sábado, 26 de janeiro de 2013

Item 4 – ORIXÁS: ODUDUA 1


ORIXÁS II
PERFIL DE ODUDUA 1
VISÃO DO CANDOMBLÉ (Síntese)

Imagem representativa de Odudua
(ododuntitled)

O ARQUÉTIPO DE ODUDUA VISTO PELO CANDOMBLÉ
Para os Candomblés brasileiros, Odudua é um Orixá africano que tem grande significado nas origens da criação do mundo, mas que é pouco cultuado no Brasil. Para os Candomblés, tornou-se apenas uma figura pré-histórica dos Orixás e não-atuante. Talvez por isso não conseguimos encontrar templos que cultuassem este Orixá.
Nos cultos Yorubá, na África, Odudua é apresentado ora como Orixá masculino, irmão de Oxalá, ora feminino, surgindo já como esposa de Oxalá. Em ambos as formas, representa a mãe terra em oposição ao céu, que é domínio de Oxalá.
“Segundo o código Yorubá, num primeiro instante Olorun Criou a Luz (Os Imolês) e as Trevas (Ilú) e o espaço intermediário ou Ará Orun. Após a criação, Olorun distanciou-se dos Imolê por se o Alá ÂbáL’Âche (O Supremo Orixá da Existência, da Realização e da Essência de tudo aquilo que foi, é ou será, isto é, o Deus Supremo. Mas, apesar disso, Ele não se tornou tão remoto ou indiferente aos Ará Âiyé (Corpos do Céu) que, em última análise, são as formas materiais de Suas próprias criações espirituais, através da ação de Obatalá (Orixalá) e Odudua que a Ele oram e cuja resposta vem através de Orunmilá, que é o Arauto dos Designios Absolutos do Alá Âbá L’Aché OLORUN, não só para os Ará Âiyé pois o Orixá Orunmilá é um dos dois Imolê que podem livremente apresentar-se à presença de Olorun e suportar-Lhe o Esplendor! O outro é Imolê Exu e o terceiro é o Imolê Osétuwá. Por terem sido criados diretamente por OLORUN, Orixalá e Odudua também podem apresentar-se à Sua presença. Portanto, no Código Yorubá, é ai que surge o grande poder de Orixalá e Odudua porque foram criados da Primordial Matéria Divina. (Trecho copiado do livro Ifá o Orixá do Destino de Ivan H. Costa).”
Em alguns Candomblés, Odudua é parte integrante da dualidade masculino/feminino original que estabeleceu (Criou) a terra.
Ainda segundo os Candomblés, é do eterno contato entre Oxalá e Odudua que surge o seu produto genérico: o axé universal ou a constante força de renovação e manutenção da vida.
Fica definitivamente esclarecido que, nos cultos afro, Oxalá e Odudua estão diretamente ligados à criação: Oxalá o céu (espírito) e Odudua a Terra ( o mundo no qual viverão os espíritos).

DADOS RITUALÍSTICOS
          Filiação: Olorun, o Deus Supremo
          Cor: Branco e amarelo ouro
          Número: 8
          Metal: Ouro; ouro branco
          Elemento: Energia Produtiva da Criação
          Domínio: A Terra
          Colares: Miçangas brancas transparentes e leitosas
          Apetrechos: Espada e Globo
          Assentamento: Otá de pedras cristalinas
          Dia Consagrado: 6ª Feira
          Saudação: Exê ê Babá
          Toque: Bravum e Igexá
          Qualidade do Axé: Branco
          Vestimenta Ritualística: A mesma de Oxalá; sendo que usa coroa com búzios
          Flor Sagrada: Maracujá
          Comida: Ebó de milho branco
          Sacrifício: Cabra e galinha branca


OBSERVAÇÃO:
As fotos e figuras usadas neste blog foram copiadas da Web e dado o devido crédito a quem as postou ou ao autor da foto ou obra. Pedimos desculpas aos autores que não conseguimos identificar. Caso os autores desejem ser indicados, teremos a honra de citá-los neste blog, desde que nos comuniquem e comprovem (A comprovação se faz necessária para a devida proteção do verdadeiro autor). Desde já meus agradecimentos e Axé de Zambi para todos nós.


