio cabo.
(Por isto, a faca tem Poder para quem a empunha).

07- AIYÊ ATI IKU, OKAN NAA NI.
Vida e morte, ambas são idênticas.

08- OGBÊDÙ, ÂWON BABALÁWO OGJUBONA MI!
Saudações aos meus Babaláwo Mestres de Ensino.

09- IFÁ GIÓ, ORUMILÁ Ó!
Acorda Ifá, oh Orumilá!

10- XI ÔJÚ KI O RI ÊMÍ DÁADÁA!
Fixa seus olhos em mim e olha-me bem!

11- IGÍ, SI ÔJÚ KI O RI ODI RÉ!
Igi abre seus olhos e veja o seu inimigo!

12- FU EMI BABA (MAMA) URUNKÓ
Por favor Pai/Mãe, dê-me seu nome.

13- AIÊ ORUN SARAVA! AIÊ OXUPA SARAVÁ!
Bom dia sol, sarava! Boa noite Lua, sarava!

14- FÚ EMÍ LÁ IRAXÉ BABÁ, AGÔ IÊ BABÁ OKÊ!
Com licença Grande Pai, dá-me seu axé!

15- ORÍ APERÊ, AGÔ IÊ OLORI, AGÔ IÊ ELEDÁ
Para assentar este Ori, peço licença a Pai ou Mãe (Pronunciar o nome do Olori) e peço licença a Pai ou Mãe (Pronunciar o nome do Eledá).