domingo, 2 de fevereiro de 2014

Item 10 – OS ELEBARAS NA UMBANDA (Parte 6)

QUIMBANDA (EXU/POMBAGIRA)
(AXIRÔS/ELEBARAS)
Por: Brasão de Freitas
Parte 6 - TRADIÇÃO

EXU / POMBA-GIRA

Exu e Pombagira

ESCLARECIMENTOS - TRADIÇÃO
Ao iniciarmos a falar sobre Exu, vamos tecer alguns comentários sobre o nível de informações que as pessoas encontram através dos livros ou ensinamentos orais proferidos e escritos por diversos mestres e sacerdotes do conhecimento místico.
Cada um deles costuma pregar que é o autêntico representante do verdadeiro conhecimento místico e da tradição espiritual, e que os demais no planeta terra são meros copiadores de fundamentos.
É comum que isto aconteça, mesmo com aqueles que apresentam livros ou conhecimentos orais ditados diretamente por entidades espirituais.
Desta forma, e diante deste quadro, os seres encarnados no planeta terra, encontram dificuldades para entenderem ou compreenderem qual deles, inclusive este que vos escreve, estará dizendo ou mostrando a “verdade” verdadeira.
De minha parte, afirmo-lhes que não sou, jamais fui e nunca serei o “dono da verdade absoluta” porque isto é prerrogativa de Babá-Ifá.
Recebemos sim muitos ensinamentos e esclarecimentos de Entidades Espirituais e lemos muitos livros, tantos quanto nosso limitado tempo material nos permite. Mas, não tenho o costume de copiar idéia de ninguém e muito menos assumir a paternidade dos fundamentos revelados, mesmo porque, se eu fosse um “Mestre do saber” encarnado, com certeza seria o menor e o de menos sabedoria entre todos. E como aprendi que a “Grande Sabedoria” é o somatório da sabedoria de todos os seres encarnados e desencarnados, eu ou qualquer outro ser que não Ifá, seria incapaz de absorver todo o conhecimento de todas as pessoas.
Quanto ao fato de pertencer a uma dita Tradição, falada e propalada por todos os Mestres ou Sacerdotes que orientam comunidades, gostaria de esclarecer que todos, absolutamente todos, estão absolutamente certos. Repito, absolutamente certos.
Todos eles representam a “Tradição” do conhecimento espiritual universal. Mas, é claro, uma parcela desta tradição, já que ninguém a não ser Ifá consegue absorve-la por inteiro.
É por isso que respeito todos, ouço todos, leio todos (todos os que posso, é claro).
Ao assim proceder, estarei aprendendo uma pequena parcela do “Conhecimento”, aquela que me é permitida, e também, assim, represento a Tradição.
Também aprendi que a Tradição são Valores Espirituais do Cosmo Espiritual.
Como nós estamos no Universo Material, teremos que caminhar “para a frente” em direção á Tradição, voltando assim às nossas origens que são espirituais.
Desta forma, e falando bem popularmente, a Tradição esta “adiante” e não “para trás”. Por isso é preciso tomar cuidado com o termo “Manter a Tradição”. Seria mais correto dizermos “buscar a Tradição”. Além do mais, em se tratando de passado, presente e futuro, a Tradição está no futuro. A verdade do passado não deixa de ser verdade, mas a verdade de hoje é mais evoluída do que a de ontem, assim como a de amanhã será mais evoluída do que a de hoje. Mas nunca deixarão de serem verdades. Assim é a Tradição: a de amanhã será mais evoluída do que a do passado (É claro que estamos falando do passado vivido).
É por isto que eu não ouso cognominar-me como o real e absoluto representante da Verdade ou da Tradição. Conheço apenas uma infinitésima parte porque aprendi com o meu Guia, Mago e Mestre de muitas e longas encarnações, o Caboclo Tupinambá (Este não é o seu nome sagrado, como Mestre que é, mas é o que por hora é permitido falar).
Por ordem dele, que é quem me ordena e me conduz na vibração de meus Genitores Divinos e meus Ancestrais, juntamente com toda a falange de espíritos que o acompanham, inclusive meu querido e amado Guardião conhecido nos dias e nas noites da eternidade material como Adarau Akamaê mais popularmente conhecido por Andaru.
E é ele quem me ordena e me ensina sobre Exu, conhecimento este que com certeza junto com os conhecimentos de todos os irmãos terráqueos representa apenas uma pequena parte da Grande Verdade.
Mestres, sacerdotes e irmãos, não parem de escrever ou ensinar pois, aquilo que você pratica, mesmo que para alguns possa ser errado, para mim será de grande valor porque, sabendo o que você sabe, eu saberei mais um pouco da Grande Verdade e poderei ensinar para outros, um pouco da Eterna Tradição.

Como diz o OGBE MEJI: “Orunmilá diz que as coisas devem ser feitas pouco a pouco: Eu digo; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do preá; é pedaço por pedaço que se come a cabeça do peixe.”

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