domingo, 20 de janeiro de 2013

Item 5 – ASSUNTOS DIVERSOS – DIA DE OXOSSI


AS MATAS E O PODER DO CONSELHO
OXOSSI O CAÇADOR DE ALMAS
SALVE 20/01/2013

Oxossi
(Nelson B. Faedrich)

Quando a Terra ficou pronta para receber as encarnações do Ser Humano, as Florestas e os Mares encobriam a superfície da Terra. Até as montanhas eram cobertas por vegetal ou água, mesmo quando expostas ao vento ou cobertas pó água, inclusive considerando como água as partes dos polos cobertas por neve. É importante lembrar que a maior parte do oxigênio que respiramos no planeta vem da flora marinha (ou seja, dos vegetais submersos) que o produzem em maior quantidade do que o das florestas expostas ao ar livre.
Poderíamos nos arriscar a dizer que, como o oxigênio é fundamental para a nossa existência como seres humanos e para a grande maioria dos animais e vegetais, também a sua vida surgiu da placenta da Terra, ou seja, o mar. Pode até parecer poético à primeira vista, mas uma análise mais profunda constata a veracidade desta “coincidência” da natureza.
A importância do fundamento relembrado acima nos motiva à reflexão neste dia 20 de Janeiro, pois é o dia consagrado ao Orixá Oxossi.
Oxossi, o Grande Caçador de almas, patrono do Oxigênio o elemento que deu propósito à vida, acaba por se tornar, por força de seu Poder Vital, o responsável pela sobrevivência, no sentido de subsistência, o Senhor do combustível (alimento) que proporciona o movimento, princípio fundamental da Vida Universal em todos os Reinos, Universos, Mundos e dimensões onde a vida se manifesta.

O Conselho é um elemento, uma Entidade de Sabedoria acumulada de experiências vivenciadas, selecionadas, aprendidas e executadas com absoluto êxito. Portanto, o Conselho é o Poder Maior do Bem Viver. Diríamos até que o Conselho é o ordenador (dinamizador) do Axé.

As florestas representam para o ser humano no planeta Terra a sua sobrevivência maior. A Maior parte dos alimentos do homem vem das matas (Ou as da superfície da Terra ou as da profundeza dos mares). A água doce de que precisa fundamentalmente para viver, vem dos rios que estão abrigados nas matas. Grande parte do Oxigênio que o homem precisa para respirar vem das matas (A outra grande parte de oxigênio vem do fundo do Mar). Provavelmente sem as matas, o planeta Terra dificilmente poderia abrigar o ser humano.
Pelo fato de nas florestas estarem todos os tipos de alimento que a natureza produz e faz funcionar com absoluta perfeição, é nela que está a cadeia alimentar terrestre da vida biológica que proporciona o combustível responsável pela execução do movimento que provoca a alternância de poderes que sustentarão toda a vida e a existência do ser encarnado.
Como já dito no resumo sobre as características de Oxossi, ele é o Senhor Primaz da Força Sutil Aérea, do Elemento Ar, e Senhor Secundário da Força Sutil Telúrica. O Seu Predicado Espiritual (O Ar; O Sopro de Deus) é o Conselho (A Sabedoria dos Velhos Pajés – O pensamento “soprado”, pronunciado, falado – O Tuyabaé-Cuaá).
Para os umbandistas, como espírito puro Oxossi é o Par Vibratório de Ossãe, o caçador responsável por toda a vida que existe nas matas e, portanto, o patrocinador da sobrevivência pelo trabalho e pelo sustento do dia-a-dia.
Sua vibração cósmica (seu Poder como Espírito que emana e dá vida ao mundo material), manifestado no universo representa a sobrevivência, a honestidade, a boa intenção e a vida comunitária harmoniosa. É o Poder do Conselho que delibera sobre o futuro da vida dos seres que seus membros dirigem. O Conselho é o Poder Coletivo unificado que delibera sobre o futuro da vida dos seres que seus membros dirigem. Mas, fica bem claro, que o Conselho não tem um Chefe único terrestre.
Oxossi é o Senhor da Cartilha da Sobrevivência, Lei e Ordem do bem viver dos seres humanos e “dogma” dos demais seres na natureza. Lei e Ordem dos seres humanos porque, em função do livre arbítrio, da sabedoria e da inteligência, podem ser “melhorados” ou evoluídos; dogma para os demais seres da natureza porque estes seres não possuem vontade própria e cumprem existência pré-estabelecida (Ex. animais, vegetais, minerais).
Materialmente significa que a pessoa ligada vibratoriamente a Oxossi sempre encontrará amigos que a ajudarão a vencer as dificuldades, as desilusões e as traições, pois estas poderão lhe trazer dificuldades. Esta vibração ajuda a seus filhos desenvolverem grandes ideias embora muitas vezes não saibam como começar a executá-las. E é ai que fracassam por não pedir ajuda. Mas, a força de vontade e a persistência são as grandes armas para vencer qualquer dificuldade.
É atribuído a Oxossi o dom de Caçador de Almas. Isto se dá pelo fato de Ele ser o “professor” que ensina o conteúdo da “Cartilha das Matas” que ensina as regras do bem viver e do respeito à Natureza e, em consequência, à própria vida. A primeira coisa que a Cartilha ensina é que: “Lá na Mata, na Jurema, é uma Lei severa, é uma Lei sem pena”. Também aconselha a todos que nela penetram que “deixem a árvore nascer, deixem o pássaro viver; o verde é a nossa esperança, e a esperança não se deixa morrer”. Também lembra a todos que, se Deus criou todas as coisas, então Ele é o Pai de todas as coisas e a todas elas presenteou com a vida (até os minerais, pois são feitos de átomos e os átomos estão em movimento, logo possuem vida), e assim sendo, todos nós, criados por Ele, estamos vivos e somos irmãos; por isso, a pedra é nossa irmã, as plantas são nossas irmãs, os animais são nossos irmãos, o vento é nosso irmão, o rio (que está cheio de vida) é nosso irmão, e a Cartilha de Oxossi (Certamente copiada de Deus) nos lembra que NÃO SE MATA UM IRMÃO.
Salve Oxossi, salve São Sebastião, salve 20 de Janeiro, salve todos os dias, SALVEM A PRÓPRIA VIDA, DÁDIVA DE DEUS.



sábado, 19 de janeiro de 2013

(Item 3) – CULTURA UMBANDISTA


3 – VIDA RELIGIOSA (5 de 10)
VIDA RELIGIOSA Parte 5 - GÊNESE

Flashs da Criação
(Michelangelo, Joomla Template, Soft Key, Fundo_Espiritismo, Bill Longcore)
(Montagem B. Freitas)

A GÊNESE - FLESHS DA CRIAÇÃO
A Gênese é o Arcano dos Arcanos, isto é, só o Senhor Eterno e Absoluto sabe quando e porque ela começou a existir. A única coisa que sabemos é que foi por um ato se Sua Vontade.
Não vamos relatar aqui a história da Gênese. Faremos apenas uma ligeira apresentação para mostrar os mistérios que durante tanto tempo ficaram escondidos.
Deus nos fez inteligentes à Sua imagem e semelhança. E se nos deu a inteligência foi para que pudéssemos, entre outras coisas, desvendar os mistérios que somente a evolução nos permitiria descobrir.
A verdade é relativa. A verdade de hoje é mais evoluída que a verdade de ontem, mas a verdade de amaná será mais evoluída do que a de hoje. Entretanto, nem por isto a verdade de ontem ou a verdade de hoje deixam de ser verdades.

A Existência
  • As 3 Realidades extrínsecas: O Espírito Puro, a Substância Etérica e o Vazio Neutro. A existência destas 3 Realidades foi o primeiro instante da Gênese. O FIAT LUX, a Essência de todas as coisas.

  • A constituição do Kárma Causal para a existência da Vida Espiritual. A existência do Movimento causado pela oposição entre os Espíritos Puros e a Substância Etérica, para evitar a inércia que conduz à morte, e liberar a manifestação da vida que é movimento. A Reação provoca a alternância e o movimento se manifesta. Assim IWA manifesta ABA que dá provimento ao AXÉ. Neste instante nasce a Criação.


A Criação
  • Universo Espiritual ou Luz
  • Universo Astral, Lócus da Substância Etérica Diferenciada, isto é, ordenada, não caótica. Morada dos corpos etéricos, e também o Lócus da encarnação e da vida biológica, onde encarnam os Espíritos Caídos.
  • O Universo Material, Lócus da Substância Etérica Indiferenciada, caótica. São as Trevas.

Segundo os Livros Sagrados e o que as Entidades Espirituais nos falam, antes que Tudo existisse, portanto anterior a todas as coisas existia apenas a Divindade Suprema, Senhor Absoluto de todas as coisas e o Único conhecedor de Tudo, idealizador e autor Único da Existência. Por Sua única Vontade Ele resolveu criar o Universo. Esta Criação teve dois instantes: o primeiro foi a criação das 3 Realidades Extrínsecas; o Puro Espírito, A Substância Etérica e o Vazio Neutro; o segundo instante foi a Criação do Universo Astral, o universo como nós conhecemos.
Na Umbanda, temos um Trecho Sagrado que nos ensinou uma Entidade Espiritual (Um Pai Velho) mostrando como Tudo aconteceu.
“A Existência dormia seu sono latente repousando sobre o Nada, que era Tudo, porque Tudo e Nada coexistiam na Eternidade, sem distinção, e formando uma única, eterna e incriada Potência”.
“A Força não atuava, o Movimento estava parado e o Tempo não era. Mas a Potência Absoluta existia e o equilíbrio era perfeito”.
“E enquanto assim em latência a Eternidade dormia, eis que a Razão desperta o Tempo, o Movimento sai da inércia e a Força se manifesta. A Eternidade assume o Tempo e a Potência manifesta a Luz. O Ser Absoluto e Eterno acabava de abrir os olhos e sua Luz penetrou o Nada, comparando-o com o Tudo”.
“Separados pela Luz, de um lado ficou o Nada e do outro ficou o Tudo”.
“A Potência manifestada pela Vontade de Sua própria Força, abre os olhos da Eternidade e o Absoluto se manifesta”.
“Ele era o Único e Perfeito. Um só corpo e um só espírito, porque Deus é Tudo”.
“Quis Ele e por sua única vontade, que de sua natureza vibratória se separassem águas de águas; as de cima das de baixo; o espírito da matéria; o positivo do negativo”.
“O Espírito era puro e a Matéria o Caos. E assim se formou o equilíbrio entre forças positivas e negativas e nascia a Potência Criadora”.
“Do duplo gerante (águas e águas, ou Iwa e Aba) nasceu o terceiro elemento: a Essência Anímica ou Axé”.
“E então existiram os espíritos; e então existiu a matéria. Espíritos e matéria co-eternos com o Absoluto e Altíssimo, existiram porque Ele assim o quis. E nada os destruirá porque eles são feitos da mesma natureza vibratória Divina e por isto pertencem à Potência e a Potência é indestrutível”.
“E assim nasceu o princípio e causa de todas as coisas, originários da Potência, porque antes Dela só existia Ela”.
“O Espírito positivo e a Matéria negativa formaram a Essência Anímica que é neutra, Da neutralidade nasce a Justiça e na balança da Justiça os pesos são iguais”.
“E assim foram criadas as Leis que regulam os Espíritos e as que regulam a Matéria. Estas leis são opostas para que haja o equilíbrio perfeito (a alternância)”.
“A Essência Anímica é formada pelas propriedades da matéria e do espírito, que por sua vez são separadas entre si formando dois polos opostos de energia”.
“E assim foi, assim é e assim será”.
“A causa se manifesta no efeito e o efeito se transforma em ato. Isto é o Universo”.
Continua (6 de 10).


sábado, 12 de janeiro de 2013

Item 2 - CULTURA UMBANDISTA – Os 7 Sacramentos


OS SETE SACRAMENTOS DA UMBANDA
Parte V
Deká
(Foto Bob-Retina)

5 – O DEKA (Juntó de Oxalá – 7º Ano) - (Comunhão)
...Pai me perdoa! – Filho, tu estavas perdido e Eu te achei. Te banho, jogo fora tuas roupas velhas e te visto com roupas novas e brancas com símbolo de uma nova vida e te dou este anel que servirá como aliança de que Eu e tu comungamos o mesmo amor eterno.

      Par Vibratório (Orixá) Regente = Oxalá/Odudua.
      Aruanda = Orun (Oxalá) / Terra ou Ayê (céu da Terra) (Odudua).
      Arcanjo Tutor = Rafael.
      Sincretismo com a Igreja Católica = Comunhão.

Fundamento Místico: O reencontro com o Pai. Este é o assentamento ritualístico que dá ao médium a segurança de que seus Genitores Divinos estão assentados, mesmo que o médium ainda não saiba quem são, já que Oxalá representa todas as Sete Linhas de Umbanda. Garante também que, em caso de falecimento do Babalorixá ou Ialorixá sem assentar especificamente os Genitores Divinos, estes já estejam assentados no Juntó de Oxalá. Ao mesmo tempo, o Deká representa a autorização para que o médium assuma sozinho a sua caminhada sacerdotal, a partir de então.
O arrependimento, a “comunhão” com o Pai. A recuperação dos direitos de ter comunhão ou contato com o Mundo Sagrado. A aliança, o anel que simboliza a ligação ou o Juntó com o Sagrado.
Juntar é sentir, ver, ouvir, é gostar, é inalar a essência do amor que chega até o cérebro e vai para o coração. Comungar é interagir, é conviver, é entrar em contato, é participar, é envolver-se com crença e com fé naquele com quem comungamos.
O Engorocí, a Reza, a Oração, o Som, está é a chave que abre a mente do sacerdote para o Poder, porque a palavra é o Verbo, e o Verbo vem de Deus, o Verbo é Deus. Assim, a reza é o comando que ativa e domina a Magia, conduz o milagre e induz à transformação e restituição do Axé. Rezar não é só pedir, é preciso participar para que a emoção do pedido dê qualidade ao pedido e o transforme em vibração para que esta vibração se JUNTE com a vibração do Senhor Onipresente e aconteça a Comunhão. É por isto que todo Poder transmitido de Pai para Filho no ritual, sempre é feito de forma oral, como uma verdadeira oração.
Diz a Bíblia: “... No princípio era o Verbo, o Verbo estava em Deus, O Verbo era Deus..."

Provérbio Sacro:
BI ÔWÉ, NI OXÓ SORO.
Com provérbios é como o Poder nos fala.
“Agoie Olori, agoie Eledá...”

Conhecer os Provérbios Sacros é poder falar com o Poder. Os provérbios são os guardiões da Sabedoria. Eles contêm as sutilezas da Metafísica, que permitem ao pensamento entrar em contato com as origens de Aba, onde a cadeia hierárquica ou Juntó do ser no Universo desfila como um só elo onde o Poder do Pai se manifesta no Filho que se transforma e passa a existir pelo fogo do Espírito Santo (O Sopro Divino), numa comunhão que só os provérbios sabem explicar.
Quando se faz o Junto de Oxalá (que representa a comunhão das sete linhas), automaticamente se forma a cadeia hierárquica evolutiva dos Orixás do ser encarnado. Desta forma, todos os demais Orixás da linha hierárquica do ser encarnado são assentados no Juntó, mesmo que o indivíduo não venha a conhecer os demais Orixás, por diversos motivos.

Significado dos materiais usados: A Quartinha (Os Mesmos fundamentos da Feitura de Santo). As Vestes, as Oferendas, a Pedra, o Anel, a Água Doce, a Vela, o Colar ou Delogum, todos seguem os mesmos fundamentos da Feitura de Santo. O Obí serve como ligação entre a ancestralidade dos rituais africanos e o Poder de Ifá transmitido ao filho de santo, além de ser um segredo ritualístico (Adoxó). Os Búzios representam o Poder de Ifá, ou seja, o poder de ver o futuro e o destino dos seres (o Odu). O Ojá ou Onjá, símbolo de poder, serve para formar o dorso ou turbante usado nos rituais umbandistas.





sábado, 5 de janeiro de 2013

Item 1 - INICIAÇÃO NA CULTURA UMBANDISTA-5


INICIAÇÃO NA CULTURA UMBANDISTA
(Assistentes e Principiantes)
Iniciação 5º Tema

O Processo de encarnação
36ª semana uterina - A conexão vital- o Nascimento – O espírito encarnado
(avidabloga.wordpress.com, fundoespiritismo, -o Taô, revista Planeta, Microsoft media galery)

Quinto Tema: A ENCARNAÇÃO

HISTÓRICO.
Como já vimos, a Encarnação faz parte da ordenação do Universo Astral. Nós vamos estudá-la mais um pouco porque ela é quem nos diz verdadeiramente o somos e o que está acontecendo conosco neste momento e em todos os momentos da nossa vida.
Uma das Leis da Ordenação do Universo Astral foi a divisão do Universo em Reinos perfeitamente definidos cada um com um teor de existência totalmente integrado com os demais Reinos de tal forma que os espíritos pudessem deles se utilizar para a sua movimentação de viver, evoluir e mudar de Reino até atingir o seu Reino de origem.
Antes de o espírito passar pela sua primeira encarnação, ele tem que vivenciar os Reinos inferiores ao Reino reservado para a sua estada no Universo Astral (Vivenciar sem encarnar).
Assim, primeiro ele vivencia ou aprende tudo sobre o Reino Mineral, que é o Reino das coisas brutas, que não tem os predicados do espírito, por mais minúsculos que sejam.
Depois o espírito vivencia ou aprende sobre o Reino Vegetal, que é um Reino que possui alguns sentidos tais como o sentimento, a dor, a alegria, a saudade, etc. Mesmo assim, a presença da vibração espiritual é mínima (Somente emanações espirituais).
Depois o espírito vivencia o Reino Animal, que não possui espírito, mas possui instintos e os cinco sentidos naturais. A presença da energia espiritual também é mínima (Novamente, somente emanações).
Após conhecer os três Reinos inferiores (materiais) e deles captar impulsos elétricos de cada coisa que neles existem para o Arquivo do Inconsciente que será consultado quando o espírito já estiver encarnado e seus sentidos captarem impulsos elétricos das coisas de seu meio ambiente para compará-los com os sinais do arquivo inconsciente que foram implantados no cérebro do espírito encarnado para que ele, espírito, possa identificar através dos 5 sentidos qual a cor, forma, cheiro, som, gosto daquilo com que seu corpo está interagindo através dos sentidos. Finalmente está pronto para viver no Reino Hominal ou Reino Humano como hoje as Ciências Físicas o chamam (Este reconhecimento da Ciência Física praticamente define que o ser humano não pertence e nunca pertenceu ao Reino Animal e, portanto, não evoluiu a partir do macaco). Este é o Reino onde os espíritos que desceram ao Universo Astral vão encarnar ou reencarnar.
A Encarnação significa que o espírito para se manifestar no Mundo Material reveste-se de uma vestimenta que é o corpo ao qual fica recluso até dele se separar através da morte do corpo, e recebe as informações do meio ambiente através dos cinco sentidos (Tato, paladar, audição, gosto e visão).
Acima do Reino Hominal está o Reino da Alma ou o Reino onde se situa a energia neutra que permitira o contato entre o espírito e a matéria sem que haja explosão, pois os dois são de energias opostas. Algumas Ciências chamam esta energia de Perespírito.
Acima do Reino da Alma está o Reino do Espírito, ou seja, o Reino dos Puros Espíritos onde não há nenhum contato entre os Espíritos e a Matéria caótica.
O Reino mais alto de todos é o Reino de Deus, Lócus somente habitado pela Divindade Suprema, onde ninguém jamais chegou ou chegará, porque somente Deus é Senhor de Si mesmo..

INTERATIVIDADE.
1.O que precisa um espírito fazer para viver no Mundo material?

2.O que são os Reinos da Natureza, e quantos são?

3.Em que Reino o espírito encarna?

4.Se o espírito é positivo e a matéria é negativa, porque não explodem ao se encontrarem?

5.Por acaso espíritos e matéria se misturam?

NOTA IMPORTANTE
As respostas sobre as perguntas da interatividade serão dadas a quem nos perguntar.

COMPORTAMENTO.
Se eu estou vivendo no Mundo Material é porque estou encarnado. Se estou encarnado é porque devo cumprir uma tarefa. Assim preciso descobrir qual é a tarefa para poder cumpri-la bem.
Devo, pois aprender tudo que puder sobre a vida encarnada e seguir as leis da encarnação e as leis da Natureza.

APRENDENDO A REZAR.
Para que uma reza seja bem forte, ela precisa ser repetida muitas e muitas vezes com o mesmo empenho que da primeira vez. A reza não precisa ser complicada. Ela precisa apenas ter fundamento, isto é, o pedido, a súplica e o objetivo. É bem simples: Deve-se pedir o que se deseja, com humildade e com fé de que vai conseguir o objetivo.

Exemplo:
Meu Senhor, que sois onipotente, a Vós recorro neste momento de tamanho sofrimento, com meu coração contrito e humilhado, suplico que afaste de mim (ou de alguém a quem se quer ajudar) esta doença, se for do meu merecimento mas principalmente se for a Vossa Vontade.
Amem.

CANTAR TAMBÉM É UMA FORMA DE REZAR

Ponto de Xangô.
Xangô mora na Pedreira,
Quero ver relampear.
Xangô mora na Pedreira,
Meu Pai Xangô é Djacutá.
Ô, ô, ô. Ê, ê, ê. (bis).
Valei-me meu Pai, valei-me Xangô. (bis).

OBSERVAÇÃO:
As fotos e figuras usadas neste blog foram copiadas da Web e dado o devido crédito a quem as postou ou ao autor da foto ou obra. Pedimos desculpas aos autores que não conseguimos identificar. Caso os autores desejem ser indicados, teremos a honra de citá-los neste blog, desde que nos comuniquem e comprovem (A comprovação se faz necessária para a devida proteção do verdadeiro autor). Desde já meus agradecimentos e Axé de Zambi para todos nós.



quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Item 5 - ASSUNTOS DIVERSOS - Calendário


O CALENDÁRIO UMBANDISTA (Sugestão)
Por Brasão de Freitas

Um calendário unificado para os Cultos Afro-Brasileiros faz muita falta, e faz também com que tanto a Umbanda como o Candomblé acabam por perder um pouco da potência vibratória (Axé) que seria movimentada num único dia por todos os Templos. Será um acontecimento tão poderoso nesses dias, que qualquer sacerdote que saiba usá-lo terá a seu dispor uma Potência Vibratória capaz de ajudar qualquer ou até todos os seus filhos de santo de forma rápida.
Muitas vezes fomos procurados por umbandistas, médiuns ou não, que gostariam de homenagear seus Orixás ou suas Entidades de trabalhos (Caboclos, Pretos Velhos e Crianças) nas festividades ou dias a eles consagrados. Foi ai que percebemos que não existia um calendário oficial de dias consagrados às Entidades e aos Orixás, e muito menos que fosse aceito por todos já que os dias festivos consagrados a alguns Orixás eram e são diferentes em diversos lugares principalmente por causa das diferenças no sincretismo religioso com a Igreja Católica. Em nossas observações e trocando ideia com outros sacerdotes (as), chegamos à conclusão que seria difícil (mas não impossível) consagrar um dia para cada Entidade que incorporasse. Então restou a ideia de homenageá-las no dia consagrado aos Orixás que elas representam em suas linhas de trabalho. Assim, qualquer Pai Velho ou Mãe Velha seriam homenageados no dia consagrado a Yorimá (Obaluaê) e Nanã Buroquê; Caboclos, Baianos, Marinheiros, Boiadeiros, no dia consagrado a Oxossi e Ossãe, a Xangô e Yansan, a Ogun e Obá, a Oxalá e Odudua, e a Yemanjá e Oxumarê; e finalmente as Crianças no dia consagrado a Yori e a Oxum.
Resolvemos então anexar a este trabalho de pesquisa, para uso dos umbandistas, um projeto de Calendário Sincrético (com base no sincretismo católico) que possa ser usado por todos os Templos a partir do instante em que estes Templos optem por ele e espiritualmente o consagrem se assim o desejarem. Para a orientação de quem possa se interessar, informamos que já existem muitos Templos que oficialmente já adotam estas datas.
Acreditamos que a unificação das datas só trará benefícios aos umbandistas, pois quanto mais pessoas consagrarem o mesmo dia para venerar uma força vibratória, maior será o poder desta força neste dia e, portanto, maior será a vibração de retorno ou Axé em resposta às comemorações.
Isto também contribuiria e muito para a qualidade das vibrações das Oferendas e Obrigações oferecidas em homenagem aos Santos e Entidades para as devidas restituições em prol das comunidades que consagraram as oferendas naqueles dias.
Por isto consideramos muito importantes estas datas muitas das quais já se incorporaram também aos rituais do Candomblé e Cultos de Nação no Brasil.
Apesar de haverem duplicidade de datas para alguns Orixás em algumas regiões do Brasil, sabemos que aos poucos na Umbanda tudo vai se aclarando no sentido de uma unificação de rituais da mesma forma que acontecia na grande nação Tupy (não existia um chefe material para a grande nação Tupy, mas todos os chefes de aldeias obedeciam a Grande Lei e as determinações do Conselho dos Chefes de Aldeias. Acreditamos que a Umbanda NUNCA terá um Chefe único terreno, mas somente Olorun como Chefe Supremo. No mais, aqui na Terra, deverá existir um “Conselho de Chefes de Terreiros”, onde cada reunião será presidida obrigatoriamente por um Chefe diferente, e o resultado da “conclusão” da maioria sobre os destinos da Umbanda, serão as Leis materiais que deverão ser respeitadas por todos (que, entretanto, possuem o direito de protesto por não concordarem, e que precisa ser analisado). Mesmo assim, se alguns templos não aceitarem a união, deverão ser obrigatoriamente respeitados pelos demais porque, como já dissemos, na Umbanda NÃO EXISTEM DOGMAS, e é primordial o DIREITO DO LIVRE ARBÍTRIO. Desta forma, quem manda num Templo Umbandista é o Pai ou Mãe de Santo que o dirige.
Vejam, pois a seguir este projeto de calendário.

Projeto Calendário Umbandista

    DATA                 ORIXÁ                  SINCRETISMO (Com a Igreja Católica)

20 de Janeiro          Oxossi                      São Sebastião
02 de Fevereiro      Odudua                    N. S. da Candelária
19 de Abril             Logunedé                 Santo Expedito
23 de Abril             Ogun                        São Jorge
13 de Maio             Yorimá                     Libertação dos Escravos
30 de Maio             Obá                          Santa Joana D’Arc
13 de Junho            Exu (Guardião)       (Data usada no Candomblé)
26 de Julho             Nanã                        Sant’Ana
24 de Agosto          Oxumarê                 São Bartolomeu
27 de Setembro      Yori (Ibeji)               São Cosme e São Damião
30 de Setembro      Xangô                      São Jerônimo
12 de Outubro        Oxum                       N. S. Aparecida
02 de Novembro    Eguns                       Finados
04 de Dezembro     Yansan (Yansã)       Santa Bárbara
08 de Dezembro     Yemanjá                   Imaculada Conceição
12 de Dezembro     Omulu                      São Lázaro
13 de Dezembro     Ossãe                        Santa Luzia
25 de Dezembro     Oxalá                        Natividade de Jesus
31/01 de Dez./Jan. Tempo/Orumilá Ifá  Passado, Presente, Futuro (juntos).
Carnaval                 Exu Pagão               Afoxé (Candomblé)
Outras datas usadas no Candomblé e alguns Templos Umbandistas:
05 de Agosto          Ewá                         N. S. das Neves
10 de Agosto          Irokô (Locô)            São Lourenço

Queremos esclarecer que este calendário tal como apresentado acima é utilizado em todos os rituais e cursos ministrados pelo Instituto De Teologia De Umbanda Popular. Repetimos que não queremos dogmatizar nada. Comemorações feitas em outras datas por outros Templos Umbandistas também são válidos, pois a consagração das datas depende das determinações do Guia Chefe ou do Sacerdote/Sacerdotisa responsável pelo Templo.
Este Calendário é apenas uma Síntese do que aprendi e vejo no dia a dia do Candomblé e da Umbanda, com base no sincretismo planetário com os Santos da Igreja Católica. Sincretismo iniciado pelos escravos africanos no Brasil, desde a época da escravidão e mantido até os dias de hoje.
Brasão de Freitas.